Any Gabrielly
Ao chegar em seu apartamento, enquanto espero que Heyoon abra a porta, brinco com os cachinhos loiros do cara que me carrega, são tão macios que perfumados, cheiro de homem forte, que da medo. Beijei o cara certo na frente de Tyller.
Ao entrar, Josh me coloca no sofá e sinto meus músculos reclamarem, eu estou ferrada daqui algumas horas.–Pronto, está em casa. – Josh diz arrumando sua camisa branca que por sinal fica lindo nele. Espera, o quê?
– Obrigada Josh, acho que não conseguiria trazê-la sozinha.
– Disponha. – Ele entrega um papel para Heyoon que nem me atento a ver do que significa. – Boa noite Any, espero que se recupere da ressaca.
– Irei cuidar dela, pode deixar.
Assim que Josh sai pela porta me jogo no sofá e acabo dormindo por ali mesmo. Mas não durou muito tempo, já que Heyoon não me deixaria dormir toda torta no sofá. Heyoon possui um quarto de ospedes em seu apartamento, já dormi aqui algumas vezes, todas elas quando discutia com Tyller, só de lembrar desse canalha sinto repulsa.
– Está entregue. – Heyoon informa quando retira meu braço de seu pescoço e assim caio na cama. – Não queria ser você daqui algumas horas.
– Nem eu. – Concordo com o rosto afundado no travesseiro.
– Boa noite cabeça de vento. — Heyoon diz ao desligar a luz.
– Boa noite sua vaca!
[...]
Esse barulho está dentro da minha cabeça ou é impressão minha? Meu celular com quatro por cento de bateria vibra sobre a cabeceira da cama me fazendo bufar, teria ter nascido rica, não trouxa.
Me levanto e sinto os efeitos da noite passada. Minhas costas doem e percebo que dormi com o vestido de Heyoon, flashbacks da noite anterior me vem na cabeça, desde que peguei Tyller na cama com outra. Tudo isso circula minha mente e aí uma coisa se confirma: Eu sou a ovelha negra da família.
Como eu vou dizer para minha mãe que está tudo bem se eu não tenho onde morar? O quê eu vou fazer agora? — Me sento na cama e observo o lado de fora da janela, o dia está lindo não para meus olhos que estão doendo.
– Bom dia! – Heyoon diz alegre ao entrar no quarto.
– Se falar mais baixo ele ficará melhor. – Peço, massageando minhas têmporas.
– Tome. – Ela me entrega dois comprimidos e um copo d'água.
– Obrigada.
Ponho o comprimido sobre a língua e bebo a água que Heyoon me deu. Minha cabeça parece que vai explodir e meu corpo dói. Percebo que ainda uso o vestido de heyoon e entendo a dor, ele é um vestido apertado e não recomendado para dormir.
– Aqui estão suas roupas, como sempre esquece algumas peças de roupas aqui em casa, acho que alguma delas estará mais ou menos para você trabalhar. É o que tenho, você não se ajuda né Any.
– Nem vem, sermão essa hora nem pensar.
Me levanto sentindo que minhas pernas me odeiam e com razão. Me espreguiço e caminho até o banheiro, jogando água fria em meu rosto. Agora que já espaireci a cabeça, preciso me virar para não morar na rua já que todo meu salário desse mês foi no aluguel daquele apartamento, qual não moro mais.
Depois eu vejo isso, uma coisa de cada vez. Primeiro eu vou trabalhar, depois eu vejo o que faço. Trabalho em uma lanchonete que a noite se torna um bar, trabalho apenas no horário do dia, não tenho paciência o suficiente para aturar bêbados sem noção e suas mãos bobas já que o uniforme da noite é bem menor do que eu gostaria.
– Any o café tá na mesa!
Heyoon quis dizer que algo que ela comprou está na mesa. Heyoon não toma um café da manhã tradicional. Faz uma vitamina esquisita verde que só de pensar, já embrulha o estômago.
Ligo a ducha e deixo que a água limpe todo excesso de imaturidade que tem em mim. Eu sei que estrapolei ontem mas em minha defesa, eu precisava extravasar. Não lembro de muita coisa que aconteceu, só de ter encontrado o cara que beijei na hora da minha completa loucura.
Quando estou pronta, encontro Heyoon na cozinha, fazendo uma xícara de café, pois é, milagres acontecem. Ela pega um papel que está pendurado na sua geladeira por um imã de abacaxi e me entrega sem dizer nada.
– O número de um dentista? Estou com caries?
– Não sua doida, atrás.
Viro o pequeno papel e lá está escrito um número de alguém e o nome a cima. Josh, legal, agora atenho o número do cara que beijei para esfregar na cara do meu ex que não precisava dele, ótimo.
– Obrigada, vou guardar com carinho! – Digo colocando o papel no bolso de trás da minha calça.
– Não me olhe assim, foi ele quem deu o próprio número. – Se defende.
– De certo gostou de você.
– Eu acho que ele gostou de você Any.
– O quê? Não, que loucura. Claro que não.
– Será? Ele nem conhecia você direito e cuidou de você mais que Tyller cuidou em um ano e meio que esteve com você.
– Você está comparando os dois? Heyoon, eu conheci ele ontem, ontem ok? Nem perguntei o nome dele e já fui o beijando. Não posso dizer que seja melhor ou pior que Tyller.
– Então descubra.
– Eu já disse, não estou afim de relacionamentos esqueceu?
– Não estou falando de namorar, estou falando de curtir um ao outro sem compromissos.
– Não tenho tempo para isso. Preciso trabalhar e pagar um aluguel já que estou na rua.
– Pode ficar o quanto quiser.
– Eu sei mas não quero incomodar.
– Você não incomoda Any.
– Não quero estar sentada no sofá quando você entra aos beijos com o irmão da sua vizinha por essa porta.
– Você quem sabe, mas já tem la5go em mente?
– Sendo bem cincera, não. Estou pensando com calma já que preciso ter juízo uma única vez na minha vida e fazer algo certo já que sou a fruta podre da família.
– Se quiser ajuda só me ligar, meu número está como sua chamada de emergência mesmo.
– Obrigada.
Como tenho a cópia da chave de Heyoon, ela saiu primeiro e fiquei pensando como será minha vida daqui em diante, por mais que não amasse Tyller, me acostumei com ele mesmo eu ganhando o prêmio de trouxa do ano. Droga, ainda preciso buscar minhas coisas naquela casa. Como ainda tenho a chave da casa, suponho que Tyller já esteja trabalhando e isso facilita as coisas.
Ele iria implorar para ter a trouxa de volta e não quero ser culpada por agredir alguém a unhadas. Olho no relógio e se explicar ao meu chefe o ocorrido ele entenderá. Procuro as chaves do meu carro e as acho pendurada ao lado da porta, lembranças vagas da noite anterior surgem e afasto todas de uma única vez.
Torço para que consiga trazer tudo de uma única vez. Detestaria dar de cara com Tyller ao sair do seu apartamento já que agora eu não pago mais o aluguel. Remoendo tudo que aconteceu no dia anterior vou a caminho do meu antigo lar, quando chego na portaria o porteiro me olha com pena, eu destesto isso, que tenham pena de mim, me sinto vuneralvel e desarmada.
Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕
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Chance
RomansaO que pode acontecer se você beijar um completo estranho para fazer ciúmes em seu recém ex namorado? Um constrangimento eminente talvez mas Any não pensou nisso quando beijou um completo desconhecido na porta do elevador do seu antigo prédio. Fanfic...