25 | Amorem ad Vitam

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— Kingsley! Eles não iriam atacar!

— Expelliarmus!

— Ela não vai -

Hermione mal percebeu as vozes em pânico e o fato de sua varinha ter saído voando de seu alcance.

Obliviate!... Obliviate!... Obliviate!...

Ao seu redor, as repetidas faíscas azuis e brancas brilhavam como uma tempestade de raios, mas sua atenção não estava focada em nada nem ninguém na periferia. Em vez disso, embora seu coração parecesse chumbo, as palavras ditas há pouco tempo reverberaram em sua cabeça:

"Juro fazer todos os esforços para sobreviver e proteger você e nosso filho para que possamos ficar juntos. Eu prometo."

Ele prometeu.

Draco não poderia estar morto. Ele havia prometido a Hermione que viveria. Ele já havia cumprido parte de seu juramento de proteger ela e seu filho, bloqueando-os da Maldição da Morte. E agora ele iria acordar. Ele voltaria para ela.

Ele iria.

O pensamento era tão predominante, tão intenso que Hermione nem percebeu a presença gentil pairando perto dela, o puxão em seu ombro.

— Hermione.

A voz de Harry soou tão distante que ele poderia muito bem estar em uma dimensão diferente. Tudo o que ela conseguia pensar era em uma linha de magia iridescente, o fio quase invisível que unificava seus corações. Estava lá. Se Draco realmente tivesse morrido, não haveria nenhum vestígio mágico, nenhum sinal de sua ligação com ela através da conexão de Sangue. Fisicamente, e ao que tudo indica, ele pode estar morto, mas ela sabia que a essência mágica dele estava muito viva.

Hermione podia ver isso em sua mente, a imagem do músculo se movendo, o sangue bombeando através de suas próprias artérias. Cada batida e cada vibração do seu coração que a fazia viver sustentava uma vida escondida dentro dele.

— Hermione - ele se foi — disse Harry, sua voz especialmente calma considerando a comoção e os espectadores que não haviam saído do salão de baile. Ele estava se inclinando, sua mão agora agarrando o pulso flácido de Draco.

— Ele não foi! — Hermione gritou, não esperando que suas palavras saíssem tão estranguladas. — Ele está vivo! Eu posso sentir isso. Eu só sei.

Virando-se para Hermione, a voz de Harry parecia fraca. Seus olhos verdes brilhavam com simpatia compreensiva, embora ele não tivesse ideia da profundidade do relacionamento, do quanto Draco significava para ela.

— Ele está frio. Não há pulso. Mas eu vi tudo. Draco salvou você -

Obliviate!

O flash azul caiu sobre os olhos de Harry, deixando-o sem palavras.

Hermione olhou defensivamente, examinando Shacklebolt, que estava com a varinha levantada em sua direção.

— Senhorita Granger... talvez possamos conversar. Talvez possamos... Obliv ...

Mas a tentativa dele de apagar as memórias recentes dela foi inútil; seu feitiço não conseguiu atingir Hermione, pois um escudo impenetrável foi colocado ao redor de seu corpo.

O rebote do feitiço de Shacklebolt enviou uma onda de choque para ele, arrancando sua varinha de sua mão.

Os olhos de Hermione escureceram quando ela estreitou o olhar para ele; ela havia lançado a camada protetora sem varinha, cada grama de magia em suas células trabalhando para protegê-la do perigo enquanto ela ainda estava agachada no chão, recusando-se a abandonar o corpo de Draco. Agora, a ferocidade reacendeu-se dentro dela, uma energia quente que desejava mutilar e drenar a força vital de Shacklebolt. Era a chance dela; ele estava indefeso sem sua varinha. Mas ela sabia que essa raiva que sentia não seria aliviada apenas pela morte instantânea dele. Por mais que Hermione quisesse vingança, quisesse acabar com Shacklebolt, havia algo que seu coração queria mais naquele momento, um curso de ação mais forte que não podia esperar. Algo que ela sabia que tomaria todo o seu ser, cada grama de magia fluindo através dela.

Heartlines and Bloodlines | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora