5 - August

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Porque eu a puxei para um abraço foi um choque tanto para ela quanto para mim, ao que parecia eu não era tão insensível a tudo. Quando cheguei naquela loja e a vi encurralada como um animal com todos em volta dela e de Nancy senti uma vontade imensa de por fogo ali, quebrar tudo e levá-la comigo em segurança, mesmo que eu fosse o vilão de muitas histórias. E nada disso tinha ligação com minha condição médica.

Eu pude sentir o desespero em sua voz quando me ligou e cada mágoa em seus soluços, como agora. E ver não só ela assustada, mas Nancy Theodora também deixou meu peito apertado e meus nervos a flor da pele. Eu precisava fazer algo para aplacar aquela fúria, geralmente eu me controlava com remédios e uma transa casual, mas não era o que eu faria naquele momento, eu também tinha outros métodos e faria aquilo naquele momento.

— Samuel, mudança de planos. Nos leve para a Fábrica.

— Claro, filho.

Zoe levou aquele momento para se recompor enxugando suas lágrimas e coçando a garganta, olhei para baixo bem quando Nancy deu um suspiro trêmulo de resto de choro enquanto estava dormindo, ela estava grande, havia crescido bastante desde o momento que Isis a deixou comigo.

— Eu preciso ligar para o meu pai e contar o que aconteceu, eu quero processar eles; todos os envolvidos.

— Com certeza. Diga para ele entrar em contato comigo para que ele use o vídeo como prova, assim posso ajudar ele a resolver.

— Você não precisa.

— Isso não vai ser discutido, Zoe. O que fizeram foi desumano e eu não vou tolerar.

— Obrigada por vir me ajudar.

Ergui uma sobrancelha para Zoe a olhando por inteiro, como ela conseguia ficar ainda mais bonita a cada dia que se passava? Balancei a cabeça para afastar esse pensamento. Eu não podia ficar pensando essas coisas, embora minha mente não conseguisse fazer algo diferente disso desde que ela entrou na minha vida.

— Você disse que precisava de mim.

Fechei os olhos brevemente para empurrar a lembrança do meu passado. Zoe não fazia ideia do que as palavras que disse na ligação faziam comigo, não havia chance de que eu não reagisse ao seu pedido.

Gilbert, eu preciso de você. Preciso da sua ajuda.

Foram basicamente as últimas palavras da minha mãe, ela poderia dizer tantas coisas, poderia estar falando com alguém que a merecia, alguém que precisava dela, mas não foi o que aconteceu e eu viveria para sempre com a lembrança horrenda de seus últimos momentos chorando pelo único homem culpado de sua morte. O homem que não deveria fazer nada além de protegê-la.

Eu jurei desde sempre que agiria diferente do meu pai nessas situações, mesmo que Zoe não tivesse dito aquelas exatas palavras, eu teria ajudado, simplesmente por que ela havia chamado por mim.

— Onde nós estamos?

Pisquei para afastar meus pensamentos e olhei para fora da janela vendo que havíamos chegado. Eu nunca trouxe ninguém além de Debbie e Samuel aqui, e eu estava prestes a mostrar para Zoe. Eu não estava compreendendo a ansiedade que percorria meu corpo quando o carro parou e Samuel veio abrir a porta.

— Nós estamos no meu lugar favorito.

Não havia porque eu não ser sincero. Eu queria que ela conseguisse relaxar depois do dia que teve, e eu sabia o local perfeito para isso, então ela tinha que conhecer o meu pessoal.

Assim que saímos do carro, o grande portão de metal foi aberto e alguns dos meus homens saíram. Havia Becker, o homem era uma montanha e a pessoa mais intrometida que eu conhecia. Os outros, cada um possuía sua história, passado sombrio ou não, eram bons homens.

A Filha Rejeitada do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora