- Ravi o meu amigo vem buscar algo aqui hoje, você pode entregar esse envelope para ele? - Allan questiona me mostrando um envelope branco - Vou deixar em cima da mesa, você lembra?
- Sim - falo - Mas só estarei aqui no final das aulas.
- Ela só vem por esse horário mesmo, não se preocupe - diz - É que como é final de semana eu decidi ir visitar meus pais, fiquei pensativo essa semana e preciso ir lá.
- Ok - falo e pego minhas coisas - Boa viagem para você.
- Obrigado - diz e eu saio do quarto indo em direção ao campus.
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Pego minhas coisas quando a aula termina e levanto da cadeira para ir embora.
- Ei! - ouço alguém me chamar e olho ao redor vendo a garota do outro dia - Você é amigo do Allan né?
- Não, só dividimos o dormitório - falo e continuo a andar.
- Onde ele está? Eu queria falar com ele - questiona.
- Viajou, então não tem como falar com ele - falo.
- Ah, tudo bem então - diz e continuo meu caminho até os dormitórios.
Abro a porta, faço todo o processo que faço todos os dias e me sento de frente ao notebook para fazer pesquisas sobre as dúvidas que criei durante o dia, ouço uma batida na porta e suspiro me levantando.
Abro a porta e fico surpreso ao ver o garoto da oficina.
- O que você está fazendo aqui? - questiono.
- Eu poderia perguntar o mesmo - diz e suspira - O Allan dorme aqui né? Ele deixou algo para mim?
- Se tiver deixado você sabe o que é não sabe? - questiono.
- Claro que sei, você poderia pegar para mim? - questiona e nego - Porque não?
- Você precisa me dizer o que é - falo e ele suspira esfregando o rosto.
- Um envelope, ele deixou um envelope, com dinheiro - diz e cerro os olhos para ele antes de entrar no dormitório e caminhar até minha mesa, abro o livro e pego o envelope colocando no bolso voltando para a porta.
- Sabe, eu sou alguém que precisa de respostas, você pode me dar algumas? - questiono.
- Que respostas? - ele parece confuso.
- Desde que eu vi você as coisas ficaram azul na minha mente, eu fiz pesquisas e perguntei algumas pessoas próximas sobre o sentimento e eu não obtive resposta, mas talvez com você eu consiga - falo.
- Cara você é louco? - questiona e suspiro.
- Não, mas sou autista, as vezes confundem por algumas coisas serem diferentes - falo.
- Merda, foi mal, não quis dizer isso é só força de expressão porquê eu não entendi duas linhas do que falou - diz coçando a nuca - Sobre o que tem dúvida?
- Você pode entrar? - questiono dando espaço e ele suspira entrando, fecho a porta e caminho até minha cama sentando e tirando um elástico do bolso, ele senta na cama do Allan e cruza os braços me olhando, de repente me sento envergonhado e isso é raro - Eu desde que vi você aquele dia na oficina tenho estado com a mente confusa, pois você me fez ter um sentimento diferente e estranho que não consigo entender?
- Que sentimento? - questiona com a sobrancelha erguida.
- Eu não sei - diz - Conversei com o Allan e ele disse que talvez eu estivesse apaixonado.
O Garoto a minha frente engasga com saliva e me levanto para ajudá-lo, ele continua tossindo, mas já parece bem então me afasto voltando a sentar na cama e o encarando.
- Como assim? - questiona após parar de tossir.
- Eu não sei, os sentimento é confuso já falei, e quando expliquei ao Allan ele disse que eu posso estar apaixonado, mas eu não acredito em amor a primeira vista, apesar do meu pai dizer que quando conheceu minha mãe não conseguiu mais esquecer e fez coisas duvidosas, eu não sei o que ele fez, mas estão juntos até hoje - falo e o garoto me olha como se eu tivesse falado que a terra é plana e apresentado provas disso - O que foi?
- O Allan te pagou para tirar sarro comigo né? - diz suspirando - Nem sei porquê eu ainda sou amigo daquele idiota.
- Não, Allan não tem nada a ver com isso - falo rodando o elástico entre os dedos - Eu realmente não sei e queria saber mais, você pode me ajudar.
- Olha garoto, você não deveria cair na do Allan, ele é idiota e gosta de brincadeira sem graça, me dá a porra do envelope que estou indo embora - diz irritado e suspiro pegando o envelope no meu bolso esticando para ele - Quando aquele idiota voltar diz que estou sem paciência e tempo para isso, ele sabe muito bem.
- Mas eu não... - ele sai apressado e bate a porta me fazendo tapar os ouvidos.
Suspiro e me jogo na cama, eu as vezes não entendo as pessoas normais, as coisas para elas parecem ser mais confusas quanto para mim.
Eu fui claro no que disse, porquê ele não entendeu?
E porquê eu iria fingir estar apaixonado por ele, quando nem eu sei o que estou realmente sentindo?
Me levanto para apagar a luz e dormir e vejo uma correntinha na cama do Allan, pego nas mãos e levanto olhando para ela, vejo uma escrita em outra língua e guardo, acho que o garoto deixou cair já que Allan arrumou a cama antes de sair e ninguém entrou aqui.
Apago a luz e me deito na cama olhando para o teto um pouco iluminado, as vezes eu só queria ser normal e entender as coisas com mais clareza, talvez esse sentimento azul fosse mais fácil de desvendar.
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Azul É A Cor Do Amor
RomanceRavi sempre ligou os sentimentos a cores. Como por exemplo para ele amarelo simboliza o amor da família, algo quente, aconchegante e acolhedor. Mas ainda há algo sem cor e definição específica. O amor. Mas isso logo acaba quando ele encontra Eros e...