Engole a única saliva em sua boca. Sua garganta sobe e desce, suas mãos, contra sua vontade, tremem. Ela sente medo e se condena por isso. Não quer sentir isso. Máscara sua postura, torcendo para a figura de seu pai não perceba a falsa impressão de coragem.
—você demorou pra vir. O jantar esfriou. Sua mãe fez com tanto carinho e você, sua ingrata vagabunda, não deu valor!—ri, com os dentes amarelos destacados no escuro-senta-manda autoritário.
—eu n-não...
—SENTA!!
Yen obedece, ficando na cadeira da ponta oposta. Ela tem a cabeça baixa, com as mãos entre as coxas. "Onde está aquela coragem?" ela se pergunta. O homem ri.
—olha pra você. Acha que vai conseguir? Acha que vai ser uma grande feiticeira como Ayo? Hahaha!—cospe na sua direção—você é uma puta sem coleira! Hahahahah! Uma nada! Vai ser empregadinha do palácio!
—chega, não sou obrigada a isso.
Se levanta, enquanto a figura ri sem parar. Se vira, abrindo a porta de entrada. Do outro lado, a fecha. Vê somente a porta solta de pé, com uma escuridão sem fim e o piso úmido. Distante, tem uma menina que aparenta ter sete anos. Ela está sozinha em uma cama, com vela no balcão ao lado. Surge seu pai, bêbado e drogado. Com os olhos vermelhos e trêmulo. Yen se aproxima, num desespero.
—sua pirralha inútil. Não sabe nem pegar água do poço direito.
—foi sem querer, papai!
—ah, é? Eu vou te ensinar uma lição. Puta que nem você deve ser maltratada!—o homem começa a puxar sua cinta, estralando antes de usar.
—não! Não! Não!—Yen grita assistindo aquela memória trancada. Se vira, correndo, fugindo para longe—eu quero sair daqui! Me tira daqui!
Seu pé é agarrado e ela caí batendo a cabeça. Se vira. Uma figura escura e esquelética, com grandes chifres quebrados, como galhos secos, dentes pontudos, olhos fundo cheio de escuridão, se levanta do chão.
—vem com o papai! Hhhahahahah!!!
Yen se irrita. O medo agora é levado, dando lugar a raiva e revolta. Ela tenta chutar o monstro, mas ele continua a subir pelo seu corpo. Agarra os braços da garota enquanto ela se debate. Abre a enorme mandíbula, liberando sua língua totalmente preta. Com o rosto virado, Yen morde os dentes de ódio.
Um brilho púrpura surge no fundo de sua orbe. Ela se vira, raivosa e cuspindo sua fúria. A garotinha com medo, não está mais ali.
—sai... DAQUI!!!—grita.
Uma explosão ocorre junto de seu grito. O monstro é obliterado. Toda a visão começa a ser destruída pelo poder de Yen, despedaçando tudo. Com a cor púrpura de característica. Enquanto ela se descontrola, do lado de fora, Ayo tenta conter a poder.
—aaaahh!! SAIAM DAQUI!! TODAS VOCÊS!!—as alunas correm para os corredores.
Yen está liberando seu poder, de olhos fechados, no mundo real e nem se dar conta disso. Ayo parece não ter força o suficiente. Na sala, chegam Yesken, Balter e Girdwalfd. Eles correm lançando seus poderes com o objetivo de conter o descontrole da garota.
Os olhos de Yen se abrem, com o intenso brilho púrpura.
—BALTER! PRECISA POR ELA PRA DORMIR!!—Ayo grita.
O poder da garota arrasta os quatro feiticeiros, que dão tudo de si para não ceder.
—PRECISO ABRIR CAMINHO!!
Balter então bate suas mãos, um escudo invisível surge. Começa a avançar na direção da garota, com dificuldades e a passos lentos.
—RÁPIDO, HOMEM!!—Girdwalfd grita, rangendo os dentes.
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As Crônicas de Fogo e Sangue: Hunter
Fantasía"O destino tem caminhos misteriosos". Já deve ter ouvido essa frese, não? Pois, bem, ela é verdadeira. A prova para isso está aqui, onde três almas que buscam diferentes objetivos de vida e possuem o destino entrelaçado e conectado. Um caçador que n...