--- Você quer ir a um encontro?--- Pergunta sentindo a mão de Natasha fazer carinho em seu rosto.
--- Não podemos sair, tem uma pandemia lá fora wanda.--- Franze a testa se afastando.
--- Confia em mim?--- Agarra sua mão fazendo beicinho.--- Eu acho que ganhei um pouco da sua confiança nos últimos dias, eu prometo, por tudo que é mais sagrado que eu nunca te colocaria em perigo.
--- Tá bom.--- Responde fazendo-a sorrir se levantando.--- É, eu tenho que sair amanhã pra ir no...
--- Achei que você tivesse acabado de falar que não pode sair.--- Murmura abrindo a geladeira da ruiva.
--- Não é por qualquer coisa, eu ainda tenho que fazer pré natal.--- Comenta atraindo o olhar de Wanda.--- A minha obstetra mandou uma mensagem falando que eu preciso conversar com um especialista em lactação e uma doula, seja lá oque for isso.
--- Doula, é um nome engraçado.--- Volta a se aproximar do balcão para passar o requeijão no pão.--- Eu vou com você.
--- Você não precis...
--- Eu tô muito curiosa pra saber oque é uma doula.--- Coloca o pão no prato de Natasha que assente.--- Eu vou estar aqui para oque você precisar, Natasha. É sério.
--- Você é tão...--- Olha para o prato pensando.--- Fofa.
--- Eu vou aceitar essa elogio.--- Fecha os frascos sorrindo.--- Por enquanto.
--- Por enquanto?--- Apoia o cotovelo na mesa observando seu rosto.
--- Talvez, algum dia, se eu tiver sorte...--- Volta a se sentar umedecendo os lábios.--- Você me chame de amor e não de fofa.
(...)
Cinco dias depois
--- Você vai sair com a Merida grávida ou vai para um desfile?
--- Acha que é muito cedo pra beijar ela?--- Deixa o pincel de lado olhando para Agatha que estava com um olhar entediado no celular.--- Ela tá viúva a vinte de três dias, talvez eu devesse ter esperado um mês pra chamar ela para sair, pelo menos, o que é que eu tava pensando?
--- Ela aceitou, não foi?--- Pergunta fazendo Wanda assentir.--- Se ela aceitou é porque ela se sente pronta, e sobre o beijo... Vai nessa, beija a mulher, a única coisa que impediria vocês duas nesse momento é a praga, e vocês duas não então doentes, então...
--- Eu nunca senti isso antes, por ninguém.--- Pega o celular ouvindo a risada da amiga da outro lado.--- Eu tô apaixonada por ela, Aggie.
--- Não.--- Debocha fazendo Wanda revirar os olhos.--- Você tem certeza? Nem parece...
--- A Natasha, ela... Toda vez que eu coloco os meus olhos nela, eu sinto cada célula de meu corpo se agitar e tirar os olhos dela é praticamente impossível.--- Morde o lábio contendo um sorriso.--- Pode ser precipitado, mas olha o que tá acontecendo lá fora, tem milhares de pessoas morrendo todos os dias, a Itália tá quase sem habitantes, o mundo tá entrando em colapso. Então que se dane, eu posso morrer amanhã, espero que eu não morra, mas eu vou fazer isso, eu vou ficar com ela, se ela quiser, é claro.
--- Que linda.--- Agatha comenta rindo.--- Isso em três semanas, em três meses vão estar casadas?
--- Ah, cala a boca.--- Resmunga se levantando com o celular na mão enquanto caminha em direção a sala.
--- Beija a garota pingo de ouro.--- A mulher continua a falar enquanto Wanda sai do apartamento fechando a porta.--- Tadinha, ela tá carregando uma pessoa dentro dela. Ouvi dizer que grávidas tem bastante hormônios.
--- Tchau Agatha.--- Desliga celular se colocando de frente para a tocar a campainha se mantendo em silêncio enquanto espera Natasha atender a porta.
--- Desde quando você fica aí fora e não entra depois de bater?--- A ruiva pergunta ao abrir a porta e Wanda sorri lhe observando sentindo uma espécie de calor reconfortante tomar conta de seu corpo, ela é tão linda.--- Wanda?
--- Você tá muito linda.--- Murmura tentando não parecer boba, enquanto a observa com cuidado, parando o olhar em sua barriga.--- É impressão minha ou sua barriga cresceu?
--- Na verdade é a roupa...--- Responde olhando para baixo.--- As outras que eu normalmente uso são um pouquinho mais largas. E você também tá muito bonita.
--- Vamos?--- Estende a mão para Natasha que se afasta.--- O que foi?
--- Tenho que pegar uma máscara, é um casaco.
--- Não precisa.--- Agarra sua mão a puxando.--- Vão vamos sair do prédio.
--- Ahnn, tá bom...--- Murmura vendo-a fechar a porta sem soltar sua mão.
--- Eu pensei muito, tive cinco dias.--- Comenta a guiando até o elevador.--- Eu gosto de cinema, mas como todos os cinemas do mundo estão fechados então, eu tive que improvisar um pouco.--- Ergue seu celular na mão livre fazendo Natasha franzir a testa enquanto as portas do elevador se fecham.--- Qual é, vai ser divertido.
--- Eu sei que vai.--- Sorri apertando sua mão.
--- Vai me dizer o que você tem?
--- Eu...--- Morde o lábio vendo as portas do elevador se abrirem.--- Ne trouxe pro terraço?
--- É, eu prometi que não íamos sair do prédio...--- Sussurra observando-a soltar sua mão olhando ao redor.
--- Montou um cinema?--- Se vira sorrindo.--- Eu amei.
--- Graças a Deus...--- Suspira aliviada enquanto a segue até às almofadas.--- Fiquei com medo de você achar sem graça e bobo.
--- Eu achei adorável.--- Murmura se sentando enquanto Wanda conecta o celular no aparelho perto da tela.--- O que vamos assistir?
--- Eu ia te perguntar isso.--- Responde abrindo a netflix.--- Não tem nenhuma idéia?
--- Não...--- Balança a cabeça dando de ombros.--- Pode escolher.
--- Não, eu quero que você escolha, é importante.--- Se vira para a ruiva que franze a testa negando com a cabeça.--- Por favor Natasha.
--- Tá bom...--- Olha para a tela pensando.--- Aquele.
--- Orange is the new black?--- Pergunta e morde o lábio vendo-a assentir.--- É uma série, não um filme.
--- Por mim tudo bem.--- Desvia o olhar aconchegando entre as almofadas.
--- Tá bom, você quem manda.--- Coloca a série para se colocar ao lado de Natasha puxando uma caixa de pizza que estava em embaixo de uma coberta.--- Aqui.
--- Obrigada.--- Dá um beijo na bochecha de Wanda que sorri antes de pegar uma fatia da pizza.
--- De nada.--- Passa a mão em sua bochecha sorrindo.
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Pandemia
FanfictionWanda e Natasha moram no mesmo prédio. Wanda nunca havia reparado o quão linda a ruiva era até que o cachorro de Natasha passou a latir durante toda a madrugada, durante uma pandemia.