Capítulo 27 - Momentos de tensão

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Ilha onde são realizadas as aulas práticas, Gruta onde se escontra o grupo do Natsu, 11h25...

Erza

Assim que a Lucy caiu no chão, raiva e ódio percorreram o meu corpo.

– Lucy... – Levantei-me e tive a certeza de que estava a chorar, mas resolvi ignorar esse facto.

– Hey, tu aí! – Apontei para a criatura mais feia que já tinha visto na vida.

– Vou acabar contigo agora mesmo. – Deixei a raiva tomar conta de mim.

– Wendy, precisamos de ti agora mais do que nunca! – Olhei para o Natsu, que segurava a Lucy nos seus braços. A rapariga estava inconsciente.

– Menina Erza, eu não sei se consigo ajudar... – A Wendy disse aflita, também a chorar.

– Eu sei que consegues. Dá o teu melhor! – Encoragei-a e ela correu até à loira.

– E nós os dois vamos ter uma conversa séria. – Desviei de novo a minha atenção para o monstro. Reequipei para a minha armadura das calças compridas e do top feito de ligaduras.

As minhas duas espadas que condiziam com a armadura que tinha escolhido surgiram nas minhas mãos e corri até ao inimigo, agora com mais vontade de acabar com ele do que alguma vez tive com outro inimigo.

– Não vou permitir que magoes os meus amigos e que saias impune disso! – Gritei, fazendo grandes cortes nas pernas da ratazana.

Também não saí da investida sem nenhum golpe, acabando por ser ferida no braço esquerdo. Mas nada de grave, acho eu...

Reequipei de novo e escolhi a minha armadura negra com uma espada grande e perigosa. Uma armadura bastante poderosa. A armadura do Purgatório.

– Vou dar cabo de ti! – Iniciei uma onda de ataques que a ratazana defendeu sem problemas, para meu azar.

– Bolas... – Recuei quando o bicho me feriu no braço direito, desta vez um corte mais profundo.

– Reequipar! Imperatriz das Chamas! – Gritei e envolvi a minha espada em labaredas, causando graves queimaduras na ratazana, que por sua vez se queixou com dores. Mas mesmo assim não desistiu da luta. Acho que já não testava os meus limites desde os jogos mágicos. Apesar de a Lucy ter sido ferida, estava a adorar esta batalha.

Reequipei mais uma vez e invoquei a armadura da Imperatriz dos Trovões, causando uma chuva de relampagos que feriram bastante a ratazana, deixando-a no chão durante alguns segundos.

Esta era a minha chance para vencer. Provavelmente não teria outra oportunidade tão boa quanto esta para derrotar este inimigo tão forte e poderoso. Reequipei para a minha armadura das espadas e prendi a ratazana ao chão, pousando em cima da sua barriga gorda.

– Vais nos dizer onde está a rosa branca para usarmos os seus poderes curativos para ajudar a nossa amiga. – Apoiei-me nos calcanhares e aproximei o meu rosto do da ratazana.

– Não. – Ela insistiu. De facto era uma boa guardiã.

– Vais sim. Não queremos a tua rosa para nada. Apenas precisamos que ajudes a Lucy. – Ingoli o meu orgulho e resolvi falar com a criatura num tom de súplica...

A mesma desviou o olhar durante algum tempo.

– Está bem... – A datas a na respondeu alguns segundos depois. Acho que também engoliu o seu orgulho.

Depois de o Natsu pegar na Lucy ao colo, seguimos a ratazana até ao local onde estava a rosa. Era grande e muito bela. Devia ter meio metro de altura e brilhava como se fosse uma estrela.

– Peço-vos que não digam qual é a localização da rosa. – Pediu cuidadosamente a ratazana. Afinal até podia ser uma criatura amigável.

– Tudo bem. Só queremos curar a nossa amiga. – Repeti mais uma vez.

O Natsu aproximou-se da rosa e deitou a Lucy junto da mesma, ainda a segurá-la nos seus braços.

– A rosa apenas cura os ferimentos das pessoas. Não é capaz de lhes devolver a vida... – Informou a ratazana, ao ver que nada estava a acontecer.

– Vá lá... – O Natsu apertou a mão da loira com força. Afinal, a rapariga já tinha perdido muito sangue desde que tinha sido ferida...

Depois de alguns segundos de espera, a rosa iluminou-se mais do que já estava antes e libertou pequenas esferas luminosas que alcançaram os ferimentos da loira.

Todo o sangue que envolvia as suas roupas desapareceu e o grande corte que havia no seu corpo começou a fechar. A Wendy ajoelhou-se junto à Lucy e ajudou as pequenas esferas a curarem as feridas da loira mais rapidamente.

A ferida fechou quase por completo, mas as pequenas esferas luminosas desapareceram antes de a fecharem totalmente. Provavelmente tinham esgotado a sua energia mágica.

– Obrigada. – Agradeci e juntei-me à Lucy.

– A rapariga deve acordar daqui a pouco. Ela vai ficar bem. Agora vão! – Gritou a ratazana, e com o seu machado tentou alcançar-nos, obrigando-nos a sair da gruta a correr.

Depois de sair-mos daquele lugar horrível, sentamo-nos debaixo de umas árvores, à sombra, a descansar.

– A culpa disto foi toda minha... – Confessou o Natsu.

– Claro que não! A Lucy é que te quis proteger. Ninguém podia prever isto. – Gatinhei até ao rosado e sentei-me junto a ele, reequipando para uma roupa fresca e de Verão.

No preciso momento em que me encostei à arvore onde o Natsu estava sentado ouvi a Lucy gemer.

– Ela está a acordar! – Informou o Happy, que estava a comer peixe sobre o colo da loira.

Todos nos aproximamos dela e esperamos ansiosamente que a loira abrisse os olhos.

– Pessoal...? – Ela perguntou ainda com os olhos fechados.

– Lucy, estás bem? Tens dores? – O Natsu encheu a loira com perguntas que soaram juntamente com um tom de voz preocupado.

– Natsu...? – A Lucy abriu um olho de cada vez e olhou para todos nós com atenção.

– O que...? – Ela perguntou, mas foi interrompida por um abraço forte que veio por parte do rosado.

– Achei mesmo que nunca mais voltavas... – Disse o Natsu com um tom de voz baixo.

A Lucy ficou confusa com as palavras do rosado e tivemos de lhe contar tudo o que tinha acontecido.

– Lamento ter-vos preocupado. – A loira disse com uma expressão triste. A rapariga levantou um pouco a camisola e todos vimos no seu corpo uma cicatriz que percorria toda a zona onde tinha sido cortada.

– Isso... Isso deve desaparecer... – Gaguejei, preocupada. Nunca tinha visto uma cicatriz assim tão grande. Era algo que parecia que nunca mais ia desaparecer, mas obviamente não podia dizer isso à Lucy, que estava mais escandalizada do que todos nós.

– Lamento... – O Natsu escondeu o rosto com as mãos. Ele devia estar a sentir-se pessimamente.

Voltamos para junto do barco da Guilda e, para nosso azar, demos de caras com a Mestre Mavis e o Avôzinho.

– Então, meninos? Como correu a aula? – Perguntou o Mestre com um grande sorriso.

– Bem... – O Gray hesitou em falar...

– Parece que não conseguimos! – Ri-me da situação, o que deixou ambos os Mestres de queixo caído.

Afinal, sem a rosa, não conseguíamos todos os objetos da nossa lista, o que queria dizer que não tínhamos completado a missão.

Depois de todos os outros irem tratar das suas feridas, expliquei o que se tinha passado ao Mestre e ele compreendeu a nossa situação, mas pude aperceber-me de que durante a minha explicação ele trocou olhares cúmplices com a Mestre Mavis...

Estava a escapar-me qualquer coisa. Algo de que eu ainda não tinha apercebido....

Mas eu ia descobrir o que era! Custe o que custasse!

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