31 | Veredictos e Empreendimentos

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Sentada ali, com a mão de Draco acariciando levemente seu ombro, segurando seu filho angelical contra seu peito, Hermione se recusou a acreditar que algo pudesse se interpor entre ela e esse sentimento de plenitude em seu coração.

Cada lágrima que rolava pelo seu rosto era uma lembrança desse amor que ela havia conquistado. Por muito tempo, sua vida após a guerra foi repleta de traições, vazios e perdas inesperadas – a perda de seus pais, de amizades, mas de uma forma libertadora, também a perda de seu antigo eu.

No meio daqueles tempos difíceis e mesmo agora, esta nova vida que ela agora tinha com tanto carinho tinha sido uma luz orientadora, um lembrete para colocar tudo o mais em perspectiva. A sua vida foi mais do que uma série de escolhas morais; ela estava tão acostumada a viver em preto e branco, vivendo dentro das linhas de outras pessoas quando na verdade havia tanta cor... uma vida que ela nunca teria conhecido se não saísse para correr o risco.

Por mais quebrada que ela se sentisse naquela época, seu coração agora estava dez vezes maior. O bebê involuntariamente ofereceu sua proteção para que pudessem estar juntos neste momento, vivos e bem como uma família.

— Aqui — Hermione virou-se para Draco, olhando para ele através de seus olhos lacrimejantes, — você deveria segurá-lo agora.

Ela não precisou explicar o motivo enquanto inclinava o bebê enfaixado para que Draco pudesse puxá-lo para seus braços.

Eles ficaram quietos por um tempo. Hermione aproveitou a oportunidade para estudar Draco; seu coração inchou novamente enquanto ela observava o canto da boca dele se curvar em um sorriso. Seus olhos ainda eram de um tom cinza brilhante enquanto ele olhava para o pequeno com orgulho.

— No que está pensando? — Hermione perguntou automaticamente.

Draco olhou para ela e sorriu. Era um sorriso genuíno; não havia mais a aspereza presente em seu rosto que costumava lhe cair tão bem. No entanto, ainda havia um ar de brincadeira por trás de seus olhos claros.

— Vou lhe contar um dia — disse ele, tentando esconder um sorriso malicioso. — Você não vai querer ouvir agora. Confie em mim.

Hermione fez beicinho, puxando o macacão dele.

— É melhor você contar — Vê-lo com as roupas da prisão ainda era chocante.

— Eu prometo — disse ele, dando uma leve piscadela para ela.

— Pensei que talvez você estivesse pensando em um nome — acrescentou Hermione, passando o dedo pela bochecha do bebê. Ela ainda não conseguia acreditar no quanto ele era pequeno.

— Precisamos mesmo de um nome — concordou Draco.

Eles ficaram em silêncio em sua contemplação. Hermione achou que nenhum deles queria sugerir nomes que soassem muito trouxas ou muito puro-sangue. A origem do nome realmente não importava para ela, desde que significasse alguma coisa.

— O que vem à mente — Hermione se perguntou, — quando você pensa nele? De nós?

Os olhos de Draco brilharam para ela. Ele parecia hesitante em falar. Sempre haveria a incômoda verdade sobre o motivo pelo qual ela engravidou e suas intenções originais com o ritual de conexão. Mas a memória mais sombria não era o que ela queria insistir.

Hermione moveu a mão para que seus dedos cobrissem os dele.

— Apenas bons pensamentos, lembra?

Ele assentiu.

— Vá em frente, Granger.

Incapaz de esconder seu pequeno sorriso, Hermione pensou melancolicamente no ano passado.

Heartlines and Bloodlines | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora