Lost Island - Parte 14

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Dois Meses Depois



Hoje, vou me casar.

Tom já foi lá embaixo acender nossa fogueira de sempre, vamos nos casar lá em volta.

Não tenho muitas roupas que poderiam ser consideradas 'casáveis' mas estava levando uns vestidos na viagem. Um soltinho azul e um vermelho. Outro, laranja com margaridas.

Como o azul é mais simples e delicado o escolhi. Estou aqui tentando dar um jeito no cabelo, deixando o mais apresentável em uma trança.

Paro pra pensar, e olho Absor ao lado do meu espelho, no quarto qual usava antes de dividir o de Tom com ele. De repente, meus olhos se enchem de lágrimas. Um misto de felicidade com tristeza.

Me afasto do espelho antes que não saia mais e vou até Tom lá embaixo. Ele não tem roupas boas para usar, então... está a usar umas de meu pai biológico, que lhe dei de presente. Está sentado em seu lugar de sempre contra as raízes da nossa árvore.

Quando me vê se levanta, dando um sorriso largo. "Está linda"

Lhe dou um sorriso. "Foi o melhor que consegui" admito, dando uma risada sem graça.

"Continua bonita" estende a mão pra mim.

Qual pego, me aproximando o abraço fechando os olhos. Nos separamos depois de um tempo, e ficamos de joelhos. Não sou uma religiosa de frequentar igrejas mas sei as rezas básicas. Tom também. Então rezamos, juntos. De mãos dadas. Pedimos benção para nosso amor e união, e também um para o outro.

Falo seu nome completo, e pergunto se ele quer me aceitar como esposa, e ele diz sim. Depois, ele faz o mesmo comigo, eu dizendo sim.

O certo seria alianças, mas não temos lojas aqui então...

"Espera" ele diz, e uno as sobrancelhas "vi uns fios bonitos na estrutura do avão..." do bolso da calça jeans que era de meu pai ele tira um par de alianças trançadas de ouro.

"O-onde conseguiu isso?!" Puxo sua mão perto, olhando os anéis em choque e pasma. "Melhor, como conseguiu fazer isso?" agora o encaro, de boca aberta.

Ele sorri parecendo envergonhado. "Eu aprendi a fazer tranças... com cipós. Fios são só mais finos" dá de ombros inabalado, como se o que não fosse algo incrível "vi fios bonitos no avão e sabia que não eram de cobre" pega o menor e me mostra, e consigo ver seus detalhes... "ouro não fica verde, melhor que cobre"

Lhe mostro meu dedo, e o anel encaixa perfeitamente, me fazendo emocionar. O levo na altura dos olhos, o vendo brilhar tão lindo...

Coloco o dele, depois nos beijamos, sentando por que nossos joelhos estão doendo já.

"Quanto tempo esteve fazendo isso?" pergunto, enquanto pego nossa comida.

Mangas, peixe e advinha... formigas.

"Um tempo" dá de ombros, segurando sua folha de bananeira como prato e esconde o sorriso com ela.

"Quanto tempo?" insisto, estreitando os olhos.

"Semanas" admite, corando.

Abro a boca indignada. "Obrigada" agradeço pelo esforço e gentileza.

Depois da janta, nos deitamos perto do fogo e apreciamos a noite, observando as estrelas por entre os espaços de copas das árvores.

"Dá pra acreditar...? Pelas minhas contas, estou a mais de seis meses aqui" sussurro, ainda olhando o céu. Minha nuca no braço de Tom. "Isso não dá nem metade do que você passou aqui" agora o olho, e ele faz o mesmo "todo esse tempo sozinho"

Ele sorri, e ergue a mão esquerda pra acariciar meu braço sobre seu peito, e vejo sua aliança brilhar nas chamas da fogueira. "Não mais. Nunca mais"

Retribuo seu sorriso, concordando. "Nunca mais"

Não precisou de muito mais para tirarmos nossas roupas, e nos beijarmos intensamente.

Após entrar em mim, Tom rolou me deixando por cima, como ele diz gostar. Então o cavalguei, e ele se sentou, para me beijar com paixão enquanto fazíamos amor sob as estrelas.


*x*


Após a terceira rodada (na nossa cama, em casa) Tom está com a cabeça sobre meu peito, e estou a pentear seus cabelos delicadamente com meus dedos.

Mas o sono está me pegando também, meus olhos pesados ameaçam se fechar.

"Teremos filhos?" Tom pergunta, fazendo meus olhos abrirem e o sono esvair.

"Não. Pelo menos, não quero por agora." Respondo cautelosa. Ele nunca perguntou sobre crianças a não ser o envolvimento de sexo sobre o processo de fazê-las.

"Pela ilha...?" agora se move, apoiando os cotovelos para me olhar. "Por que tamo aqui? É por isso?" une as sobrancelhas.

Assinto, sabendo que posso sempre dizer a verdade com ele. "Sim, seria irresponsável, não acha? Um bebê precisa de tantos cuidados, em uma ilha isso é impossível. Não quero trazer vida a alguém pra depois só destruí-la sem ter como ajudar" admito, em um sussurro.

Não sei se meu psicológico aguentaria ver um filho meu precisando de ajuda e não poder fazer nada.

"Entendo" ele diz, me distraindo dos meus próprios pensamentos "do jeito que fazemos, não dá certo, dá?"

"Não. Não pra filhos ao menos" lhe dou um sorriso "quem sabe mudamos de ideia no futuro e aí tentamos, certo?" arrumo seu cabelo, sorrindo gentilmente.

Ele assente, retribuindo meu sorriso. Mas volta a se deitar sobre mim. "Sem filhos. Só você e eu, é o sufiente pra mim"

suficiente, amor" resmungo de olhos fechados, voltando a relaxar.

"Isso" ele concorda, voltando a ajeitar a bochecha contra meu peito.

"Amo você" ele sussurra, bem sonolento.

Dou um sorriso, o sono vencendo. "Amo você também" sussurro de volta. 



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O que vocês acham que vai acontecer nessa série? eles voltam pra civilização ou não?

Dream About Me - Tom Holland ImaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora