Grow As We Go - Parte 7

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Tom


"O que vai colocar?" pergunto enquanto a vejo pegar uma coisa que nunca pensei ver na vida, pessoalmente ao menos.

Um Walkman que usa CD.

"Aonde conseguiu isso?" pergunto pasmem, me aproximando, querendo muito tocar.

Ela sorri pra mim, indo se sentar no chão com as mãos cheias de CD's e o Walkman, pra colocá-los ali espalhados em seguida. "Eu vasculhei muito algumas lojas de antiguidades... fiquei semanas indo em cada uma do bairro... depois da Londres toda, praticamente. Até que encontrei" dá um sorriso orgulhoso.

Não sei nem o que dizer. Também sentiria orgulho depois de tanto esforço. Estou orgulhoso por ela ter conseguido seus objetivos...

"O que vai colocar pra gente ouvir?" pergunto ainda mais curioso. Ela me oferece a mão e a pego, ela me puxa pra sentar perto dela.

E faço isso, com cuidado pra não sentar em nada que possa quebrar ou danificar.

"Pode escolher" sussurra gesticulando para a coleção de CD's ali entre nós.

Após erguer o olhar pra sua estante, noto ter muito mais ali... volto meu olhar para os que ela escolheu.

Uma capa bonita de duas mãos soltando um pássaro me chama a atenção. "Imagine Dragons" resmungo o nome. E me lembro "é a sua banda favorita" a olho admirado.

Seu sorriso fofo e igualmente diferente se revela. "Bem... essas músicas tocam minha alma, então... eles podem mesmo ser. Embora aja outros que igualmente ocupam esse lugar." Dá de ombros.

"Por que elas tocam sua alma?" pergunto com jeitinho. Parece ser algo muito íntimo e pessoal.

Ela me olha cautelosa e até mesmo parece me analisar e avaliar. Fica nisso por um momento a mais... "Eu... Dan Reynolds, o vocalista da banda, tem depressão... ele sabe como é o sentimento" responde com uma quietude assustadora.

Meu coração se acelera. Não consigo desviar os olhos dos seus... Nem se parece com a Tyler que estava sorrindo e brincando comigo a minutos ou até mesmo segundos atrás.

Paro pra pensar nas palavras... 'Ele sabe como é o sentimento'. Engulo em seco. A realização dentro de mim é algo assustador.

"Você tem um motivo pra ter?" Pergunto tão baixo que temo não ouvido. Minha garganta quase se fechando de tanta tensão por saber isso.

Ela respira fundo e sei que ela me ouviu. "Motivos são razões achadas para nos confortar sobre não controlar nada, não acha?" pergunta com tanta seriedade que me arrepiei.

"Eu tenho também" confesso.

Ela me olha surpresa. Piscando por um instante. Seu semblante se muda de surpresa para compreensão. "Não vou perguntar o porquê" sorri com carinho e gentileza.

"Eu nem sei, na verdade." Digo dando de ombros... "Meus pais me levaram pra um médico quando tinha sete anos. Descobriram que era por eu ser disléxico que não ia bem na escola. Aí depois vieram as aulas de apoio além das de música... depois sessões de terapia. Não fazia amigos, ninguém gostava muito de mim. E pra ser honesto, eu também não gostava das pessoas. Eles faziam bullying comigo por fazer balé ao invés dos esportes escolares..."

Ela não diz nada. E eu dizer essas coisas para alguém quem não diz nada de imediato é... como respirar liberdade.

A todos que eu conto sobre isso, ou quando converso com minha terapeuta, ela sempre tem uma resposta pronta, ou algo motivacional.

Dream About Me - Tom Holland ImaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora