02 | Um grande despertar

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A plataforma 9 ¾ estava repleta de famílias bruxas. Hermione sentiu uma leve pontada no coração ao observar os alunos do primeiro ano, com os olhos arregalados, aconchegando-se nervosamente perto dos pais antes que chegasse a hora de se despedirem. Crescendo como nascida trouxa, ela nunca teve essa oportunidade e abordou sua primeira viagem no Expresso de Hogwarts enquanto fazia muitas coisas na vida: sozinha com coragem e uma demonstração direta de confiança em suas proezas intelectuais.

Harry puxou Hermione para um último abraço. Apertando as mãos em volta do pescoço dele, ela olhou para ele interrogativamente. Seus olhos verdes brilhavam com um calor que ela sentiria falta.

— Eu sei que você estará ocupado, mas se você pudesse perguntar aos outros Aurores se eles têm experiência com contrafeitiço ou pelo menos me colocar em contato com a Sede do Obliviador, eu ficaria eternamente grata. Já enviei algumas corujas para os curandeiros do St. Mungos -

— Hermione! Não se preocupe com isso. É o primeiro da minha lista. Você já perguntou — Harry se afastou e segurou os ombros dela com firmeza. — Você sabe que pode contar comigo.

Segurando as lágrimas, Hermione respirou fundo.

— Obrigada, Harry. Eu realmente vou sentir sua falta. Este ano não será o mesmo sem você.

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Durante a maior parte do tempo no Expresso de Hogwarts, Hermione ficou subjugada. Ela olhou para o cenário em rápida mudança; o trem passou voando pelas colinas e pelo céu cinzento que escurecia. Isso a lembrou do controle cada vez menor que ela tinha da realidade. Seus pensamentos corriam constantemente para seus pais. A sensação de aperto em seu estômago não iria embora. Talvez seja porque ela se considerava uma pessoa cautelosa e uma feiticeira cuidadosa. Ela tinha boas intenções e lançou o Feitiço da Memória perfeitamente. Perfeitamente demais, na verdade; esse deve ser o castigo dela por sempre se esforçar para ser a melhor.

Sem dizer nada e sem olhar para Ron ou Ginny, Hermione saiu da cabine para vestir seu uniforme de Hogwarts. Há algum tempo que ela não usava saia ou suéter, a blusa parecia mais justa e a saia mais curta. Ela não tinha crescido mais desde seu sexto ano, mas seu corpo não estava magro como estava durante a caça às Horcrux. Seu corpo ainda era pequeno, mas agora tinha curvas perceptíveis.

Apesar de ter tido uma conversa agradável com Luna e Neville mais cedo, ela não estava se sentindo à vontade para socializar com os outros alunos do oitavo ano. Em vez disso, Hermione ficou no banheiro e domou seus longos cabelos castanhos com a varinha, enrolando os cachos até ficarem lisos, algo que ela raramente fazia. Ela se perguntava como seria esse último ano em Hogwarts com algumas das mudanças que estavam ocorrendo.

Por um lado, a professora McGonagall era agora Diretora da escola. Ela provavelmente seria mais rígida do que Dumbledore. Enquanto ele era perpetuamente indiferente (ou será que era?), McGonagall estaria ciente de que os alunos estavam quebrando as regras e se esgueirando após o expediente. Além disso, em vez de morar nos dormitórios de suas Casas, os oitavos anos dividiriam uma sala comum com os dormitórios na torre do sétimo andar, perto do escritório de McGonagall. Enquanto ela e Ron teriam seus próprios quartos separados, todos os outros ficariam em pares.

Caberia a ela e Ron dar o exemplo para o resto da escola. Eles deveriam ser modelos, mostrando aos alunos como é perseverar em meio à tragédia e à adversidade.

Hermione suspirou audivelmente para si mesma. Ela simplesmente não tinha energia para ser positiva ou coragem para ser seu jeito arrogante de sempre. Ela honestamente sentiu vontade de deixar sua posição como monitora-chefe. Isso daria a ela chance de passar um tempo sozinha, que era a única maneira pela qual ela estava lidando com...

Heartlines and Bloodlines | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora