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Any Gabrielly

Quando se passa das sete, discutimos o que seria nosso jantar, e nada mais adulto vindo de duas adultas a não ser: Pedra, papel e tesoura.

– Vai, pedra, papel, tesoura.– Mostramos nos dedos, eu tirei papel e ela... tesoura. – Ganhei! Você pega nosso jantar.

– Eu odeio você! – Declaro, retirando a almofada do meu colo e pegando as chaves do meu velho carro, rezando para que ele não me deixe na mão.

– Eu amo você! – Diz assim que fecho a porta, falsa.

Aperto o botão do elevador que fica verde, brinco com o chaveiro de morango na chave enquanto espero, rapidamente as portas se abrem revelando ele vazio, agradeço já que eu odeio pegar elevador lotado.

Batucando os dedos no metal vejo os números diminuírem até o primeiro andar. Quando saio na garagem avisto o carro de Josh, ele deve estar com Lamar, espero não vê-lo. Entro no meu velho carro e fecho os olhos ao girar a chave, rezando que ele ligue de primeira e... Bingo!

Saio escutando a música que toca aleatoriamente na minha playlist e batucando a melodia no volante. O restaurante fica um tanto longe da casa de Heyoon e por isso disputamos o pedra, papel e tesoura mesmo sabendo que de todas as formas eu iria dirigir até lá.

Estaciono em frente ao restaurante que sempre vamos. Desço apertando o alarme do meu carro mesmo sabendo que ninguém quer essa lata velha. Ao entrar no estabelecimento entro na fila e fico rolando o feed do Instagram despretensiosamente.

A fila está realmente grande mas não por menos, esse lugar é bem conhecido por sua qualidade e eficiência. Enquanto estava na fila sinto mãos em minha cintura e congelo.

– Se você quer mesmo mostrar pro seu ex que aquele beijo valeu a pena, sorria.. – Josh diz, parando atrás de mim, envonvedo seu braço em minha cintura me dando um tremendo susto.

– Poderia me avisar que pelo menos você estava me seguindo? O susto seria menor. – Reclamo baixo para que Tyller não ouça. – Ele está muito perto?

– A uma pessoa de você. – Revela.

– Droga! – Digo baixo, Josh está perto demais e isso não é confortável, pelo menos para mim.

– Apenas finja.

A fila anda e com isso tento ao máximo ficar longe de Josh mas não consigo. Respiro fundo e então resolvo perguntar.

– Por quê está me ajudando?

– Você quem me colocou no meio dessa sua história, me beijando sem ao menos nunca termos nos visto. – Responde baixo em meu ouvido, olhando para o lado inferior onde estou.

– Foi só aquela vez. – Rebato.

– E da outra vez que invadimos a casa do seu ex?

– Você quem surgiu do nada e quis arrombar a porta, não pedi nada a você. – Me defendo.

– E quando você bebeu todas e quem seguro seus cabelos para você vomitar?

– Segurou por vontade própria, não pedi que segurasse.

– Quatro pontos para você. – Seu hálito quente em meu pescoço me faz arrepiar, não consigo evitar, é involuntário e até insuportável o efeito que ele causa em mim sem motivo nenhum.

– Então estamos contando os pontos, se eu vencer, o quê eu ganho com isso? – Questiono quando a fila anda, dando um passo para a frente.

– Não sei, talvez eu a convide para jantar.

ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora