O ar da sala do tribunal estava silencioso e ansioso com a revelação.
Hermione nunca tinha testemunhado a incerteza passar por tantos rostos – tantos rostos de bruxos – todos ao mesmo tempo. Ela podia ver os olhares surpresos compartilhados entre os membros masculinos do Wizengamot e o pânico total que estava começando a tomar conta de Harry.
O olhar prateado de Draco estava fixo nela; uma expressão curiosa cruzou suas feições. Pela forma como suas sobrancelhas estavam franzidas, ele parecia preocupado, mas também contemplativo.
— Hermione — Harry começou, levantando-se do outro lado da sala, — vou tirar você daqui -
— Não — Hermione respondeu com uma voz surpreendentemente calma e prosaica, considerando a situação. — Eu não estou indo a lugar nenhum. Darei à luz aqui mesmo, neste mesmo andar, se for preciso. Não vou abandoná-lo. — Ela olhou preocupada para Draco, que ainda a estudava.
O chefe da Suprema Corte dos Bruxos soltou uma tosse nervosa e depois se dirigiu a ela.
— Senhorita Granger, certamente você não está falando sério — ele disse, enrolando a barba no dedo. — Enviamos suas memórias para a Penseira. Você forneceu seu testemunho. Certamente, você pode usar o Flu para o Mungos ou algum lugar para dar à luz que não esteja aqui. Garanto-lhe que o Sr. Malfoy terá um julgamento justo.
— Ele vai? — Hermione questionou, estreitando os olhos em suspeita para o oficial. — Além disso, é tarde demais — acrescentou ela bruscamente. Na verdade, ela não tinha ideia de quanto tempo levaria para o bebê nascer. Poderiam levar horas ou dias, mas de qualquer forma, o pequenino estava aparentemente determinado a chegar mais cedo; ele não iria esperar até a data do parto. — Não posso aparatar ou fazer qualquer viagem mágica depois que as contrações começaram. Pode ser prejudicial.
Ela tinha lido sobre o risco aumentado de o bebê ser estrunchado pela força da aparatação ou de sofrer um ferimento na cabeça no transporte de Flu. Como resultado, parecia que os partos domiciliares eram muito comuns nas famílias bruxas.
— Ah, certo — o mago suspirou. — Talvez o Sr. Potter possa acompanhá-la até a enfermaria do hospital do Ministério -
— Não — Hermione protestou, balançando a cabeça inflexivelmente. — Absolutamente não. Não quero ter nada a ver com os cuidados do Ministério.
Houve vários murmúrios no tribunal antes de Harry falar novamente.
— Meu escritório? — ele sugeriu, olhando para Hermione com expectativa. — Podemos enviar uma coruja para a Curandeira Meliora.
Hermione cerrou os punhos, sentindo seu interior se agitar com outra cólica surda.
— Tudo bem — ela concordou com relutância. — Eu não consigo pensar em nenhuma outra opção. Mas eu quero Draco comigo.
Harry flexionou a mandíbula, olhando para o chefe do Wizengamot.
— Er, não vejo por que não? — ele respondeu a Hermione, embora fosse uma pergunta para o oficial.
— É uma circunstância comum — o bruxo baixinho encolheu os ombros, acenando cautelosamente para o resto da corte. — Eu permitirei. Podemos estar decidindo o veredicto, mas desde que tenhamos todas as provas e testemunhos, não vejo que isso seja um problema. O Sr. Malfoy está usando um rastreador. — Houve uma breve pausa antes de ele se virar para Draco. — Isto é, se ele quiser estar lá.
Alguns membros do Wizengamot ergueram as sobrancelhas uns para os outros com conhecimento de causa. Hermione podia sentir suas bochechas arderem de indignação.
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Heartlines and Bloodlines | Dramione
FanfictionCinco meses após Harry Potter derrotar Lorde Voldemort, o novo Ministério da Magia está processando os Comensais da Morte em toda a sua extensão, na esperança de erradicar a supremacia do sangue puro da sociedade. Ao retornar como monitora-chefe de...