Onze

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Me aproximo quando o homem coloca Yllian no berço após ele dormir, ele se afasta me olhando enquanto verifico se de alguma forma ele não machucou meu irmão

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Me aproximo quando o homem coloca Yllian no berço após ele dormir, ele se afasta me olhando enquanto verifico se de alguma forma ele não machucou meu irmão.

- Eu posso parecer, mas não mataria um bebê - diz sério e engulo em seco o olhando - Agora você vai sentar ali naquele sofá e vamos conversar.

Assinto cobrindo meu irmão e deixando que ele vá na frente, caminho devagar e me sento no sofá sem ter coragem de falar alguma coisa, vejo ele me encarar por um tempo de braços cruzados.

- Acredito eu que você sabe sobre o autismo do Ravi - diz e assinto - Sabe que ele vê, age e pensa diferente de outras pessoas.

- Sei - falo baixinho.

- Sabe que o que fez o magoou muito e que ele entendeu tudo ao contrário e está achando que é um peso em sua vida agora? - assinto - Pelo que ele me falou eu entendi o que quis dizer, mas sugiro que não use dessas palavras com meu filho novamente, ou eu posso não ser tão compreensivo, estamos entendidos?

- Sim - murmuro.

- Ótimo - diz e senta ao meu lado me fazendo o olhar - Sabe, eu já estive nos eu lugar, a diferença é que eu não tinha uma casa e responsabilidades nas costas, só precisava proteger meu irmão, mas de certa forma estive no mesmo lugar que você, eu fui a única figura de proteção na vida dele - diz tocando meu ombro - Sei que é cansativo cuidar de um bebê e essa fase dos dentes é a pior, mas com o tempo a gente vai pegando a manha e aprendendo alguns truques para ajudar, mas eu não quero falar sobre bebês agora e sim sobre você.

- Eu? - questiono temeroso e ele assente.

- Ravi falou que disse estar sobrecarregado, e algumas outras coisas, uma amiga minha já havia pesquisado sobre você a mando da minha filha - diz parecendo orgulhoso - Eu perguntei a ela e soube tudo sobre você, sobre seus pais e o que vem fazendo desde a morte deles.

Me encolho no sofá e suspiro triste ao lembrar deles, o homem que até agora não sei o nome ou lembro, põe a mão em meu ombro em um gesto de conforto, mordo a bochecha para não chorar.

- Está tudo bem chorar, não faz mal, minha esposa diz que não - fala e me abraça, então eu realmente choro por tudo que tem me deixado cansado, choro por ter feito o Ravi se sentir mal, choro por tudo - Odeio o fato de Ellinor ter me contaminado.

- O quê? - questiono me afastando e vejo ele suspirar fazendo uma cara brava.

- Se contar a alguém eu corto seu pau e jogo para minhas piranhas - diz e assinto rapidamente - Estou brincando, não precisa ficar com medo, eu não mordo.

- Não vou contar a ninguém - digo com medo e ele ri.

- Passando essa melação quero dizer que você vai fazer algo que eu vou mandar - diz e o olho com atenção - Eu sei que desistiu da faculdade para cuidar do seu irmão, sei que trabalha durante todo o dia para sustentar os dois e pagar o aluguel desse local aqui - assinto - Meu filho gosta muito de você, sei que ele tem vindo para cá todas as noites e dorme aos finais de semana aqui.

- A gente só dorme - justifico com medo.

- Eu sei, mas vocês não vão só dormir para sempre, uma hora ou outra farão mais coisas - diz ficando bravo - Mas não quero pensar nisso agora, o que quero dizer é que você precisa se mudar.

- Me mudar? Mas eu não tenho para onde, estou com o aluguel atrasado porquê gastei com a consulta do Yllian - falo - Como vou pagar outro lugar?

- Eu sei, me deixe terminar - diz e assinto - Você vai se mudar para um apartamento que é da minha esposa, ele não tem ninguém, só é usado uma vez ou outra quando não dá para voltarmos para nossa casa e acabamos dormindo nele.

- Eu não posso aceitar - falo.

- Não pode mas vai aceitar mesmo assim, esse local nem deveria ser considerado casa - diz sério e olhando ao redor - Você tem um bebê que logo vai querer engatinhar, se não fizer por você faça por ele, é em um lugar onde ele pode se machucar a qualquer momento que você quer que ele cresça? E se você e o Ravi forem transar, quer que ele veja e cresça uma criança traumatizada? É isso que quer para ele?

- Não - murmuro baixo - Mas no momento não tenho outra opção.

- Acabei de lhe dar uma - diz e suspiro.

- Então eu quero ao menso pagar o aluguel - falo.

- Nada disso, você não vai pagar porra nenhuma - diz.

- Então não posso aceitar, procuro outro lugar - vejo ele apertar as mãos.

- Tudo bem, a escolha é sua - diz tranquilo.

- Só isso? - questiono temeroso.

- Seria mais, mas vai ficar para outra hora - diz enigmático - Você vai procurar meu filho e pedir desculpas a ele o explicando direito ok?

- Eu já faria isso - digo suspirando - Eu não quis dizer o que ele entendeu, eu juro.

- Eu sei que não, mas ele não sabe, então precisa se explicar, se vai ser perdoado ou não aí é outra história - diz suspirando - Enfim, já vou, mas fique claro que se isso acontecer eu estou foda-se que foi sem querer.

- Não vai acontecer - garanto e ele assente ficando em pé, me coloco de pé também e engulo em seco vendo que ele dá quase dois de mim.

- Você não vai aceitar o apartamento mesmo? - questiona.

- Só se eu puder pagar o aluguel - falo e ele nega.

- A escolha é sua - diz dando de ombros - Se o bebê chorar sugiro que lave bem as mãos e coloque o dedo na boca dele, mas isso essa noite, amanhã é só comprar um mordedor.

- Ok - murmuro - Obrigado eu acho.

- Não agradeça, fiz pelo meu filho - engulo em seco - Se contar a alguém que eu fui legal corro seu pau e jogo para minhas piranhas, elas estão com saudades de uma carninha diferente.

Arregalo o olhos e engulo em seco, ele aperta meu ombro e ri.

- Tchau garoto - diz passando as mãos em meu cabelo e caminhando até a porta.

- Tchau - falo vendo ele sair.

Suspiro esfregando o rosto e sentindo o cansaço tomar conta do meu corpo, do jeito que estou me jogo na cama e durmo.

Suspiro esfregando o rosto e sentindo o cansaço tomar conta do meu corpo, do jeito que estou me jogo na cama e durmo

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Azul É A Cor Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora