𝙱𝚘̂𝚗𝚞𝚜 𝚙𝚝𝟹

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ℙ𝔸ℝ𝕋𝔼 𝟛
𝚃𝚑𝚎 𝚙𝚎𝚛𝚏𝚎𝚌𝚝 𝚕𝚒𝚏𝚎 𝚘𝚏 𝙺𝚃𝙷

Taehyung on

Não tem nem como descrever a sensação de encontrar ela no chão do corredor, sangrando. Eu já tinha visto mais sangue que isso, mas porra essa era a minha garota, minha futura noiva e mãe do meu filho.

Parecia que minha alma tinha se desprendido do corpo. Meus conhecimentos sobre gestação pareciam não fazer sentido agora. Ela era jovem. Era seu primeiro filho. Eu não entendia.

— (S/N)! - tentei ver seus sinais vitais, mas senti que não ia conseguir sozinho.

A peguei no colo e levei até o carro. Isso não ia acontecer comigo, com a gente. Eu preciso dela, preciso do meu filho. Não quero nem repassar as possíveis causas porque todas as consequências são ruins. Aborto espontâneo é uma delas e não sai da minha cabeça.

— Meu Deus! O que houve? - minha colega de trabalho me ajuda a colocá-la na emergência e tentei explicar, mas ela nota que eu não estava em condições.

— Eu vou cuidar bem dela. Prometo. - assenti e esperei enquanto levavam ela para a sala de cirurgia.

Acho que Hazel tinha dito algo como anemia, gêmeos e desidratação. Gêmeos? Como assim gêmeos? Fui atrás dela, subi no mezanino sem que me vissem e assisti Hazel forçar a saída dos meus filhos da barriga da (S/N).

— Melhor fazer esses bebês chorarem. - ralha com o subordinado dela e meu coração aperta.

Ela usa o desfibrilador na mãe e não tem reação, aumenta a voltagem e tenta de novo.

— Droga, (S/N). - xinga e me viro para não ver mais o que ia acontecer.

Não acredito que vai me deixar assim.

Ouvi os choros dos bebês e deixei que as lágrimas caíssem. Não era pra acontecer assim. Não era pra ser assim. Mas meus filhos estão bem.

— Eles são saudáveis. - fico aliviado ao ouvir isso. Mas ao mesmo tempo ouço o som do monitor virar um som contínuo.

— Não! - Hazel quase monta na maca e faz massagem cardíaca nela. - Vamos, (S/N)! Seus filhos precisam de você. - o desespero evidente em todos os movimentos de Hazel me deixa aflito.

Demorou. Demorou minutos desgraçados até voltar a bipar. Ela está viva, Taehyung. Encaro seu corpo aberto na maca e a pulsação voltar ao normal.

— Foi por pouco. - Hazel sorri aliviada.

Agora que a minha pressão voltava a subir, pude ver melhor meus bebês, que agora estavam sendo higienizados. Lindos. Imagino que o que venha em seguida é ela ser entubada. Seu corpo acabou de passar por um estresse absurdo.

— Sei que está aí, Taehyung. - nossos olhos se encontram. - Ela lutou hoje. - assenti.

— Obrigado, Hazel. - falo pelo microfone e saio dali direto para a neonatal, um lugar que virou minha segunda casa praticamente.

Vejo meus pacientes ao lado dos meus filhos e só penso na sorte que eu tenho de tê-los agora. (S/N) agora deve estar acamada e eu não consigo vê-la nesse estado agora. Observo uma movimentação e percebo que são as enfermeiras que sempre tiveram muito carinho por mim que vieram me parabenizar.

(S/N) sempre teve tanto ciúmes do pessoal do hospital, eles de fato são um pouco intrometidos, mas saber que nossos filhos estão recebendo carinho nesse momento é tudo que eu mais queria. Hazel me encontra no corredor e sorri empática.

𝚃𝚎𝚊𝚌𝚑𝚎𝚛'𝚜 𝚙𝚎𝚝Onde histórias criam vida. Descubra agora