Chance

020

Any Gabrielly

Quando adentro o quarto de Josh fico imprecionada com o tamanho, o quarto em tons escuros remete bem o estilo de Josh já que todas as vezes que o vi, estava com roupas em tons escuros ou pretas. Inclusive a blusa que estou usando é preta mas está desbotada, como se já tivesse sido usada a bastante tempo.

- Se sinta a vontade, vou pegar roupas de cama e um travesseiro.

Josh caminha até um armário no canto do quarto e retira um travesseiro de lá, deixa sobre a cama e se direciona ao guarda-roupas, retirando de lá uma bermuda de linho preta.

Deixa a mesma em cima da cama e retira sua camisa enquanto assisto isso ao vivo e meu Deus, ele tem um belo corpo, talvez o corpo mais defindo que já vi na vida, agora percebi que tem duas tatuagens, uma delas é uma flecha e a outra circula seu braço musculoso, não é atoa que ele tem esse jeito, é bonito, as mulheres se jogam para cima dele e com isso tudo explica sua personalidade.

- A cama não irá morder você. - Josh diz antes de fechar seu guarda-roupas e me encarar já que estou de pé, olhando para o mesmo.

- Eu sei.

Josh assenti, pegando o travesseiro e a bermuda que retirou do guarda-roupas saindo do quarto. Quando a porta está fechada e os seus passos diminuem gradativamente solto o ar que nem percebia que prendia, o quê que foi isso? Que homem é esse?

Calma Any, respira e não pira.

Suspiro cansada olhando para a enorme cama ao meu lado, só quero me jogar nela e esquecer que tudo na minha vida ultimamente anda de mal a pior gradativamente, preciso confiar que as coisas vão melhorar mas com tudo dando errado na minha vida é difícil acreditar no contrário.

Fico olhando para a cama e mordo meu lábio ao ver o travesseiro de Josh, como eu sei que ele dorme nele? Está mais fundo do que o outro que parece novo. Me deito no lado mais usado da cama e o perfume de Josh inunda meus sentidos, me cubro e fico ali, olhando para as paredes sem sono, Heyoon ficará doida se souber disso, Sina e Shivani irão rir da minha cara pois a minha má sorte é diversão para mimhas amigas.

Fecho meus olhos e respiro fundo e me forço a dormir mas é inútil, o sono que tinha se foi, e a preocupação volta. Eu preciso do dinheiro mas se for pedir ao meu chefe, ele me dará a única alternativa que lhe convém: que trabalhe no horário da noite, pois os funcionários da noite recebem mais por causa das confusões, brigas e desentendimentos dos clientes, fora os clientes bêbados e insuportáveis.

Essas pessoas ganham duas vezes mais que eu mas acho que o andar de cima não é minha praia. Além de que o ambiente é mais caótico do que a lanchonete, vamos dizer que o clima esquenta no andar de cima por ser uma balada. Sina já teve curiosidade de saber como é lá em cima mas disse que só vai se Noah ir com ela.

[...]

Acordo com meu despertador fiel da sete da manhã, trabalho as oito mas as vezes gosto de acordar mais cedo e tomar um café reforçado e com calma.

Me levanto sentindo todo meu corpo doer e minhas costas estalarem. Que droga, eu não tenho escova de dentes, como vou escovar os dentes?

Abro a porta do quarto de Josh e vejo as luzes da sala apagadas, ele ainda deve estar dormindo.

Caminho até a sala o encontrando dormindo em seu sofá, sua expressão serena e seus cabelos loiros encaracolados dão impressão de um anjo, um anjo bem perverso e sexy.

Afasto esses pensamentos e olho para sua cozinha, ele não se importará se preparar o café da manhã não é? É uma forma de retribuir seu gesto... Caridoso por me abrigar por essa noite.

Abro sua geladeira e vejo ovos, leite e geleia. Abro os armários e vejo pães e biscoitos, acho que irão servir. Pego tudo e monto uma mesa de café da manhã, faço ovos mexidos e panquecas, também preparo um café fresco para acompanhar. Quando virava as panquecas sinto alguém atrás de mim e me viro encontrando Josh, apoiado no armário da cozinha, seus cabelos bagunçados e sua cara sonolenta o deixam lindo, eu não deveria estar dizendo isso a mim mesma.

- Bom dia bela adormecida. - Digo irônica e sua cara de quem recém acordou não é das melhores mas ele sorri, sorri ao ver que preparo panquecas.

- O quê você está fazendo?

- Preparando panquecas. - Digo como se fosse óbvio. - Algum problema? Eu sei que deveria pedir licença mas você estava dormindo e achei que preparar seu café da manhã seria uma boa forma de recompensar a estadia em sua casa já que me ofereceu sua cama e dormiu no sofá.

- Não precisava fazer isso só porque deixei você dormir aqui. Mas já que já está preparando, irei adorar experimentar... Suas panquecas. - Ele umidece os lábios e me olha dos pés a cabeça e fico desconcertada e minha bochechas esquentam.

- Você preferi suas panquecas douradas?

- Tanto faz. - Agora sua voz é grossa e baixa, me causando arrepios. Estou de costas mas sei que me olha pois eu sinto isso, seus olhos percorrem meu corpo já que estou com sua camisa e minhas pernas estão a mostra.

Desligo o fogo e pego o prato com as panquecas, as coloco ao lado de Josh que não se mexe, está no mesmo lugar desde que chegou na cozinha. Seus olhos percorrem meu braço até chegar em meu rosto e por alguns segundos todo o som de fora foi anulado.

- Coma, acho que você está com fome. - Digo simples, enquanto Josh ainda me olha, estamos a poucos sentimentos um do outro.

- Seria desfeita já que você quem fez. - Diz olhando em meus olhos e um arrepio me toma ao seu olhar.

Me afasto e quando estou de costas suspiro me afastando, indo até o fogão, onde estão as outras panquecas. Me sirvo e comemos em silêncio enquanto tento não direcionar meu olhar a ele.

- Não precisa ter medo, eu não mordo. - Sussurra ao levantar o olhar para mim enquanto mastiga.

- Falar de boca cheia é feio sabia. -Digo disconversando.

- Você parece minha mãe. - Diz, ao caminhar até a geladeira e pegar a garrafa de suco natural o colocando em cima do armário e servindo um copo do mesmo. É inevitável não olhar seu tronco nu enquanto bebe um mísero copo de suco, que droga.

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