Capítulo 2| Virgem

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Estranho como esse médico está em minha cabeça a todo o momento, a forma dele de agir e me olhar me deixa completamente fascinada por esse homem

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Estranho como esse médico está em minha cabeça a todo o momento, a forma dele de agir e me olhar me deixa completamente fascinada por esse homem. Talvez o fato dele ser um gato ou ele ser diferente de qualquer homem que eu já conheci.

-Senhorita Lopez.-Diz o William entrando pela porta e automaticamente eu fecho o rosto.

-O que faz aqui doutor?

-Hoje o Massimo estará ocupado com outros pacientes, achei que seria uma boa oportunidade pra nós refazermos as pazes.

-Eu não quero refazer algo que nunca existiu.

-Qual é Melissa, para de drama.

-Eu não quero você aqui.

-Eu não me importo, eu sou o teu médico.

-Não é mais.

-Oi senhorita Lopez.-Diz o Massimo.-O que faz aqui Wiliam?-Ele diz e olha pro homem já sentado me olhando.

W-Eu só estava conferindo como está a nossa paciente.

M-Minha paciente.-Ele olha pra mim e levanta a sobrancelha, como se tivesse tentando ler meus pensamentos, eu olho pro outro lado e escuto ele falar. -Já pode se retirar doutor.-Escuto a porta ser batida e escuto uma bufada. -O que ele queria?

Diz aquela voz rouca, imagino que ele esteja se sentando. Dou ou ombros e me levanto da minha cama.

-O que ele queria? -Ele pergunta de novo meio alterado e eu me viro pra ele e arco a minha sombrancelha.

-Ele só queria fazer as pazes.

-Por quê?

-Como que eu vou saber? -Ele se levanta e me olha, ele não está de jaleco, ele está de terno, não tinha reparado em como ele tem tatuagens em suas mãos, não sabia que médico podia ter tatuagens, ainda mais nos dedos. -Bonitas tatuagens, por que está sem jaleco?

-Por que está mudando de assunto? -Ele está sério, por que ele está tão irritado?

-Não quero falar sobre isso.

-Por que não? -Conto vou contar pra ele? Bom...O doutor William é um senhor de mais o menos 60 anos, eu nunca gostei dele, vamos se dizer que teve vezes que ele deu a entender que ele queria...me tocar. Me estuprar pra ser exata. Eu nunca falei isso pra ninguém e ele nunca encostou em mim, eu sempre fiz questão de deixar ele o mais longe de mim o possível. -Por que não? -Ele grita e eu levanto o meu olhar pra ele, sinto que há lágrimas em meus olhos, eu não gosto de pensar nisso.

-Porque não, ok?

Ele se aproxima de mim me fazendo dar alguns passos pra trás e encostar as minhas costas na parede, eu sinto o cheiro dele se aproximando de mim e parece perfume misturado com... uísque? Pode beber no trabalho? Ele cheira próximo ao meu pescoço e eu sinto o meu corpo se arrepiar.

-Ele encostou em ti?-Ele me olha sério e eu nego com a cabeça. Ele me olha parecendo que está me analisando vira as costas e sai.

O resto do dia se passa "normalmente" não vi nenhum dos médicos e as enfermeiras me trazem comida e ficam me dando dicas de alto ajuda, uma vibe mais "você vai conseguir passar por tudo isso se acreditar que é possível" ou "isso é falta de deus" há vai tomar no cú.

Acordo no outro dia e vejo o doutor Massimo de novo, ele está como se nada tivesse acontecido ontem.

-Como está Melissa?-Ele pergunta e eu coço meu olho

-Eu tava dormindo. -Vou até o banheiro e escovo os dentes, volto pro quarto e ele está sentado me olhando.-E você como está?

Ele me olha de cima pra baixo e para em meus seios.

-Por que tá fazendo isso?

-Isso o que?-Digo não entendo a pergunta dele. Ele bufa e pega a sua agenda e me olha novamente.

-Como fez isso?-Ele pergunta e aponta pras minhas coxas que estão com sangue, ontem eu me cortei.

-Quebrei o espelho do banheiro. Meu cortes são lindos não acha? -Eu realmente acho meus cortes lindos, nunca entendi o por que, mas sempre gostei muito deles, mas dificilmente deixo alguém vê-los.

Ele anota algo e me olha, todo que tem um pouco de sangue em sua manga da blusa, é só um pingo, provavelmente ele nem notou que está ali.

-Com quantos anos tu deu o teu primeiro beijo?-Ele pergunta e eu olho pra ele, solto uma risada nasal e ele me olha sem entender.

-É anti profissional como eu te falei.

-Preciso saber se mesmo com tudo, você ainda teve algum tipo de afeto amoroso.

-12 anos.-Minto e ele me olha e nega com a cabeça.

-Onde foi?

-Na...escola.

-Está mentindo. Por que não diz a verdade?

-Não estou mentindo.

-E a virgindade perdeu quando?

-Ano passado. Na praia.

-Está mentindo.

-Não estou.

-Está.

-E você? Quando deu o primeiro beijo?

-Eu tinha 13 anos. Foi na minha "noiva".

-Tu tinha uma noiva aos 13 anos?

-Meu pai era um pé no saco.

-E como foi?

-Normal.

-E a virgindade?

-Na mesma noite, com uma puta qualquer.

Concordo me sentindo incomodada e ele me olha estranho.

-Por que está nervosa?

-Nada.

-Tu é virgem.-Ele diz e eu olho pra ele com os olhos arregalados.

-Não.

-Não foi uma pergunta.

-Por que acha isso?

-Porque é verdade.

-Como sabe?

-Eu sei.

Mostro o dedo do meio pra ele e ele só olha pra mim e trava o maxicilar.

-Não deveria ter feito isso.-Ele simplesmente levanta e sai pela porta me deixando sozinha no quarto. Por um motivo que eu não sei o qual, eu não gostei da forma que ele falou comigo, estou me sentindo mal.

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu volto pro banheiro, pego um pedaço do espelho e passo na minha barriga o mais fundo que consigo, passo pelos meus braços e coxas também.

Me sinto tonta.

Acordo e estou com um agulha enfiada no meu braço, onde caralho eu estou?

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