Heart's Thief - Nathan Drake Parte 2

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Uma hora depois cá estamos andando pelas ruas escuras e frias.

Esqueci de mencionar que moro em Londres, por que minha mãe é Londrina. Então meus pais se mudaram pra cá antes de eu nascer.

"O que fazia em Londres?" pergunto, um pouco curiosa.

"Estava a negócios, e também olhando os museus. Faltavam os de Londres pra visitar" ele responde, arrumando o casaco em seguida. "O chapéu vai chamar atenção" ele diz, e o encaro "mas devo dizer, ficou bom em você" sorri por debaixo do próprio chapéu.

Minha vez de sorrir. Surpresa e ligeiramente sem graça. "Obrigada, era do meu avô, junto do chicote que estou a levar na mochila"

"Que maneiro. Posso ver outra hora?" parece empolgado.

"Claro. Então, cadê seu carro?" pergunto enquanto procuro, esticando o pescoço pra ver ao longe pelas luzes providas dos postes.

"Eu não tenho carro. Aluguei uma moto quando cheguei na cidade" explica, parando ao lado de uma Harley.

Estaco no lugar. "Moto?" repito, incerta.

"É, moto" ele diz, montando-a com agilidade apesar de machucado. "Não gosta de moto?" entorta a cabeça para o lado.

"Não muito" respondo com honestidade.

Ele liga o veículo, o ronco é agradável, mas ainda hesito.

"Anda, precisamos ir. Talvez podemos pegar algum avião fretado até parte do caminho" gesticula com a cabeça.

"Eu não to gostando das opções" admito, sentindo um pouco de tensão e medo.

"Sabe que não consigo sem você, e se voltar, corre o risco de ser atacada de novo. Anda, por favor, não vou te machucar"

"Tá, mas é só pelo valor científico que estou a fazer isso" digo mal humorada, descendo da calçada, indo montar a moto.

"Poxa, pensei que fossemos amigos" ele diz, enquanto tira a moto da vaga.

"Não somos amigos, não te conheço"

"Ai" parece se divertir. "Se segura" adverte, acelerando mas sem sair do lugar.

"Em que?" digo exasperada, olhando ao redor.

"Em mim, Hanna" diz com paciência, mas parece levemente irritado.

"Não gosto de moto exatamente por esse nível de contato íntimo que exige de estranhos" digo com rancor e arrependimentos.

"Anda logo" ele pega minhas mãos e coloca em sua cintura.

"Você não respeita os limites corporais dos outros, não é?!" digo zangada em sua orelha pelo ângulo.

"Se segura" vira o rosto para me ver por cima do ombro.

"Você tá machucado" insisto que isso é loucura. "Isso é maluquice"

"É só não apertar muito que vou ficar bem" e nisso, ele começa a andar com a moto.

Solto um gritinho involuntário, agarrando-o no susto.

Ele ri, e o som junto do barulho do motor... Me sinto estranha sobre isso. Não sei o que pensar ou entender do que estou a pensar.

"Tá frio" resmungo mal humorada quando a chuva engrossa mais.

"Eu sei. Já te disseram que seu sotaque inglês ao pé do ouvido é muito excitante?" diz de volta, parecendo ter a diversão do ano.

Nisso sinto meu rosto esquentar mesmo estando muito frio.

"Para de graça e dirige esse troço direito" vocifero em seu ouvido, desconcertada.

"Você quem manda"


*X*


Conseguimos uma passagem em um avião nada confortável de pequeno porte, que transporta alguns animais e caixotes estranhos.

O avião fede, sacoleja muito e minha nossa, como faz uns barulhos estranhos.

"Pare de mexer a perna ou vai furar a lata já gasta do avião" Drake diz do meu lado.

O olho por baixo da aba do meu chapéu molhado. "Estou nervosa, e com frio." Explico, dando de ombros. Me abraço, mas mesmo assim, as roupas molhadas não ajudam.

O espaço qual estamos é mínimo, dois assentos na traseira oca da aeronave. Que no momento, está cheia do que quer que seja o transporte em produtos.

"Quer... quer que eu te esquente?"

Sua pergunta me faz olhá-lo com tanta surpresa que meu pescoço dói. "Não, já basta precisar abraçar você, um completo estranho. Essa viagem já é mais do que suficiente pra mim e seus modos liberais" ajeito a coluna, me endireitando e erguendo o queixo.

Pra minha surpresa ou horror, ele ri.

"Qual a graça?" uno as sobrancelhas, olhando-o intrigada. E irritada.

Ele nega, ainda rindo, e sorrindo.

Quero arrancar esse sorriso que não sei diferir direito de sua cara.

Bato em seu antebraço. Impaciente e com raiva. Nada pra machucar, mas sim chamar sua atenção.

Ele me olha admirado. "Tá, tá... entendi." Ergue as mãos. "Desculpe. Não quis ofender. Só achei engraçado o jeito que disse tudo aquilo, seu sotaque é muito gostoso de ouvir" me olha agora.

"Ainda é um abusado" resmungo, voltando a encostar no assento estranho. Cruzo os braços mais ao meu redor.

"Desculpe, Han"

Uno as sobrancelhas. "Que?" o encaro sem entender nada.

"Han. Seu apelido. Te achei um apelido" sorri se apoiando de novo no próprio assento.

"Odioso. Não te dei intimidade para me dar apelidos, te conheço a apenas algumas horas" quero lhe arrancar o sorriso.

"Tudo bem, mas saiba que te conheço, por causa dos seus livros." Dá de ombros.

"Mas eu não te conheço." Digo em tom taxativo.

"Ok, senhorita Jones" sorri. "Temos até a Espanha pra ficarmos amigos, e começarmos a dar apelidos um ao outro"

Hum. "Já achei um perfeito pra você" minha vez de sorrir. "Chato" o miro com o sorriso.

Ele sorri de volta. "Vê? Você me chama de chato, e eu te chamo de Han. Perfeito." Cruza os braços sobre o peito e camisa branca mostrando pelos botões do começo do casaco estarem abertos.

Reviro os olhos, tentando me fazer confortável.









Dream About Me - Tom Holland ImaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora