Sete

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- Como você está filho? - minha mãe questiona

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- Como você está filho? - minha mãe questiona.

- Bem - respondo tomando o sorvete e vejo ela me olhar fixamente - O que foi?

- Bom, é que você parece diferente, quer contar algo para a mamãe? - pergunta sorrindo.

- Não - falo e ela suspira assentindo - Só que talvez eu esteja apaixonado.

- O quê? Meu bebê está apaixonado? - questiona e da um sorriso - Conta mais.

- Não tem o que contar - falo dando de ombros - Como a senhora soube que estava apaixonada pelo papai?

- Não sei, eu só soube, ele foi entrando na minha vida e no fim eu já não sabia viver sem ele - diz e suspiro - Tivemos alguns problemas, mas conseguimos superar e estamos aqui até hoje.

- Eu sei viver sem o Eros, então não estou apaixonado é isso? - questiono.

- É um jeito de falar filho - diz e sorri tocando meu ombro - Então é um garoto?

- Sim, o nome dele é Eros, tem vinte anos, trabalha em uma oficina de carros e tem um irmão pequeno que ele cuida porquê os pais morreram em um acidente de carro três meses atrás - falo e ela me olha com as sobrancelhas juntas.

- Então vocês são amigo? Não conheço nenhum Eros - fala.

- Ah não, eu falei a Luna que pediu a tia Kira para investigar sobre o garoto, embora eu não tenha curtido muito isso - falo.

- Meu Deus, vocês são filhos do seu pai mesmo - fala rindo - Mas então, conte mais sobre ele.

- Não tem o que contar, eu fui a casa dele domingo, passei o dia lá assistindo filmes sobre o amor, mas isso é mentira, são todos diferentes e só me fez ficar mais confuso - falo suspirando - O que você sente quando vê o papai?

- Ah eu sinto uma felicidade enorme a cada vez que acordo ao lado dele, amo nossos momentos juntos e deixaria eternizado se possível, meu coração acelera a cada vez que ele diz me amar e é isso, não há definição exata sobre o que é o amor filho, não se entende só sente - diz sorrindo - Vocês já beijaram?

- Não, eu não gosto de beijos - respondo.

- Não sabe o que está perdendo, deveria tentar, ao menos um selinho - fala piscando o olho - Sei que tem problemas com toque de outras pessoas, mas sabe que é importante o estimulo para isso né? Põe a mão dele onde você consegue suportar e vai aos poucos se adaptando, ele sabe que você é autista?

- Eu falei a ele - ela assente e sorri beijando meus cabelos.

- A mamãe está orgulhosa de você meu amor - fala - Vai aos poucos se acostumando a ideia de alguém além de nós tocando você.

- Ok, farei isso - ela sorri tocando meus cabelos e sai da sala.

Me levanto e caminho para as escadas, vejo o aquário de vidro ao lado das escadas, meu pai trouxe esses peixes agora cá quando eu tinha catorze anos, minha mãe não gostou, mas ficou acostumada, meu pai tem algo com essas piranhas, ele parece amar a elas.

Azul É A Cor Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora