10 | Eu o matarei

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— Magia de Sangue — Hermione girou a varinha entre as mãos. — É o tipo de magia mais antigo que existe. Há rumores de que Morgan le Fay e Merlin se envolveram com ela. A Magia de Sangue é a magia mais forte conhecida pela humanidade dos magos e é... — Sua voz se arrastou um pouco, — vinculativa.

Os olhos de Malfoy nunca a deixaram. Ele estava recostado casualmente na cama agora, com as costas apoiadas na parede.

— Também é difícil de usar — Hermione olhou para baixo, nervosa, e voltou o olhar para ele. — A Magia de Sangue só pode ser obtida por meio de rituais. Para funcionar, é preciso fazer uma oferenda de si mesmo, o sangue, em troca de poder. Sempre.

— E? — Ele levantou uma sobrancelha para ela. Hermione não pôde deixar de sentir que, embora ele esperasse que ela contasse todo esse conhecimento, havia uma parte dele que ainda estava surpresa; talvez um pouco impressionada.

Ela engoliu.

— Faz parte das Artes das Trevas, obviamente. Portanto, nem é preciso dizer que altera a vida, não é algo que deva ser feito sem cuidado. Pode ser... doloroso. Mas esse é o preço a ser pago. — Mordendo o lábio, ela acrescentou: — Eu só sei sobre isso por causa de minha pesquisa sobre horcruxes. Com esse tipo de magia, não há como voltar atrás. Ela muda você.

— Dez pontos para a Grifinória — o tom de Malfoy era uniforme enquanto a estudava.

Hermione zombou.

— Eu teria me concedido pelo menos cinquenta, mas obrigada.

— Claro que você faria isso. Grifinórios. — Houve uma breve pausa e nenhum dos dois falou por um momento.

— Então, sabendo de tudo isso, você ainda faria isso? — Sua pergunta era genuína, pois seus olhos pareciam procurar qualquer dúvida nela.

Se havia uma vozinha na parte de trás de sua cabeça dizendo para ela desistir agora, ela não estava ciente disso. Ela havia bloqueado tudo, exceto o bruxo de cabelos loiros quebrado à sua frente. Aquele que admitiu que vivia sem um coração. A conversa com McGonagall ainda soava em seus ouvidos. Não era dirigida a ela, mas as palavras a fizeram se sentir ferida. Saber que ele as ouvira de alguma forma piorava a situação.

Ele merece sofrer.

— Sim — disse Hermione sem hesitar. — Suponho que terei de ser eu a recitar os encantamentos, já que tenho a varinha.

— Hmm — ponderou Malfoy, levando a mão ao queixo. — Vamos torcer para que você não faça besteira dessa vez. — O canto de sua boca se fechou em um sorriso condescendente.

Hermione fez uma careta para ele.

— Eu admito. Eu me esforcei demais sob pressão. Não é do meu feitio, mas os feitiços das trevas são cansativos. Então, isso me faz pensar que não podemos realizar apenas um ritual para que eu tenha permissão para entrar em seu cofre.

— Você está certa, Granger. — Malfoy se inclinou para frente, apoiando a cabeça em uma das mãos. Os dedos da outra mão traçavam o padrão floral do cobertor que cobria a cama dela. Ele parecia estar pensando profundamente. — Tenho o livro de feitiços do ritual em meu baú. Ele foi transfigurado para ser um antigo livro de poções. Na verdade, seria melhor mantê-lo aqui. Você pode folheá-lo. Mas se vamos fazer isso, precisamos começar na quarta-feira. É lua cheia.

— Você sabe como isso funciona? — Hermione questionou cautelosamente. Ela não queria parecer muito ansiosa, mas agora estava intrigada. — Nosso sangue será compartilhado?

— É parte disso, tenho certeza. Há uma série de rituais, como você disse, que são obrigatórios. Então, basicamente, cada um de nós ofereceria seu sangue e, em troca, teríamos nossas habilidades mágicas combinadas. A cada ritual, desenvolvemos essa conexão e nossa única fonte de magia aumenta em poder a cada vez.

Heartlines and Bloodlines | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora