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--- Se não tivesse uma pandemia rolando, eu com certeza estaria caindo de bêbada em uma balada agora.--- Murmure batendo palmas junto a abertura de friends.

--- Você bate palmas na abertura?--- Natasha arquea a sobrancelha rindo ao ve-lá assentir.--- Eu nunca fui numa balada.

--- Nossa...--- Põe a mão em seu peito olhando para a ruiva que tomava seu sorvete olhando para a TV.--- Quando a pandemia acabar eu vou te levar a uma balada, vai ser incrível.

--- Aham...

--- Tudo bem?--- Franze a testa vendo seu olhar perdido.--- Natasha?

--- É...--- Balança a cabeça colocando a taça do sorvete sobre a mesa.--- Quer ver uma coisa legal?

--- Acho que sim...--- Coloca a mão sobre a da ruiva que a coloca contra sua barriga.--- O que voc... Aí meu Deus.

--- Legal, né?--- Sorri vendo o olhar de Wanda em sua barriga.--- Tem uma pessoa aí dentro chutando a minha pele por dentro.

--- Tem uma jogadora de futebol aí dentro.--- Continua a passar a mão pela barriga de Natasha que assente.--- Isso não dói?

--- Não...--- Sussurra vendo-a se afastar levantando.--- É estranho, no começo.

--- Eu vou arrumar o quarto, para você. Tá bom?

--- Tá.

(...)


--- Deixa eu ver se eu entendi, você adotou uma mulher grávida, cujo o marido morreu com a praga?

--- Eu não adotei ela...--- Sussurra olhando para o teto.--- Mas a ideia de adotar a filha dela não me parece ruim

--- Quem é você e o que fez com Wanda Maximoff?--- Escuta a voz de Agatha através de seu fone.--- Você nunca nem pensou em namorar e quer casar e adotar a criança de uma mulher que você conheceu a dois dias?

--- Não sei...--- Morde o lábio pensando na ruiva dormindo do outro lado do corredor.--- É que a vida é curta... Tem milhares de pessoas morrendo no mundo, eu posso morrer amanhã e...

--- E aí decidiu pegar uma família que já tá pronta?--- Revira os olhos com a resposta da amiga.--- Com um cachorro e um bebê.

--- É uma bebê.--- Resmunga se sentando na cama.--- É que... Ela é tão linda Agnes, e ela parece tentar esconder a doçura dela com aquela pose de marrenta, se você visse ela você ia entender.

--- Pelo que me contou da moça... Ela não tenta esconder a doçura dela, foi tirado dela essa direito.

--- Como assim?--- Puxa o cobertor contra seu corpo franzindo testa.

--- Uma infância difícil, ser órfã, ser adotada e devolvida para o orfanato.--- Responde com um tom sério.--- E depois um relacionamento tóxico, uma vida assim pode fazer muito mal 

--- Relacionamento tóxico? Ela disse que ele era o melhor marido do mundo.--- Volta a se deitar pensativa.

--- E um bom marido manipula a esposa para engravidar?

--- Se ela souber que eu te falei isso tudo vai trancar a porta e não vai mais me deixar entrar.--- Volta a olhar para cima balançando a cabeça.--- Acha isso mesmo.

--- Eu sou psicóloga Maximoff, presta atenção na tia...--- A mulher resmunga com impaciência.---  Um relacionamento começa maravilhoso, com um namorado que é um príncipe que faz ela acreditar que ele é bom, aí manipula ela, tem excesso de ciúmes, de controle, manipulação emocional, aí quando a mulher vai ver ela tá grávida de uma criança que ela nem queria porque a empresa do "príncipe encantado" precisa de um herdeiro.

--- Olha, agora eu meio que tô feliz pelo marido dela ter morrido.

--- Eu nem conheço ela e eu também.

(...)

--- Por que eu faria isso?--- Wanda escuta a ruiva resmungar com o celular contra seu ouvido enquanto fecha a porta do apartamento.--- Fala sério Steve, é mais fácil ele vender a empresa do que fazer isso, ou seja, o responsável vai ser você, além disso, você era o vice presidente do James.

--- Eu trouxe o café.--- Se sente no sofá colocando uma garrafa de café sobre a mesa.--- Eu acordei e você não tava no quarto de hóspedes, achei que você tinha fugido.

--- Não, eu vou resolver tudo isso por videoconferência.--- Murmura andando pela sala sob o olhar atento de Wanda que se mantém em silêncio a ouvindo.

--- Você parece um pouco agitada hoje.

--- Eu tô com vontade de jogar esse celular pela janela.--- Se senta ao lado de Wanda fechando os olhos.

--- Eu trouxe café.--- Volta a falar sorrindo.

--- Que bom, eu tenho uma videoconferência com os acionistas da empresa e meu ex sogro, então vai ser um dia bem estressante.

--- Seu sogro perdeu o filho e tá preocupado com a empresa?--- Morde o lábio vendo seu olhar.--- Desculpa, eu falo demais.

--- Eu tô me acostumando com isso.--- Fecha os olhos encostando a cabeça no sofá.--- Se não tivesse no meio de uma pandemia eu ia pegar um avião e ir pra bem longe.

--- Se quiser ir de carro eu dirijo.--- Murmura fazendo-a rir balançando a cabeça.

--- Conhece algum advogado?--- Pergunta pensativa.

--- Que?--- Inclina a cabeça para o lado em confusão.

--- Preciso de um advogado, vender as minhas ações da empresa.--- Olha para cima pensando.--- E de um novo emprego, talvez.

--- Ou descansar talvez.

--- Talvez...--- Se arruma no sofá olhando para Wanda.

--- Tudo bem?--- Pergunta pegando a mão de Natasha que balança a cabeça.--- Tem alguma coisa que eu possa fazer por você?

--- É que... Você é a primeira pessoa com quem eu converso de verdade, em muito tempo.--- Brinca com os dedos de Wanda evitando olhar para seus olhos.--- Eu não sabia que sentia falta de falar com alguém assim, sem brigar.

--- Bom, meio que você briga comigo toda vez que eu entro aqui sem permissão.--- Murmura sorrindo enquanto ignora seu coração pulando em seu peito.

--- Esse tipo de briga não conta.--- Responde erguendo o olhar para o seu.

--- Natasha... Eu quero...--- Morde o lábio pensando.--- Quero ser sua amiga, de verdade, se você quiser uma amiga enxerida, como eu, é claro.

--- Pior que eu quero.--- Assente sorrindo.

--- Tá bom então, amiga.--- Aperta a mão da ruiva que ri.--- Esquece essa coisa da conferência ou sei lá oque.

--- Videoconferência.--- Corrige vendo-a se levantar.

--- Isso, esquece essa coisa aí e vamos sair.

--- Tem uma pandemia lá fora, Wanda.

--- No lugar onde nós vamos não tem vírus, eu prometo.

PandemiaOnde histórias criam vida. Descubra agora