07 | Good night, Urrea.

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18:20pm | Nova York

Noah's pov

Pego os primeiros socorros e água oxigenada para limpar a ferida. Coloco um pouco em um bolinho de gaze e peço autorização para Sina para passar em sua lesão.

-Vamos começar pelo joelho. Posso? - ela assente em sinal de afirmação.

Coloco minha mão levemente em sua coxa e inicio a passar em sua ferida ainda fresca.

Ouço Sina murmurar e apertar minha mão que está localizada em minha coxa. Percebo minha advogada subir levemente minha mão, fazendo-a cada vez chegar mais próxima a sua virilha. Me assusto, mas não nego.

Passo o "anti-infeção" em seu joelho e logo depois, pego à atadura e enrolo no local de sua lesão. Sinto-me observado, mas sigo meu trabalho.

Esse momento está se tornando claramente visceral. É totalmente crível que ela esteja querendo algo a mais, porém prefiro seguir - por enquanto - passivo.

-Agora vou fazer o mesmo em seu cotovelo.

-Tudo bem. - ela responde.

A loura muda de posição, facilitando meu cuidado em sua ferida.

Coloco novamente minha mão em sua coxa, mas dessa vez, deixo-a mais próxima de sua virilha propositalmente.

Passo a água oxigenada e vejo Sina gritar de dor. Seus olhos enchem-se de lágrimas e percebo que essa lesão está ainda mais exposta. Dou um aperto reconfortante em sua coxa, e olho para Deinert, parando meu trabalho.

Percebo-a intercalando o olhar entre meus olhos, minha boca e sua coxa. Ela olha para baixo, desistindo do que estava fazendo.

Passo o remédio e coloco a atadura em volta de seu cotovelo, "lacrando" com esparadrapo.

-Por favor, me prometa que não irá tratar com apatia sua lesão. Isso pode causar problemas, de verdade.

-Tudo bem. Agora me leva para casa, por favor?! - ela diz, exausta.

-Levo sim, não se preocupe quanto a isso. Mas o que acha de fazermos um lanche juntos? Tenho alguns cookies feitos ontem a noite por mim.

-Acho ótimo! Vamos até a cozinha então. - digo.

Sina sai do quarto e segue até a escada, porém eu não a deixo descer. Pego-a no colo e desço com ela até a cozinha.

-Você é um idiota, eu consigo muito bem andar sozinha. - Sina diz, irritada.

-Sou mesmo. - afirmo me sentando junto com a loura na mesa e abrindo o pote de cookies. - E então, aceita minha proposta? - pergunto colocando um biscoito na boca logo depois.

-De ser sua advogada? Sim! Claro! - Deinert diz eufórica, saboreando um cookie.

-Que bom. Mas...eu ainda tenho outra proposta, se esqueceu? - me refiro a viajem.

-Não Noah, é melhor não. Isso é loucura, e nem estamos indo a trabalho!

-Posso resolver isso agora. - disco o número de Savannah, minha secretária e logo ouço sua voz. - Oi Savannah! Tudo bem? Uhum! Eu queria te pedir para marcar uma reunião em Las Vegas com a "Polaroid Corporation". - vejo Sina abismada. - Uhum, aquela empresa que temos contrato! Diga que eu quero renova-lo. É por isso que eu gosto de você! Obrigada! Boa tarde.

-M-meu Deus. - Deinert diz, assustada.

-Agora você terá que ir! A viajem será amanhã. Organize-se. Eu não brinco em serviço, Sra. Deinert.

-Ok! Agora me leve para casa, e amanhã me busque para irmos à empresa e formulamos essa droga de contrato. - a loura diz e eu dou um sorriso. - Pare de rir, seu tolo! - ela diz, gargalhando e batendo em meu braço.

Levantamos e tiro a bagunça, guardando o pote de biscoitos.

Levo Sina no colo novamente ao carro, e ouço-a resmungando pela quarta vez.

Dou partida no carro e, no caminho, eu e loira cantarolamos uma música que tocava no rádio.

Ela me guia ao caminho de sua casa, que aliás é muito bonita.

Saio para abrir a porta dela e a vejo levantar.

-Dessa vez, você não pode me levar dentro de casa. Nem pense. - diz a minha advogada.

-Tudo bem. Amanhã te pego cedo aqui, ok? Aproveite e arrume logo sua mala, te levarei cedo ao escritório e faremos o novo contrato. Logo depois saímos com o meu jatinho.

-Ok! Agora, boa noite, Urrea. - ela diz dando um beijo em minha bochecha em um ato doce e logo após, segue caminho a porta de sua casa. Sorrio e entro no carro.

[...]

Levanto cedo, e após um longo banho coloco uma blusa social branca com os primeiros botões desabotoados, um terno e uma calça azul bebê.

Vou até meu carro e sigo até a casa de Sina - que por incrível que pareça, já gravei o caminho.

Vou até sua porta e toco a campainha. Espero uns cinco minutos e a porta se abre.

Deinert está com uma camisola preta, que a deixa com mais curvas. Seu cabelo está bagunçado e invariavelmente bonito.

-Ai Deus, Noah! Eu esqueci completamente e acabei me perdendo no horário. Fique aqui na sala e prometo que logo descerei. - diz a loira, atordoada.

-Sem pressa, Sra. Deinert. - digo e me sento no sofá.

Sina sobe correndo as escadas e ouço a porta do seu quarto bater forte.

Tenho uma incrível ideia de fazer um café da manhã para a minha advogada.

Vou até a cozinha e abro a geladeira. Avisto ovos, leite e algumas vasilhas de comida dormida.

Pego cinco ovos e o leite. Acho alguns morangos, manteiga e mel também.

Coloco a cafeteira para funcionar, fazendo-a fazer três capuccinos de caramelo. Abro os armários.e acho farinha, óleo, fermento e açúcar.

Puxo as minhas mangas até os cotovelos e inicio o processo de produção de panquecas americanas. Faço a massa da forma correta e coloco uma concha da massa para cozinhar em uma frigideira quente.

Enquanto a massa cozinha, coloco na mesa dois pratos, talheres e copos. Coloco o leite, suco de laranja e preencho duas canecas e uma garrafa térmica de isopor com o capuccino feito pela máquina. Faço uma montanha em cada prato de duas panquecas e finalizo com morangos.

-Parece que Urrea queria fazer uma surpresa para mim. - diz Sina. Ela está apoiada na porta com um vestido preto de couro, um blaser posicionado em seus ombros, uma bota preta cano alto e uma bolsa Channel preta e dourada. Há uma mala beje e outra branca em seu lado.

-Surpresa! - digo, brincando. - Vamos comer logo!

[...]

Eu e Deinert subimos o elevador e passamos com pressa secretária.

-Aqui está Hina! - digo entregando com rapidez o cappuccino na garrafa térmica, como prometido se a japonesa liberasse a passagem ontem para mim.

-O que... - Sina diz com cara de interrogação enquanto seguimos caminhando.

-Achei iria se esquecer, Urrea! - diz a secretária em tom brincalhão.

-Ah, nada demais, Deinert. Tenho meus truques. - digo respondendo Sina e dando uma piscadela. Ela revira os olhos.

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