A Filha Rejeitada do CEO

3 - August

Eu achava que com uma babá, as coisas ficariam mais fáceis, mas Zoe não estava facilitando em nada para mim. Eu juro que a cada oportunidade que ela tinha, ela dava um jeito de colocar a menina em meus braços, as primeiras noites realmente foram difíceis para a garota e ela realmente só parou com o choro infernal depois que a peguei no colo, pelo menos ela dormia rapidamente.

Hoje, ela resolveu vir ao meu trabalho. Não apenas interrompendo meu horário, como também estava conversando com Chloe. Quais eram as chances? Não gostei de vê-las juntas. E se Chloe contasse o que aconteceu? Ela faria? Não tinha aberto a boca até o momento, disso eu tinha certeza, do contrário meu irmão já teria vindo até mim, os dois estavam sempre juntos, o que era irritante.

Mais irritante ainda estava sendo essa discussão inútil que eu estava tendo com Zoe sobre Nancy Theodora sentir saudade de mim ou não ou como eu deveria me referir a ela. Zoe odiava, com todas as forças que eu a chamasse de garota, criança, menina... Tudo o que fosse, pois eu nunca me referia a ela como filha, e por isso Zoe se achava no direito de ser uma dor na bunda.

— Chega Zoe. O que você veio fazer aqui afinal? É o meu trabalho, eu não quero a menina aqui.

Ela passou a mão na testa e respirou profundamente.

— Acabamos de voltar da consulta dela com o pediatra, achei que você fosse gostar de saber.

— Ela está com uma doença terrível? Algo que eu deveria saber?

— Não, ela está perfeitamente saudável, crescendo muito bem. O médico só teve elogios para dar.

— Então você veio até a porra da minha empresa apenas para me dizer que você está indo bem em fazer o trabalho que você foi contratada para fazer?

Ela franziu o cenho e deu um passo para trás mordendo o lábio inferior. Então olhou ao redor e em seguida me puxou pelo braço até a parte de trás da parede da recepção, onde estávamos fora de vista. Então me deu um beliscão no braço. Sério? Um beliscão?

— Qual o seu problema, August? Você tem uma filha linda e saudável e não está nem um pouco interessado nela e em como ela cresce?

— Nem um pouco. — Respondi sendo sincero, embora sentisse um pequeno aperto em meu peito.

— Algumas pessoas dariam tudo para estar no seu lugar. Para poderem receber as notícias do médico da filha que tudo está bem, que terão a chance de continuar com os filhos nos braços. Você simplesmente desperdiça a chance maravilhosa que você tem. Eu não entendo.

Seus olhos verdes encantadores estavam se enchendo de lágrimas. Eu não estava nada confortável ali, a menina em meu colo estava começando a mexer em minha gravata com as mãos gordinhas e balbuciar alguma coisa. Respirei profundamente e devolvi ela para a babá.

— Eu não sei como ser mais claro, Zoe. Eu não escolhi ter Theodora na minha vida, ela simplesmente apareceu. E eu acho que ela ficaria melhor podendo crescer financeiramente bem, com estabilidade, do que ser abandonada pelos dois pais. Então algumas pessoas podem querer dar tudo para estar no meu lugar, mas nunca entenderão como eu e essa menina tola fomos azarados. Agora me faça o favor, não apareça no meu trabalho se não for um caso de vida ou morte.

Eu lhe dei as costas quando uma lágrima escorreu de seu rosto, um desconforto me acompanhou pelo resto do dia. Sei que pareci duro, mas eu não podia ser mais sincero. Nancy não era tão abençoada quanto eu. Contraceptivos não eram 100% eficazes e agora a consequência dela ter nascido era crescer sem amor. Simplesmente por que a porra do mundo não era justo com quem permitia o amor em sua vida.

Veja só o que aconteceu quando ataquei Chloe, não fui capaz de dizer a ela o quanto era apaixonado por ela, apenas senti a raiva e fiz algo terrível. E se isso não justificar minhas ações, e muito provavelmente não faz, veja só o que aconteceu com minha mãe por amar tanto meu pai? Ela morreu, linda e jovem e amando alguém que não a merecia. Nancy não precisava que eu a amasse, ela precisava apenas crescer e seguir a própria vida. E Zoe precisava parar de querer viver um conto de fadas.