Capítulo 34 - Mais um problema

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Casa da Lucy, 07h00...

Lucy

Acordei com o som alguém a cantarolar umas coisas, o barulho vinha da cozinha. Abri os olhos devagarinho, levantei-me e espreitei para a divisão referida.

O Natsu estava a fazer panquecas, provavelmente para o pequeno-almoço.

Não consegui esconder o meu sorriso. Ele estava a esforçar-se para cozinhar alguma coisa de jeito (sim, porque ele só sabe comer, mas cozinhar... Bom, não vamos falar disso...).

Virei costas para voltar para a cama, mas eis que oiço algo cair ao chão.

– Bolas! E agora? Eu tenho que limpar isto... – Ouvi o Natsu resmungar. Boa. Para começar o dia em grande, ele deixou cair uma das panquecas ao chão, e a mesma acabou por se desfazer...

Tentei conter a vontade que tinha de lhe bater voltando para a cama, não queria discutir com ele logo de manhã... Ouvi-o entrar no meu quarto e fechei os olhos, fingindo estár a dormir.

– Desculpa lá aquilo das panquecas... – Disse ele, sentando-se na cama e fazendo festas na minha bochecha. Espera, ele sabia que eu estava acordada?

Pensei em abrir os olhos mas ele deitou-se na cama e deu um beijo na minha bochecha, continuando a fazer festas no meu rosto. Ele é tão carinhoso... Quem imaginaria que o Natsu pudesse ficar tão amoroso?

Quando o conheci ele costumava ser... Bom, não era ser desagradavel, mas não ligava nada aos meus encantos femininos... Tivemos situações um pouco constrangedoras, mas isso já foi há muito tempo...

Depois de deixar estes pensamentos de lado, resolvi abrir os olhos, era estranho estar a fingir coisas...

– Bom dia. – Ele sorriu-me, beijando a minha bochecha e de seguida os meus lábios (algo mais conhecido como selinho)...

– Eu... Tentei fazer panquecas para o pequeno-almoço mas acabei por sujar o chão. – Quase derreti com o gesto fofo dele. Apesar de saber que eu iria ficar chateada ele, contou-me a verdade.

– Não faz mal... – Abracei-o e ele surpreendeu-se com as minhas palavras.

– Não estás chateada? – Perguntou ele a medo.

Respondi negativamente com a cabeça e ele colocou a mão na minha testa.

– Não pareces ter febre, mas deves estar doente... – Ele disse num tom sério, o que me chateou um pouco.

Acabamos por nos levantar e depois de limpar aquilo que o Natsu tinha sujado e de tomarmos o pequeno almoço, voltei para o meu quarto, para ir tomar um bom banho.

– Temos de convidar o Kevin para ir outra vez à Guilda. Adorei o dia de ontem! – Comentei com o Natsu enquanto preparava as coisas para o banho, esquecendo-me completamente de que ele não gosta do Kevin...

– Para de falar nele... – Ele levantou um pouco o seu tom de voz, claramente irritado.

– Não há razão para teres ciúmes. – Tentei acalmá-lo.

– Também não há razão para teres ciúmes da Midori. – Retrucou ele. É impressionante a forma como ele muda de humor tão rapidamente...

– Não compares as coisas. Eu não ando a tomar banho no rio com o Kevin nem passo o dia todo com el-... – Ripustei mas arrependi-me de o ter feito quando o Natsu falou por cima de mim.

– Para! Apenas para de falar nele! – O rosado aproximou-se de mim e encostou-me com força à parede, apertando os meus pulsos.

– Eu não suporto esse gajo, não fales mais nele! – O Natsu aproximou o seu rosto de mim e fiquei com um pouco de medo do seu olhar feroz.

– E-Estás a magoar-me... – Queixei-me devido à força que ele fazia nos meus pulsos.

O rosado largou os mesmos de imediato e afastou-se de mim.

– Vêmo-nos na Guilda... – Ele saiu de casa e bateu com a porta violentamente (sim, o Natsu saiu mesmo pela porta... Não pela janela, mas sim pela porta...).

Depois de alguns segundos sozinha deixei-me escorregar pela parede do quarto e fiquei sentada no chão.

– Isto não está a funcionar... – Lamentei-me enquanto olhava para a cama.

Eu e o Natsu estamos sempre a discutir. Não era este o tipo de relação que tinha em mente quando começamos a namorar. Eu sabia que seria difícil estarmos juntos por causa de sermos tão diferentes, mas nunca pensei que fossem os ciúmes o sentimento que nos iria separar...

Resolvi ir tomar banho para tentar esquecer esta discussão sem nexo nenhum. Depois de me secar, vestir e arranjar, saí de casa e tentei animar-me. Sinceramente não sabia como lidar com tudo isto, com os ciúmes... Não sabia como esquecer as imagens do Natsu e da Midori no rio, não sabia como esquecer os sorrisos que eles trocaram, não sabia como iria esquecer tudo isto...

Era difícil estar chateada com o Natsu e discutir com ele. Era desgastante e deixava-me sem qualquer tipo de força. Nunca pensei que na nossa relação existisse espaço para ciúmes ou dúvida. Pensei que tudo iria correr bem...

Mas ao que parece as coisas não estão a correr como imaginei... Agora estava sozinha a andar pelas ruas perto de minha casa e sem ninguém para falar ou fazer companhia...

– Lucy. – Uma voz familiar chamou-me mas não consegui reconhecer a mesma. Levantei os olhos do chão para encarar quem estava ali, mas não vi ninguém à minha frente.

– Foi minha imaginação...? · Perguntei a mim mesmo num sussurro e um pouco assustada, tinha a certeza de que me tinham chamado, e aquela voz tinha vindo de perto, de minha frente.

Quando me preparava para seguir o meu caminho senti algo tocar nas minhas costas, em direção à barriga, entrando na mesma. Deixei escapar um pequeno grito mas que quase não se ouviu. Ainda não tinha percebido o que estava a acontecer.

A minha visão começou a escurecer e olhei para a minha barriga uma última vez. Assustei-me assim que vi algo afiado e coberto de sangue sair de dentro de mim. A coisa que me tinha acertado nas costas tinha furado a minha barriga e agora estava a trespassar a mesma.

Assim que o metal afiado deixou por completo o meu corpo, consegui ver bastante sangue, que caía no chão sem parar.

O meu corpo caiu para a frente e enquanto me desiquilibrava, os meus olhos fecharam. Consegui ouvir a voz que tinha falado comigo dizer "Morre, Heartfilia...".

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