12 - August

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Tomei um gole da minha cerveja enquanto sentava na poltrona de nosso bar observando Party flertar com Debbie e Valentina.

— Ele nunca vai se cansar de pedir isso para elas? — Wild perguntou também dando um gole em sua bebida.

— Você precisa admitir que é quente vê-las se beijando. — Becker remexeu na calça olhando fixamente para minha prima e sua acompanhante.

— Parece que eu tenho um bando de pervertidos no clube. — Disse com uma carranca enquanto chutava as pernas da cadeira que Becker estava pendurado.

Sua queda foi motivo de riso de todos que estavam presentes. Eu e Wild batemos o punho rindo no mesmo momento que Becker se levantou e Lory veio me entregar uma Theodora adormecida.

— Obrigado Lory.

Ela apenas me olhou com cara de poucos amigos e deu atenção ao seu marido. Lory não falava comigo desde o momento que decidi contar a todos do clube o que eu havia feito para ser suspenso no trabalho. É claro que não aceitaram nada bem, principalmente Lory, pois havia tido um passado conturbado envolvendo os abusos do tio. Eu a entendia completamente.

Deixei o casal enquanto levantava com minha filha para levá-la para meu apartamento.

Assim que a deitei na cama meu celular tocou, Edgar Green apitava na tela e resolvi atender logo. Ele estava cuidando de tudo para mim como deveria, Nicholas estava numa caçada sem fim tentando me incriminar, entrando em contato com todas as bucetas que fodi nos últimos anos.

— Você está pronto para voltar amanhã? — Ele foi logo perguntando.

— É claro que sim, tudo está resolvido?

— Ele não encontrou nada, é claro.

— Não há nada para encontrar, além de Chloe, eu nunca... Fui além sem o consentimento da mulher na minha cama.

— Bem, sem a queixa de Chloe, Nicholas não tem nada. Você poderá voltar ao escritório amanhã.

— Isso é ótimo.

— Eu sou ótimo no meu trabalho e por falar nisso, tudo envolvendo Ryan Muller está resolvido.

— Isso é uma boa notícia.

— Você sabe onde a babá está agora?

— Eu dei folga para Zoe hoje. Eu e Nancy estamos na Fábrica.

— Ela e Ryan estão se encontrando. Estão almoçando agora.

Fechei meus olhos engolindo o nó na minha garganta. Isso não era uma segredo para mim, eu estava ciente das mensagens e ligações que Zoe recebia de seu ex marido quando estava em casa, parte de mim desejava que isso não estivesse acontecendo, mas uma vez, ficando fora de mim eu atendi a chamada e nem dei tempo dele falar. Ameacei e disse poucas e boas sobre ficar longe de Zoe, ele apenas riu na minha cara e encerrou a chamada. Não aguentei ver a fúria na cara de Zoe, a ponta de sua sobrancelha tremendo enquanto ela me encarava quando entreguei seu celular.

— Você está dormindo com ele de novo, Zoe? — Perguntei sem saber por que estava tão ferido.

— Isso com certeza não é da sua conta. Nunca mais atenda meu telefone.

Dei um passo a frente fazendo menção de tocar seu rosto, mas parei imediatamente quando ela se afastou um pouco assustada. Baixei minha mão sabendo que ela temia meu toque por saber o que eu havia tentado com Chloe. Simplesmente essa porra ia me perseguir pelo resto da vida, e eu nunca teria a chance de me aproximar da mulher que realmente mexeu comigo por inteiro, a única capaz de me fazer acreditar que o amor pudesse ser duradouro, forte e bonito.

Ela não me queria e eu ainda não conseguia me manter longe o suficiente, buscando qualquer oportunidade para falar com ela. Exatamente como eu estava planejando de fazer assim que encerrasse a chamada. Eu ligaria para Zoe, interrompendo seu momento com Ryan, — me policiando em pensamento para não imaginar ele tocando em seu corpo magnífico — eu perguntaria se ela não gostaria de vir para a festa do clube. Ela já conhecia melhor o pessoal e todos a adoravam. Adoravam demais para o meu gosto, mas eu poderia superar.

— Você ainda está aí Grayson? — A voz de Edgar me despertou.

— Sim, estou. Como você sabe que eles estão juntos?

— Estou mantendo o olho nele. Não é isso o que você queria?

— Eu vou lidar com isso a partir de agora.

— August, achei que nunca veria isso acontecer. Você está envolvido por uma buceta?

— Você pode querer corrigir o que sai de sua boca se estiver se referindo a Zoe.

Edgar riu alto, o que só me fez mais irritado, por que eu continuava mantendo esse cara?

— Era você quem tinha medo de todas as mulheres que se aproximassem e
quisessem você apenas pelo dinheiro. Então você me aparece de quatro pela babá da sua filha.

— Edgar, você está proibido de falar sobre Zoe. Eu preciso ir agora, tenho mais o que fazer.

— Claro que tem.

Encerrei a chamada e arrumei as cobertas em volta da minha filha na cama. Andei de um lado para o outro umas quatro vezes antes de enfim ligar para Zoe. Ela demorou a atender, mas ouvir sua voz foi a melhor coisa do dia.

— Nancy está bem? — Claro que essa seria sua primeira pergunta.

Ela estava seguindo o modo profissional que eu queria há semanas e não havia quebrado. Mesmo que seu olhar, quando me encontrava no meio da noite na cozinha, sem camisa, não mudasse nada. Ela me queria também, eu podia sentir, ela só não se permitia.

— Ela está ótima. O pessoal está sentindo sua falta no churrasco.

— Bem, diga para sua gangue que eu estou em meu dia de folga.

— Eles estão cientes, e muitos ficariam magoados se soubessem que você nos vê como uma gangue.

— Certo, clube de motoqueiros e mecânicos em horários comerciais.

— Você aprende rápido.

Não pude evitar sorrir, era o que ela fazia comigo. Eu nem tinha mais forças para negar a mim mesmo que eu não sentia algo por ela.

— Se Nancy está bem eu vou desligar.

— Ela vai querer ver você quando acordar.

— Eu vou estar em casa quando vocês chegarem. Estou ocupada agora.

Fechei os olhos apreciando o sonho que minha mente criou, ter Zoe se referindo a minha casa como sua. Eu não fazia ideia do quanto estava desejando isso. Parte de mim estava apavorada, outra parte confusa e outra irritada por não conseguir tê-la como e quando eu queria. Minha palma da mão começou a coçar e senti a eletricidade correr por meu sangue, na mesma hora que senti meu pescoço tenso. Já fazia muito tempo que eu não tinha um episódio, eu não queria estragar tudo agora.

Saber que ela estava preferindo ficar ao lado de Ryan do que se juntar a mim não estava ajudando. Respirei fundo abrindo e fechando minha mão, voltando a andar de um lado para o outro.

— Zoe, eu... — Droga, eu não sabia o que dizer.

— Eu preciso desligar, August.

Ouvi um barulho de fundo, uma cadeira arrastando e então alguém rindo. Ela não disse mais nada e demorei a perceber que ela havia encerrado a chamada. Olhei para Nancy na cama tentando me controlar, mas meu corpo inteiro formigava agora. Peguei a chave da minha moto e a babá eletrônica e saí do apartamento indo até Wild e Lory lhes entregando o aparelho.

— Eu preciso sair. Fiquem de olho nela.

— Evil, você está bem? — Lory perguntou me surpreendendo.

— Estou ótimo.

— Você está com aquele olhar. Precisamos ligar para Atlas?

Grunhi para ela sentindo o formigamento em meu pescoço piorar. Olhei para seu marido em aviso e saí dali antes que alguma merda acontecesse. Segui pela rua deserta até a parte mais movimentada da cidade antes de parar para conseguir o que eu queria com Edgar.

Havia uma ponte de madeira que atravessava um pequeno rio onde alguns casais passeavam. Fiquei os observando me perguntando como eles poderiam estar tão felizes. Não havia nada que os deixassem irritados uns com os outros? A pessoa ao seu lado era quem realmente queriam? Eles tinha passado por alguma dificuldade para conseguir ficar juntos? De qualquer forma parecia que haviam conseguido e que era um problema somente para eu resolver.

Como eu podia acreditar e confiar nesse tipo de paixão se antes mesmo que eu pudesse assumir algo já estava me machucando e me tirando do sério? Eu estava bem melhor sem toda essa droga de sentimentos. Eu podia ficar bem me permitindo amar somente a minha filha. Eu não precisava me amarrar somente a uma mulher, eu não precisava entregar meu coração a alguém para ele ser jogado fora.

Mesmo com esses pensamentos, quando a informação que eu queria chegou, eu liguei minha moto e parti. Fiquei do outro lado da rua, tendo uma bela vista de Zoe e suas companhias. Havia o babaca Ryan e outras duas mulheres, uma loira e uma morena.

Eu continuei observando por mais um tempo antes de entrar no restaurante e procurar um lugar no bar que eu pudesse vê-la. Ela ria e conversava como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo. Eu gostei de saber que ela estava bem e se divertindo, mas me irritava que não fosse eu a dar motivo para aquilo.

Eu posso ter ficado encarado ela por muito tempo, pois sua cabeça virou na minha direção e seu sorriso se desfez, eu dei um último gole na bebida que havia pedido e caminhei até sua mesa. Ryan levantou ao me ver e fechou a cara, apontando seu queixo para mim, mas o ignorei e sorri para Zoe deixando uma mão sobre o encosto de sua cadeira e outra sobre o de sua amiga loira.

— Eu estava passando e vi você aí.

— Onde Nancy está?

— Ela está no clube.

— August!

— Zoe.

Eu sorri gostando daquele jogo de encarar. Até que alguém coçando a garganta nós interrompeu. Sua amiga loira sorriu e estendeu a mão.

— Eu sou Mia, você acabou nos ignorando cara bonito.

— Desculpe, garota bonita. Zoe prendeu minha atenção.

Ela mordeu o lábio e me lançou um olhar que eu conhecia bem, eu sabia exatamente o que ela estava querendo.

— Zoe, querida, você não vai me apresentar melhor suas amigas? — Perguntei a babá.

— Eu não vejo a necessidade já que você está indo embora.

Lancei um olhar mortal para Ryan quando ele me respondeu.

— Quando eu me dignar a falar com você novamente, Ryan, você não vai apreciar. Agora, — sorri para Mia e para a morena ao seu lado. — Eu sou August Grayson. Zoe trabalha comigo.

— Ele é o pai de Nancy meninas. August estas são Mia e Billie. Minhas amigas da Califórnia.

Olhei melhor para as duas, a morena, Billie me olhava séria apenas com uma curiosidade superficial, mas Mia estava quase empurrando seus silicones em minha cara.

— Então eu estou atrapalhando o encontro de amigos, me perdoem. — Me virei para Zoe. — Quando você vai estar em casa? Temos algo para conversar.

— Eu vou estar em casa no horário certo, August. Você precisa ir buscar Nancy agora. Ela tem que ficar com o pai.

— Ele ser pai é algo tão quente! — Mia murmurou do outro lado.

— Pelo amor de Deus. — Billie grunhiu.

Ergui uma sobrancelha para Zoe e tirei meu celular do bolso me virando novamente para Mia.

— Zoe está certa, eu preciso ir agora. Mas vamos trocar nossos números, Mia. Eu posso confiar em você para me avisar quando Zoe estiver indo para casa?

— Oh, você pode confiar em mim para o que quiser.

Ela era uma garota fácil e enquanto ela anotava seu número eu encarei Ryan que parecia me querer queimando no inferno. Apontei o dedo para ele quando recuperei meu celular.

— Você não seguiu meu conselho, Ryan. Isso vai ter consequências.

— Faça o que quiser. — Ele desafiou.

— Não prometo que vá gostar.

— Chega. — Zoe interrompeu. — Eu vou te acompanhar até lá fora, August.

Sorri para as garotas na mesa e deixei Zoe ir na frente, ela parou alguns metros a frente da minha moto e virou para mim com muita irritação, apontando o dedo para mim.

— Você é muito impertinente. Não pode aparecer e atrapalhar meu encontro com meus amigos.

— Agora Ryan é seu amigo, depois de tudo o que aconteceu?

— Isso não é da sua conta, August.

— Claro que é porra. Foi eu quem te abraçou depois que ele apareceu em seu apartamento todo descontrolado e te fez chorar.

— E antes disso eu tinha passado muito tempo chorando sozinha. Você é maluco August, completamente. Como você sabia onde eu estava? — Desviei o olhar dela, me irritando demais agora. — Como August?

— Não importa, porra! Eu não sei como você pode suportar ficar perto dele depois de tudo.

— Da mesma forma que eu suporto ficar perto de você.

O que ela disse me fez parar e olhar em seus olhos, meu peito doeu e de alguma forma ela percebeu que me atingiu de alguma forma, pois seus ombros caíram e ela deu um passo na minha direção, eu me afastei bruscamente.

— Peça que Samuel busque você quando sua reunião acabar. Pegue Nancy na Fábrica.

— August. Onde você vai?

A ignorei colocando meu capacete e rapidamente saindo dali com minha moto. Eu segui para meu apartamento sabendo que lá seria seguro para eu tirar toda essa frustração de mim. Eu tinha meu saco de areia para poder socar por quantas horas fosse necessário, eu também poderia tomar uma pílula e dormir o resto do dia, mas eu não queria estar um trapo no dia seguinte. Quem sabe a noite eu poderia sair por aí e encontrar alguma mulher. Isso sempre funcionou.

Mia: Zoe acabou de sair, bonitão.

Olhei para o celular na bancada enquanto eu bebia da minha garrafa de água, eu estava ofegante com o peito suado, eu não havia parado de socar desde que havia chegado em casa. Fazia exatamente três horas e só me irritou mais saber que Zoe estava todo esse tempo ao lado de Ryan. O que havia de errado com ela? Comigo? Não era óbvio que ele não era uma boa companhia?

Minhas mãos ainda coçavam, eu ainda estava tenso, eu não consegui me livrar daquela sensação esmagadora no meu peito e na minha cabeça. Saí da minha academia indo direto para o meu quarto decidido a tomar um banho e esfriar a cabeça, só que não adiantou. Ainda com uma toalha enrolada no quadril eu liguei para Debbie e contei tudo o que havia acontecido no dia e como eu estava me sentindo. Eu sempre recorria a ela quando não encontrava uma saída antes de atingir meu limite de tolerância.

— Eu devo dizer, ela é uma mulher adulta e toma suas próprias decisões, August. Você só está com ciúmes.

— Não quero estar com ciúmes, eu quero minha vida como era antes, sem toda essa confusão.

— Você está assim em maior parte por que ela está te recusando.

— Mas ela me quer. — Pontuei.

— Você só pode dar um passo a frente disso quando ela te disser um sim bem claro.

— Debbie... Você está sempre me dando conselhos sobre como chegar nas mulheres depois de um sim.

— Me parece que você precisa de aulas sobre consentimento.

— Você ainda está chateada comigo sobre este assunto?

Minha prima ficou muda na linha e eu me senti um merda.

— Quando você me contou o que fez com Chloe, eu quis arrancar suas bolas, isso foi atroz, a pior coisa que você poderia ter feito. Eu não posso deixar de me por no lugar dela.

— Você sabe como me arrependo, eu estava fora de mim, foi um episódio.

— Pode ser, ou não, você não pode colocar a culpa de todas essas ações em seus episódios, não quando você não busca tratamento para isso.

— Eu tomo as malditas pílulas. — Grunhi.

— E quando foi a última vez que você se consultou?

Fechei os olhos balançando a cabeça, ligar para Debbie foi um péssima ideia.

— Olha, sempre estivemos ao lado um do outro desde que você morou com a gente, você é um irmão para mim. Mas não passo a mão na sua cabeça, August. Você está colhendo o que plantou e deveria agradecer por nada mais grave te atingir. Você pode sentir seja lá o que for por Zoe, mas se ela não está se mostrando disposta, recue. Todos ficarão melhor assim.

— Eu sabia que essa coisa de amor ia me fazer um merda. Eu não aguento mais, vou acabar logo com isso.

— Não faça nenhuma besteira. Eu acho que você se sentiria melhor se começasse a se desculpar, você mesmo diz que se arrepender de tudo.

— Eu já pedi desculpas a Chloe, ela não me quer por perto.

— Você pode tentar pelo menos mais uma vez, ou então se desculpar com Nick e então desculpar a si mesmo, você precisa disso. Eu confio em você para fazer a coisa certa no momento certo.

— Pode confiar.

Encerrei a chamada com minha prima e fiquei olhando para a tela do meu celular. Abri a mensagem de Mia e pensei em seu olhar sobre mim durante nosso pequeno encontro, ela era a mulher disponível e eu não queria mesmo procurar por outra pessoa. Além do mais, podia ser ruim, mas faria Zoe se afastar de vez de mim e isso poderia funcionar para colocar minha cabeça no lugar. Era mais fácil viver sendo desprezado do que por um falso amor. Eu tinha minha vida toda como aprendizado sobre isso.

Eu: Você está voltando para Califórnia hoje?

Mia: Eu não preciso pegar um avião até amanhã a tarde. Por que? Quer me ver?

Como eu disse. Fácil. O que era ótimo, não queria toda aquela enrolação e flerte. Eu poderia curtir por uma noite e então deixar toda a frustração para trás.

