Capítulo 1: Proteja Lizzy!

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Newt

Estou no labirinto. O som dos verdugos fica cada vez mais alto, indicando que eles estão mais próximos. Começo a correr. A cada corredor do labirinto no qual eu entro, mais perdido eu estou. Conheço esse lugar de uma ponta a outra; ajudei a montar o mapa que está escondido no meio da floresta da Clareira. Mas de forma alguma encontro a saída. Ouço gritos e reconheço as vozes. Meus amigos. Então, no meio da corrida, tropeço em alguma coisa. Quando olho melhor, não é uma coisa: é o corpo morto de Alby.

Me afasto rapidamente desesperado e volto a correr. Continuo entrando em um corredor após o outro, até tropeçar novamente. Dessa vez, o corpo é de Ben. Levanto pela segunda vez e torno a correr, até tropeçar em outro corpo: Chuck. O ciclo continua: levanto, corro, tropeço no corpo de alguém. Gally. Jeff. Clint. Zart. Até que começo a tropeçar em corpos que não deviam ser corpos. Minho. Caçarola. Winston. Thomas. Mas o que vem a seguir, é o que me deixa mais perturbado. O último corpo no qual tropeço é o meu próprio.

Eu estava da mesma forma de quando me joguei de uma das paredes do labirinto, tentando acabar com a minha própria vida. Esse corpo, no entanto, se move. Levanta a cabeça e de repente percebo que todo o corpo do meu outro eu está repleto de veias sobressalentes azuladas, quase pretas. Isso era o que acontecia com pessoas que eram picadas por verdugos e contraíam o que quer que eles passassem.

- Devia ter se jogado de uma parede mais alta. Seria melhor ter morrido daquela vez. Porque esse - ele apontou pro próprio corpo infectado - é o seu destino. E vai ser um inferno!

Tentei voltar a correr, mas não conseguia firmar minhas pernas. Me arrastei até uma das paredes do labirinto e continuei tentando me levantar. O labirinto. Eu devia estar aqui? Eu não saí daqui?

Olhei para os lados e o cenário havia mudado. Ainda era um corredor, mas não era no labirinto. Eu conhecia aquele lugar, já havia sonhado um milhão de vezes, mesmo sem saber onde de fato era. Era um corredor longo, liso - exceto por algumas portas aqui e ali - e extremamente iluminado.

Em uma das pontas, havia uma garota. A mesma garota de sempre. Ela era uma cabeça mais baixa que eu, cabelos castanhos na altura do ombro e olhos também castanhos. Mas havia algo de diferente em seus olhos: no olho esquerdo, havia uma manchinha azul na íris. Eu não sabia o porquê, mas amava aquela manchinha.

O que eu não amava era o que vinha a seguir. Ela estendeu a mão - pela milésima vez - e fez sinal para que eu me aproximasse. Tentei, mas, como sempre, cada vez que eu andava em sua direção, mais longe ela parecia estar. Comecei andando, mas quando dei por mim já estava correndo a toda a velocidade, sem conseguir alcançá-la. Eu sabia que não adiantava tentar me aproximar - eu nunca conseguia - mas não conseguia evitar; a cada vez, eu sentia aquela vontade crescente de chegar perto dela, de estar com ela. Tentei, tentei e tentei, até sentir mãos me puxando na direção oposta à dela.

De repente, tudo começou a tremer um pouco. O som de um helicóptero soava ao longe. Vozes gritavam comigo.

- Acorde! Acorde! Temos que ir agora!

Acordei com uma mão me puxando. Demorei um segundo para me lembrar do que estava acontecendo. Fomos resgatados. Saímos do labirinto. Alby está morto. Chuck e Gally também. Uma instituição chamada CRUEL nos prendeu e nos testou durante anos. Mas eles foram destruídos. Outras pessoas nos salvaram. Estamos bem.

Os homens que haviam nos tirado do labirinto continuavam a me puxar para fora do helicóptero. Ainda desorientado, firmei as pernas e comecei a correr na direção que eles me indicavam. Era noite. Havia areia para todo lado e um único prédio gigantesco à minha frente, que era pra onde me mandavam ir. Continuei a correr, tentando olhar para os lados para me certificar que meus amigos vinham também.

The Maze Runner: Love Trials [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora