— Jogo? — A voz de Hermione era pouco mais que um sussurro. Imagens e palavras giravam em sua cabeça, mas ela não conseguia formar mentalmente um único pensamento coerente, muito menos dar uma resposta racional. Ela só o encontrou com a poção porque essa era uma tarefa que lhe fora designada. Era o que ela deveria fazer, não o que ela queria fazer. E ela achava que tinha dito isso a ele.
Com ou sem jogo, a dura realidade permanecia: Draco Malfoy era perigoso. Havia uma boa razão para a poção mágica de supressão. Sem uma varinha, ele era capaz de usar algumas das magias mais sombrias que Hermione já havia testemunhado. Talvez o Ministério tivesse justificado seu pedido para alterar suas memórias junto com os outros Comensais da Morte?
Ela estava em perigo? Um arrepio percorreu sua espinha. No corredor, a poucos passos de seu dormitório, ela mais uma vez se viu muito perto dele. Ele a puxou para si como um ímã; seus reflexos não eram páreos. Ela nem tinha uma varinha para se defender no momento, pois McGonagall a havia enviado ao Ministério para exame.
A resposta dele à pergunta dela foi de indiferença. Seus surpreendentes olhos cinzentos a examinaram mais uma vez, como se estivesse tentando determinar se ela era digna. Por alguma razão inexplicável, Hermione sentiu-se atraída por ele.
Se ela não soubesse o contrário, ele parecia um estudante modelo, bem-apessoado em seu uniforme da Sonserina e com seu cabelo platinado perfeitamente penteado. Ele parecia o oposto de alguém que quase cometeu um assassinato ontem. Embora a expressão dele normalmente fosse gélida e cruel, ela não pôde deixar de notar que desta vez havia uma leveza por trás de seus olhos. Estava longe de ser quente, mas havia algo ali – uma pequena faísca. Sem a poção, era como se Malfoy tivesse voltado à vida. A magia era uma parte essencial do ser de um bruxo. Hermione não conseguia imaginar o quão morto por dentro ele deveria se sentir de outra forma.
Quebrando a interação silenciosa, Malfoy agarrou a mão dela. O coração de Hermione começou a bater rapidamente. Ela se amaldiçoou por corar ao recordar seu sonho sórdido com ele. Aquela onde ele deixou sua marca, cortando sua pele para soletrar 'Minha' antes de descer entre suas pernas.
Malfoy ergueu a sobrancelha para ela, confuso. Felizmente, ele não parecia estar muito consciente do efeito que estava causando nela. Ele simplesmente enfiou o frasco vazio nos dedos dela e se afastou.
Sentindo que ele estava prestes a sair, Hermione recuperou a voz.
— Você não deveria ter feito isso — ela falou ofegante. — Ele poderia ter morrido.
Seus olhos estreitaram o foco e depois escureceram antes de lhe dar um sorriso conhecedor.
— Você deveria estar me agradecendo.
Hermione podia sentir uma tensão crescendo nela. Como ele ousa usar as próprias palavras dela contra ela?
— Estou falando sério — disse ela apressadamente. — Todo mundo pensou que era eu. Quase fui expulsa — Hermione agarrou o frasco com força na palma da mão, reunindo coragem para continuar. — Por que você fez isso?
Malfoy murmurou silenciosamente a palavra 'expulsa' como se fosse a coisa mais ridícula que ele já ouviu. Cruzando os braços, ele ainda estava sorrindo para ela.
— Não te devo explicação de nada.
— Pare de fazer isso! — O pulso de Hermione acelerou. Ela também disse essas palavras. Ela podia sentir sua pressão arterial subindo. Merlin, ele era tão irritante.
— Fazer o que? — Ele a questionou com sarcasmo zombeteiro. Seu tom ficou instantaneamente mais baixo e havia um tom cruel nele.
Hermione suspirou, revirando os olhos.
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Heartlines and Bloodlines | Dramione
FanfictionCinco meses após Harry Potter derrotar Lorde Voldemort, o novo Ministério da Magia está processando os Comensais da Morte em toda a sua extensão, na esperança de erradicar a supremacia do sangue puro da sociedade. Ao retornar como monitora-chefe de...