07 | Renda-se a mim

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A sala de estar estava quase escura como breu. Cortinas vermelho-sangue cobriam ameaçadoramente as janelas estreitas, bloqueando a maior parte do luar.

O chão de pedra sob sua pele nua virou gelo. Na verdade, estava tão frio que queimou.

Houve silêncio, exceto pelos sons de respiração pesada e quietude, exceto pela pulsação de dois corações batendo.

Apesar da voz desesperada em sua cabeça lhe dizendo para lutar, seu corpo a pedia para ficar. Ela estava presa sob o peso de alguém quente, com as pernas travadas de cada lado. Cabelos macios e claros, pegajosos de suor, caíam soltos na frente dela; ela podia senti-lo roçar seu nariz. Quando suas costas se arquearam para encontrá-lo, ela sentiu arrepios surgirem em sua pele.

Em sua mão havia uma adaga.

— Renda-se a mim. — A vibração do sussurro em seu pescoço a fez tremer.

Ela deveria ter sentido dor quando a lâmina passou por seu braço. Mas enquanto perfurava continuamente sua pele, esculpindo a forma da palavra começando com "M" em sua carne, uma onda de desejo correu por suas veias enquanto o sangue escorria.

Mãos fortes agarraram suas coxas, mantendo-as firmemente no lugar. Olhos cinzentos brilharam para ela uma vez antes que a cabeça dele subitamente mergulhasse entre as pernas dela. Ela podia sentir uma respiração fria contra ela antes que os lábios dele pressionassem seu núcleo, marcando o lugar mais íntimo de seu corpo como dele. Ela se contorceu enquanto a língua dele percorria suas dobras internas, circulando bem perto, mas sem tocar seu clitóris.

— Por favor — ela gritou em um tom abafado. As mãos dela puxaram o cabelo dele; o corpo dela intuitivamente empurrou contra o rosto dele.

Sua língua então mergulhou nela. Enquanto ela gritava de prazer, seus olhos foram atraídos para os cortes vermelhos em seu braço. Ela podia ver os cortes claramente, a palavra escrita em letras irregulares: Minha.

.

— Hermione! Você está aí? — Uma batida urgente na porta acompanhou a voz.

Os olhos de Hermione se arregalaram; seu coração estava ameaçando sair do peito. Aqui estava ela deitada em sua cama. Afinal, ela não estava no chão frio e certamente não havia um corpo acima do dela ou uma cabeça loira pálida entre suas pernas.

Instintivamente, ela olhou para o antebraço, meio aliviada e meio desapontada ao ver que sua cicatriz ainda dizia "sangue-ruim".

Ela gemeu. Ela não poderia estar sonhando com ele. Seus sonhos sempre foram sua fuga, seu único alívio desta existência agonizante e agora ela não podia nem confiar em si mesma para fechar os olhos. Pior ainda, ele a fez se sentir tão bem neste sonho...

Não.

— Você gostaria de ir jantar? Não vimos você durante todo o fim de semana! — Luna. Luna e Neville estavam tentando chamar a atenção dela.

As horas se passaram e agora o céu estava quase escuro. Era domingo à noite e Hermione estava perfeitamente satisfeita por nunca sair da cama. Ou o quarto dela. A notícia devastadora de Harry sobre o fracasso em restaurar a memória de seus pais a deixou em um estado emocionalmente imóvel. Ela não conseguia reunir forças para continuar e agir como se tudo estivesse bem – porque não estava.

— Bem, Hermione. Espero que esteja tudo bem. Estamos saindo agora — a voz de Neville chamou de fora de seu quarto.

Seu estômago roncou. Ela ainda estava vestindo sua calça de corrida surrada e uma velha camiseta preta. Ela parecia um desastre, mas isso não importava.

Heartlines and Bloodlines | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora