‹⟨ 20: A Bruxa da floresta ⟩›

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Destiny cavalga com Castiel em sua garupa. Os dois chegam em mais um vilarejo, com muros de madeiras que o cerca por completo, sendo bem alto. Um enorme portão aberto, com um arco acima com o nome do vilarejo, tão apagado que se torna impossível de ler.

Ele encontra pessoas vivendo suas vidas normais e sem qualquer coisa que se destaca, apenas a vivência de um povo humilde que só soma a outras abandonados pelos reis.

Castiel se aloja em um canto qualquer, com o feno para sua égua se alimentar e servir como cama para ele. O cair da noite chega, as pessoas se atentam e olham pros lados. Correm pra dentro de suas casas, fecham suas janelas e trancam suas portas, as crianças são chamadas de volta e com elas que está a principal preocupação. Castiel arqueia a sobrancelha.

Segura o braço de uma menina, adolescente que está desesperada levando o irmãozinho para longe. Ela se assusta com o abrupto contato que o caçador faz. Se assusta mais ainda com os olhos do caçador.

—menina, por que estão correndo feitos cães acuados?

—porque somos cães acuados. Mesmo com a tensão dos reinos se alinhando sobre as nossas cabeças, os corvos uivam e gritam para a dominação, mesmo isso, a noite caí e com ela a bruxa voa pelos céus, cantando e levando nossas crianças!

Castiel frouxa seus dedos ao redor do braço da menina. Já suspeita de quem ela fala. Com o olhar superior, ele pede a garota:

—de quem você fala, garota?

—da Baba Yaga...!

Se desprende das mãos de Castiel e corre com seu irmão, fugindo de sua visão. Seus olhos amarelos fitam a lua crescendo e se ajustando ao céu, em uma enorme esfera brilhante que ilumina a noite.

—vamos, Destiny, a Yaga vai chegar.

O vento bate contra a tábua solta das janelas, uiva pelas estruturas rochosas e pelas madeiras velhas e levadas pelo tempo

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O vento bate contra a tábua solta das janelas, uiva pelas estruturas rochosas e pelas madeiras velhas e levadas pelo tempo. Apenas o som dos cavalos e animais cultivados para as necessidades do povo, apenas os galhos secos que se rastejam pela terra.

Um menino de cabelos castanhos se rasteja por baixo de sua casa, fugindo dos domínios de sua mãe. Se limpa, livrando-se dos grãos de terras mas eles deixam uma mancha suja em sua roupa. Todos falam sobre a Babá Yaga, ele quer ver! Ele anseia por vê-la! Se sobreviver, provará ser o mais forte de sua morada. Olha para os lados, se certificando que não há ninguém por perto. Parte dali, correndo entre as casas e becos. Castiel surge da escuridão, distante coberto pelo seu manto negro. Seus olhos brilham no escuro, fica na espreita, esperando e seguindo pelas escuras sem ser notado pela criança.

O garoto chega aos portões. Seu queixo se ergue com os olhinhos admirando a imensidão que aquela montanha se faz sobre seu corpo. Respira fundo, buscando um ar para seus pulmões que precisam nesse momento. O som do ar sendo cortado assusta o menino. Olha para trás, sua respiração se acelera e o peito sobe e desce rápido. Caminha a passos trêmulos, chegando no poço da vila. Se inclina com as mãos sobre as pedras, olhando seu reflexo na água. De dentro dele, pula uma figura feminina sob sua vassoura. Ela ri e gargalha com seus cabelos grisalhos esvoaçante. Pula da vassoura, segurando ao seu lado.

As Crônicas de Fogo e Sangue: Hunter Onde histórias criam vida. Descubra agora