Capítulo 14| Mãe

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-Por que eu não posso entrar?-Grita uma mulher do lado de fora, Massimo saiu tem algumas horas e eu nem sei se voltará hoje

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-Por que eu não posso entrar?-Grita uma mulher do lado de fora, Massimo saiu tem algumas horas e eu nem sei se voltará hoje.

-Deixe a senhora entrar. -Eu grito e um dos seguranças me olha e nega com a cabeça. -Você sabe o que o Massimo iria pensar se soubesse que você me deixou triste?

O homem nega novamente com a cabeça.

-Então eu vou sair. -Digo indo em direção do portão e todos os guardas ficam me olhando. -Abram essa merda.

-Quem é você? -Diz a mulher olhando pra mim, parece encantada.

-Abre agora. -Eu digo e o portão se abre.

-Quem é a senhora?

-Marta D'argento.

-D'argento?

-Mãe do Dom Massimo D'argento.

-Mãe do Massimo? Aí meu Deus, Massimo me disse que a senhora estava morta.

-Não querida, pra Massimo o que eu fiz foi pior que a morte.

-Entre e vamos conversar, quem sabe vocês podem fazer as pazes.

Estou fazendo uma torta de maçã enquanto a senhora está sentada em uma cadeira me olhando curiosa.

-Eu não sei cozinhar muitas coisas, mas minha mãe me ensinou a cozinhar essa torta, fica perfeita.

-E quem é sua mãe?

-Bom...alguém que graças ao meu pai eu não poderei ver tão cedo. -Digo colocando a torta no forno e acabei me lembrando que nem me apresentei. -Ai que vergonha, acabei nem me apresentando. Sou Melissa Lopez.

-Prazer, o que você é do meu filho?

O forno está programado, então em 40 min a torta vai estar pronta.

-Eu não sei dizer, a gente se conheceu tem um tempo.

-E está morando aqui?

-Aham.

-Nossa, isso não tinha acontecido nem quando a Jena engravidou.

-Soube da história?

-Ainda mantenho contato com algumas pessoas bem fofoqueiras. -Damos risadas e ela continua falando. -Eu vou começar a te contar a história do porque eu e Massimo não nos falamos mais, e espero que você consiga amolecer o coração do meu filho.

-O que aconteceu? -Pergunto me sentando no balcão.

-Começou em 1977 eu tinha 17 anos e nunca tinha nem visto um homem direito além de meu pai, um dia eu fugi para floresta, eu amava lá, tinha um rio e eu podia ficar olhando os Peixinhos. -Marta sorrio triste e continuou. -Apareceu um homem lá e ele era lindo, alto e completamente louco quando se tratava de mim, meu Deus eu amei demais esse homem e um ano depois nos casamos ele pediu minha mãe foi super cavaleiro, aí eu descobri que ele trabalhava para um cara muito perigoso e isso me assustava, com medo, eu tinha me casado e me entregado e agora estava grávida de um homem que trabalhava com algo que poderia matar a gente algo que poderia tomar ele e meu filho de mim, e bom meu filho já estava em meu ventre. -Ela suspira e suas lágrimas escorrem de seus olhos.

-Massimo cresceu sendo treinado para trabalhar para máfia, quando tinha seus 17 anos o seu pai sobe ao poder eu amava demais o Fernando. Porém meu amado traiu sua máfia, apesar de tudo, Massimo decidiu continuar na máfia, mostrou seu poder e lealdade ao conselho e prometeu lhe entregar a cabeça de seu pai. -Entrego com copo da água a mesma que bebe devagar e me devolver.

-Eu amava meu marido e sabia que ele precisava de mim, para sobrevivermos Fernando continuou sua aliança com uma gangue, algo mais por de baixo dos panos.

-Eu descobri que estava grávida de uma menina e Fernando me obrigou a abortar, literalmente apontou uma arma pra minha cabeça e me obrigou a abortar a Martina, eu fui amarrada e arrancaram a minha menina de mim, nunca mais olhei na cara de Fernando e fugi com um dinheiro que eu tinha guardado. Me contaram que ele me procurou por todos os cantos, ficou louco sem a minha presença, transava com prostitutas e...-Ela para de falar.

-Depois de uns anos ele descobriu que o Massimo ia ter um filho, eu tentava voltar a fazer parte da vida do Massimo porém ele não aceitava o fato de eu tê-lo deixado. Ele matou o filho do Massimo e além de frio agora meu menino não sentia mais nada, um ano depois Fernando foi internado em uma clínica psiquiatra, ele já estava velho e doido, bebia todos os dias e tentou se matar. Apesar disso andava cheio de seguranças e Massimo descobriu e não sei como entregou a cabeça de seu pai ao conselho.

-Eu sinto muito. -Eu digo apesar de saber que eu ajudei a matar esse homem e ele quase me estrupou.

-Não sinta. -A voz rouca de Massimo ecoa pelo ambiente e eu me viro pra ele, ele vem ate mim, segura minhas bochechas, minha boca faz um biquinho e ele me dá um selinho demorado. -O que faz aqui Marta?

-Havia boatos de que você se apaixonou. Queria ver com meus próprios olhos.

-E decidiu contar essa história de merda pra Melissa? -Ele abre minhas pernas e fica apoiado no meio delas enquanto olha pra mãe.

-Eu achei que ela deveria saber.

-Eu ia contar, não em um ambiente merda em uma tarde da qual eu queria chegar em casa e transar.

-Não fala assim Massimo. -Minhas bochechas esquentam e me escoro em seu peito e sinto suas mãos grandes em meus cabelos.

-Se você puder sair e deixar continua com meu plano eu agradeço. -Ele diz e ela suspira triste com os olhos ainda inchados.

-Meu filho...

-Meu nome é Massimo.

-Entenda...

-Eu não quero entender nada, só quero que saia da minha casa.

Abaixo meu olhar e o forno apita, desço do balcão e tiro a torta de dentro do forno, Massimo sorri com o cheiro indo até seu nariz.

-O cheiro está divino meu amor. -Ele diz cheirando meus cabelos e não sei se ele está falando de mim ou da torta.

-Então por que não come? -Eu peço baixinho só pra ele escutar e o mesmo da um suspiro rouco. Ok, não estamos falando da torta.

-O cheiro está ótimo Melissa, precisa de ajuda pra desenformar?

-Magina, vou desenformar e já sirvo.

Ela concorda com a cabeça e Massimo vai em direção a porta da cozinha.

-Vou tomar um banho, me espere pra comer a torta. -Concordo com a cabeça e Marta sorri triste vendo que ele nem olha mais pra mesma.

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