Eu: Me mande sua localização, vou te buscar em seguida.

Em dois minutos eu tinha o endereço do hotel e um convite para aproveitar sua suíte. Mia estava lendo meus pensamentos, ficar em seu quarto era melhor do que aturar uma boate. Ela já estava quase seminua quando abriu a porta para mim. Vestia uma camisola de renda fina branca, que contornava bem seus seios fartos. A calcinha era um pedaço de tira pronto para ser rasgado, seu cabelo ondulado caía pelos ombros e ela tinha um belo sorriso com batom vermelho, os olhos azuis brilhantes para mim.

— Você parece ainda mais quente agora, papai.

Ergui uma sobrancelha fechando a porta atrás de mim, vendo ela andar a minha frente com um sorrisinho.

— Você sabe que ser um pai solteiro te deixa automaticamente mais sexy?

— Ou você tem uma queda por esse tipo de homem.

Ela riu e veio até mim passando as mãos em meu peitoral.

— Pode apostar.

— Zoe tem uma amiga muito... Sapeca.

— Oh, por favor, não fale sobre Zoe agora. Ela mesmo já pode estar se divertindo com Ryan enquanto nós estamos aqui jogando conversa fora.

— Ela não está com Ryan. — Minha voz saiu mais firme do que eu pretendia.

— Eles estavam juntos quando ela foi embora.

Fechei os olhos ouvindo Mia rir. Eu precisava esquecer aquilo. Zoe era adulta e fazia o que quisesse. Eu era adulto e ia fazer o quisesse nesse exato momento. Puxei Mia pelo quadril, colando seu corpo ao meu e olhei em seus olhos esperando qualquer sinal de desconforto. Mas sua aprovação veio com um sorriso antes dela me beijar.

Eu retribuí, levando minhas mãos a sua bunda e a erguendo enquanto caminhava com ela até a cama. Em segundos estávamos nus e enquanto eu estava dentro de Mia tentava ao máximo não pensar em Zoe, o que se tornou quase impossível.

Por sorte, Mia não era de se jogar fora, ela sabia buscar o que queria e dar a um homem um bom orgasmo. Nós curtimos boa parte da noite antes de eu ir embora. Chegando em casa no exato momento da madrugada em que Zoe estava acordada. Eu fui direto pegar uma garrafa de água e não consegui olhar para ela, mas sentindo seu olhar queimar em minhas costas.

— Theodora está dormindo?

— Ela adormeceu tarde, mas está bem. Nós passamos no shopping a caminho de casa.

— Ryan também estava presente? — Finalmente olhei para ela.

— Você não entende, August.

— Eu realmente não faço. Eu sei que ele só fica inventando mentiras sobre vocês estarem juntos novamente, mas ele só quer levar você pra cama.

— Como você fez com Mia? — Ergui uma sobrancelha com a garrafa a meio caminho da boca. — Eu sinto o cheiro dela em você. Não me deixe esquecer da mensagem de texto dela me dizendo como você é quente na cama.

Mia só estava desabafando com sua amiga, nada de ruim nisso. Mas eu pude perceber que aquilo afetou Zoe, assim como me afetava ela estar com Ryan. Só que a diferença era que ela não estava disposta a vir para o meu lado. Eu já estava farto.

— Quer saber. É isso aí. Ela me convidou para seu quarto, foi um cartão verde para nos divertimos essa noite. Você pode dizer a sua amiga que também achei ela quente. Pelo menos ela foi direta e capaz de me dizer o que queria, não ficou se escondendo atrás de um emprego, imagem, o que for, como você faz.

— Você não sabe o que está falando! Eu não faço isso.

— Então admita que queria estar no lugar de Mia hoje! Você preferiu estar com Ryan, você é a única a tomar a decisão errada hoje, Zoe.

Zoe levantou e se afastou, pisando duro enquanto subia a escadas, eu só pude apertar a garrafa na minha mão deixando ela vazar, mas eu já tinha ultrapassado o limite. Minha mente estava em chamas e meu corpo dormente enquanto eu acertava meu punho algumas vezes no concreto da parede, então arremessei uma cadeira pela sala. Foi quando vi o olhar de Zoe. Ela estava parada na escada de olhos arregalados e boca aberta. Minha mão latejava e eu ainda não me sentia calmo o bastante para continuar na sua presença, então me tranquei no escritório pelo restante da noite.

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A Filha Rejeitada do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora