‹⟨ 1: Um caçador em um Vilarejo ⟩›

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Meu corpo voa pelo fogo, sendo arremessado para o outro lado da casa. Bato minhas costas contra a parede e logo vou para o chão.

—ai....—fico se barriga para cima, enquanto a casa pega fogo.

Levo minha mão até minha bainha, à procura de minha espada mas lembro que ela está em algum lugar dessa sala. Merda... Sinto a criatura se aproximar, com suas grandes garras percorrendo o meu corpo. Seu focinho longo fica na altura do meu rosto, ele abre aquela boca expondo a grande fileira de dentes afiados como navalhas.

—GRRRRRRRAAAAHHHH!!!

O bafo dele entra em minhas narinas. Faço uma cara de nojo ao sentir o cheiro podre.

—ah, meu deus. Eu sei que você já era peludo antes, Willian, mas o bafo, é novidade—o Lobisomem ruge em meu rosto, irritado. Suas garras se prendem em meu pescoço e me ergue no ar—bosta!!!—sou arremessado contra uma parede e volto para o chão—jesus... Tá bom, totó, deu de brincadeira.

—GGGGGGRRRRRRRRHHH!!!!—ele salta no ar com as garras expostas.

Viro rapidamente o acertando com um golpe de punhos fechados. Agora é ele que é arremessado contra uma parede.

Levanto ficando de pé. Meu inimigo logo se recupera, firme e forte. Levanto uma sombrancelha. Era pra ele ter quebrado o pescoço com a força de um golpe assim. Nunca vi um lobisomem tão forte e resistente assim...

—cadê a porra da minha espada?—procuro com o olhar pelo local. Localizo o objeto de lâmina reluzente... Está distante, mas consigo chegar até lá.

O lobo corre para me atacar mas lanço minha mão para frente, o atingindo com um pulso, uma força invisível que o arremessa.

Começo a correr na direção da espada, que está no lado oposto ao monstro. Sinto minha perna ser perfurada pelas garras do animal.

—aarggh!—ele me puxa, tirando meu equilíbrio—ah, puta merda!

Começo a chuta-lo, diretamente na boca. Me inclino na sua direção e arranco suas garras e acerto socos em seu rosto. Com o atordoamento, pulo em cima dele, puxando seu braço e o quebro.

—GRRRAAAAHHH!!

—grita, cachorro filho da puta de merda!!—com a minha força, começo a puxar seu braço, rasgando sua pele junto do osso que resta. Com seu membro arrancado em minhas mãos, o bato diversas vezes contra si mesmo. Me pegando totalmente de surpresa, seu braço ferido começa a crescer novamente, voltando ao seu normal, como se nunca estivera arrancado. Meus olhos se dilatam—mas que mer...!—recebo um soco e sou arremessado para frente-porra...

Fico atordoado, com zumbidos em meus ouvidos. Meus olhos se recuperam e na minha frente, a centímetros, está a minha espada. A pego em minhas mãos e logo me coloco de pé. Meu adversário também se recupera e se prepara para outra luta.

—vêm!!—as chamas dominam o lugar, devorando a casa de madeira aos poucos.

—GGGRRRRHHHH!!!!—com toda a sua fúria e força, o cachorro volta a me perseguir.

Continuo a brincadeira de gato e rato, correndo para uma parede, um beco sem fim... Pelo menos, é o que parece.

Sem perder meu tempo ou pausas, com um impulso, continuo a correr, seguindo pela parede, dando um grande mortal para trás, sem dar tempo do lobo pensar, caiu em cima dele cravando minha espada em suas costas, indo até o fim com a lâmina. Ele grita de dor. Puxo o cabo em um caminho que vai cortando a sua carne, jorrando sangue. O parto ao meio, expondo todas as suas tripas e carcaça. Finalmente, o monstro cai no chão, morto e dividido em dois. Suspiro comigo mesmo recuperando o fôlego. Limpo o sangue espirrado em meu rosto. Ele não se regenerou... Encaro a minha lâmina, observando o brasão do lobo negro perto do cabo. Acabo pensando comigo mesmo...

As Crônicas de Fogo e Sangue: Hunter Onde histórias criam vida. Descubra agora