Parte II

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Capítulo 23 - August.

Estejam preparadas, algum tempo se passou.

Deixem o voto ⭐ pelo amor de deus.
Boa Leitura. ❤️📚

Foram anos difíceis. Adaptação. Saudade. Eu passei por um inferno. Eu apanhei de um grupo de homens maiores que eu nos primeiros dias em que fiquei no presídio. Eu tive visitas do meu advogado que mais queria se livrar de mim, e não adiantava denunciar à diretoria. Eu me defendi, é claro, mas um contra seis ou mais é complicado. Por sorte Atlas conseguiu agir com seus contatos lá dentro e me deixaram em paz, mas quando a violência não vinha dos prisioneiros, os guardas se aproveitavam. Meu primeiro ano foi difícil, comia e dormia mal e apanhava enquanto tentava estabelecer alianças. Eles eram próximos de Atlas, mas eu tinha que provar meu valor se eu queria proteção. Então eu fiz.

Eu não permiti visitas de Zoe, minha filha ou Debbie durante esse tempo, eu não queria que elas me vissem nesse estado. Nesse lugar que era um inferno, mas eu escrevia malditas cartas sempre que eu tinha tempo e ler as palavras delas era a felicidade do meu dia. Eu recebia fotos da minha linda filha e chorava por não poder vê-la crescendo, eu escondia as fotos que recebia dela e de Zoe porque não queria que esses maldito colocassem os olhos nelas, eram todos porcos malditos.

Eu fui para um presídio ruim, meu nome ou escolaridade não me ajudaram em nada quando fui condenado por esse crime horrível. Ryan ainda permanecia em coma, e se ele morresse minha condenação poderia piorar. Mas segundo meu advogado, seu estado não dava indicações de que mudaria. Ele era um vegetal.

Os únicos que permiti uma visita foram Atlas, e alguns dos meus rapazes. Até mesmo Nicholas veio para conversar comigo, saber se eu queria alguma ajuda. Ele fez muito mais que meu pai, que veio apenas para dizer que estava decepcionado e que não queria mais me ver. Eu não sei por que ele se deu ao trabalho, ele nem foi ao julgamento. Ele achava mesmo que eu me importava sobre o que ele pensava de mim? Eu recebi visitas de Dean e fiquei feliz em saber que seus filhos haviam nascido e eram saudáveis.

Anos e mais anos se passaram e quando eu estava cumprindo 4 anos da minha sentença, já não estava aguentando mais. Eu pedi que Zoe trouxesse minha filha. Eu estava diferente. Passava todo o tempo livre malhando, gastando toda a minha energia em musculação. Minha barba estava grande e eu estava duas vezes maior do que antes, musculoso e aterrorizante como Wild, mas não podia me importar menos, era o único modo de fazer o tempo passar e evitar ter um episódio. Eu tinha que tomar remédios regularmente e conversar com o terapeuta uma vez por mês, todos ficavam incertos quando eu levantava a voz ou perdia a cabeça, isso aconteceu duas vezes e fui punido, direto para a solitária. Um verdadeiro inferno.

Mas hoje tudo seria diferente. Eu cuidei da minha barba, até pensei em tirá-la, mas era como eu era agora e vesti um macacão e regata lavados, não eram novos, mas era o melhor que eu tinha. Deixei que os guardas me levassem até a sala de visitas e me sentei olhando para a porta onde elas entrariam. Tentei evitar que Zoe não passasse por essa humilhação, mas eu já não podia mais ficar sem ouvir sua voz ou ver minha filha de perto.

Meu coração batia forte e não pensei enquanto ouvia as grades abrindo e passos vindo em minha direção. Minha boca secou quando as vi. Zoe tinha minha filha no colo e seus olhos brilharam com lágrimas quando ela me viu. Ficamos nos encarando por um tempo antes de eu tirar o nó na minha garganta.

- Oi.

- August... Você está tão... diferente.

- Você está maravilhosa, como sempre. - Eu desviei o olhar para a menina em seus braços. - Oi Theodora, você também está linda.

A Filha Rejeitada do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora