17 - August

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Preparem o coração, esse capítulo está emocionante.

Boa Leitura 📚❤️

AUGUST – 12 ANOS.

— Nicholas, não! — Gritei com o garoto quando ele tentou pegar minha peça de xadrez.

— August, não grite com seu irmão.

Meu pai disse lendo seu jornal, não percebendo o garoto de dois anos levando um dos meus peões a boca. Eu levantei e tirei rapidamente dele, guardando tudo o que tinha e começando a bater o pé olhando pela janela deixando a ansiedade tomar conta de mim.

— Atlas já ligou pra você? Samuel conseguiu pegá-lo no aeroporto? — Perguntei para meu pai.

— Eu dei folga para Samuel, mas tenho certeza que aquele cara vai encontrar um jeito de chegar até você.

— Por que você fez isso? Era pra ele vir me buscar, ele ia me levar pra Las Vegas. Você prometeu que eu iria nas férias!

Levei as mãos a cabeça puxando um pouco de cabelo, meus ombros já doíam, assim como meus dedos formigavam, eu não sabia se ia me controlar dessa vez, estava ficando cada vez mais difícil ultimamente.

— Vá para seu quarto August. Eu não vou aturar você assim hoje. Se Atlas chegar aqui, nós vamos conversar sobre seu comportamento.

— Você prometeu que eu iria!

— E você foi péssimo na escola, brigou e não é bom em casa.

— Eu não fiz nada! Eu fiquei irritado!

— Então vá ser irritado em outro lugar!

Fiquei encarando meu pai apertando as mãos em punho, meu coração acelerado, eu fui me virar para subir para meu quarto, mas Nicholas estava no caminho e acabei derrubando-o, ele caiu de costas e começou a chorar, abrindo o berreiro como sempre fazia.

— O que foi que você fez agora? — Meu pai gritou vindo pegar seu filho.

— Ele estava no caminho, como sempre!

Meu pai me deu um tapa no ombro e me puxou a orelha, ele ficou o tempo todo me levando com ele enquanto dava Nicholas para sua mãe e me levava para meu quarto, as lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas não pela dor do puxão, e sim por tudo que eu tinha que aturar naquela casa.

— Pai, eu quero o Atlas.

Eu sou seu pai, August! Olhe para mim. — Eu o encarei. — Eu sou seu pai, aquele garoto é um perdido na vida e quer te levar para seu mundinho. Você sabe o que ele e seus amigos fazem em Las Vegas? Você quer que eu te diga? Você tem sorte de que sua mãe estava morta quando a encontraram, senão eles teriam machucado ela pra valer. Eu duvido que você quisesse correr para os braços dele se isso tivesse acontecido. Você me quer como vilão? Eu vou ser o seu vilão, garoto! Agora fique na porra do seu quarto, você está de castigo.

— Eu te odeio! — Gritei quando estava saindo e fechando a porta.

— Você pode me odiar, mas ainda sou seu pai.

Então ele fechou a porta e a fúria tomou conta de mim, joguei tudo da minha escrivaninha no chão, os travesseiros foram rasgados, minhas coleções de lego voaram pelo quarto e com certeza algo se quebrou, naquela noite Martha me trouxe algo para comer, mas eu peguei a bandeja e joguei em sua direção por que estava cansado dela ser tão doce e me olhar com arrependimento. Eu tinha um novo apelido para ela. Destruidora de lares.

A Filha Rejeitada do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora