34 | O Último Ritual

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— Você planeja trazer sua varinha? Eu poderia escondê-la aqui, se você quiser.

Hermione olhou para cima para avaliar a reação de Draco. Ela estava atualmente colocando um Feitiço de Extensão em uma pequena bolsa, esperando que eles não precisassem de nenhuma das fraldas ou mamadeiras extras que ela estava embalando para a visita ao Ministério.

Quando Harry devolveu a varinha de Abraxas, Draco a adaptou para o uso diário. É certo que Hermione ficou surpresa no início, sabendo da reputação de morte e escuridão que possuía, especialmente considerando que ele inicialmente alegou não ter mais interesse nisso.

Mas quanto mais o tempo passava, mais ela entendia que suas preocupações eram infundadas. Pelo menos a Mansão lhe oferecia proteção onde os termos de sua liberdade condicional não importavam.

Ela acreditava que o ditado era verdade: não é a varinha que faz o bruxo, mas o bruxo que faz a varinha. Na maioria das vezes, Draco podia ser encontrado usando-o para contar pequenas histórias ilustradas para Scorpius ou reaquecer uma xícara de chá que havia esfriado. Com exceção das enfadonhas cartas do Ministério, grande parte da dor e da tristeza já havia desaparecido de suas vidas. O fato de Draco não ter nenhuma reserva ou medo em usar a herança Malfoy era um indicativo da natureza curativa do relacionamento deles.

— Seremos revistados — ele respondeu, colocando um chapéu felpudo na cabeça de Scorpius.

— Isso não nos impediu antes. — Hermione estava sorrindo. Ela voltou a se concentrar em organizar a bolsa, certificando-se de incluir o dragão de pelúcia do bebê.

Draco ergueu uma sobrancelha.

— Não — ele concordou divertido, — mas se pudermos evitar cometer um assassinato casual hoje, isso seria o ideal.

— Ideal, mas não garantido — Hermione brincou, jogando a bolsa por cima do ombro. — Eu mesmo tenho tendência a cometer assassinato formal.

— Honestamente, não vou precisar disso. — Segurando Scorpius com um braço, Draco estendeu a mão para Hermione. — Pronto, Granger?

Hermione sorriu, sentindo o aperto suave dos dedos de Draco em seu pulso. Ao contrário da última vez que eles estavam prestes a enfrentar Percy e Shacklebolt, não houve quase despedidas. Não houve necessidade de fazer promessas ou declarações de amor eterno. Porque desta vez, havia uma certeza em seus ossos de que viveriam.

— Nada de ruim vai acontecer conosco — disse ele de forma tranquilizadora. — Hoje não, nunca mais.

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Às nove e meia, Draco e Hermione, com Scorpius a reboque, chegaram por Flu ao átrio principal do Ministério da Magia. Com exceção do fluxo habitual de bruxos e bruxas trabalhando, as instalações não estavam ocupadas. Felizmente, não havia repórteres do Profeta Diário ou curiosos com quem enfrentar.

— Srta. Granger, er, bem-vinda — a bruxa da recepção cumprimentou Hermione tão cansada quanto a olhou. Suas sobrancelhas franziram com suspeita enquanto ela examinava Draco e depois o bebê. — Sr. Malfoy... presumo que vocês dois estão aqui para ver o Ministro?

— Nós estamos — Hermione respondeu afetadamente.

A bruxa saiu de trás da mesa, acenando com a mão.

— Ele estava esperando por você. Se quiser, você pode me seguir direito -

— Nós sabemos onde é. — A insensibilidade no tom de Malfoy era gritante.

Lado a lado, Draco ainda segurando Scorpius, eles começaram a caminhada pelo longo corredor além do saguão. Aparentemente do nada, vários funcionários do Ministério começaram a reconhecê-los, alguns sussurrando ou cutucando uns aos outros ao perceberem sua presença. Hermione não se incomodou, no entanto. Havia uma certa emoção percorrendo seus nervos, uma onda de confiança exacerbada pelo último Ritual de Sangue. Ela e Draco não apenas compartilhavam força e desejo de vingança, mas agora ela podia sentir a mesma energia e aura irradiando de seu filho.

Heartlines and Bloodlines | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora