Bônus Quatro

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Narrador:

A Alcateia inteira estava em completo caos devido àquela maldita explosão. Mesas tremiam violentamente enquanto o rugido estrondoso reverberava pelo ar, fazendo todos estremecerem. Foi uma experiência muito mais terrível do que quando Carmuel perdeu o controle pela primeira vez, ou até mesmo do que quando avistaram o lobo das sombras e tomaram conhecimento de sua verdadeira forma. Antes que qualquer um pudesse sequer processar o que estava acontecendo, os guardas irromperam em ação, correndo em direção a Tri. Estavam todos em frenesi, seus rostos contorcidos pelo pânico e pela preocupação com a líder atual.

Rol observava Carmuel, que permanecia imóvel em seu lugar, enquanto suas veias pareciam brilhar com intensidade crescente a cada respiração. O coração de Rol congelou em seu peito, pois cada segundo parecia prenunciar um evento terrível iminente.

—  Cavaleiros, temos uma emergência! — Gritaram em uníssono, suas vozes ecoando alto.

— Monstros invadiram a alcateia! E não é só isso, entre eles está um rapaz que os controla. — O comandante falava com firmeza. — Todos os cavaleiros devem se reunir imediatamente!

Passos apressados, gritos, xingamentos e o som do caos ecoavam do lado de fora. Os cavaleiros saíram da sala às pressas, sem nem mesmo me dar tempo para piscar.

Rol observou Tri com apreensão, notando que suas veias adquiriram uma tonalidade roxa, embora diferente da de Carmuel. Quando se preparava para se aproximar dele, foi no momento exato em que as garras de Carmuel surgiram, e ele avançou em direção ao outro. Enquanto o alvoroço tomava conta de todos, com pessoas correndo pelo corredor e gritando coisas incompreensíveis, Rol temeu o pior por alguns instantes. Foi então que sua espada materializou-se, bloqueando o ataque a tempo de evitar que atingisse sua garganta, e ele tentou desesperadamente empurrar Carmuel para trás.

Carmuel foi arremessado para longe quando algo foi jogado sobre seu corpo, e Tri surgiu ao lado de Rol com uma expressão severa.

— Kura fez algo para libertar o espírito da maldição. Posso sentir isso — Rol explicou para Tri, sua voz carregada de urgência e determinação. — Até os fantasmas foram levados — Rol murmurou, seu tom carregado de incredulidade.

— Com os fantasmas...— começou Tri, mas sua voz sumiu quando seu olhar se fixou em algo distante com descrença.

A cena inicial era aterradora: uma dúzia de monstros fantasmagóricos gigantes irromperam do chão, emitindo gritos tão ensurdecedores que parecia que os ouvidos de Rol iriam estourar. Suas unhas afiadas atacavam indiscriminadamente, dilacerando qualquer pessoa em seu caminho. Um desses gigantes desferiu um golpe lateral em um guarda, lançando-o para longe como se fosse um mero boneco de pano, enquanto uma dúzia de guerreiros eram arremessados ao vento como folhas secas.

Rol e Tri observaram a carnificina com horror, seus corações batendo freneticamente diante da devastação que se desdobrava diante deles. O caos reinava enquanto os guerreiros lutavam desesperadamente para conter a investida dos monstros, mas parecia uma batalha desigual.

Sem hesitação, Rol avançou com sua espada em punho, determinado a enfrentar essas criaturas malignas e proteger sua alcateia. Tri, ao seu lado, assumiu uma postura defensiva, pronta para enfrentar qualquer ameaça que se aproximasse.

Juntos, eles enfrentariam esse terror sobrenatural e lutariam até o último suspiro para defender seu lar e seu povo.Então, um rosnado ecoou pelo ar, e Carmuel começou a se erguer do lugar onde havia sido arremessado, suas veias pulsando de forma anormal e uma expressão perturbada em seu rosto.

— Carmuel, está sentindo os efeitos prolongados — disse Tri, dirigindo-se a Rol em seguida. — Eu cuido disso, Rol. Você cuida do que aquela vadia fez. — A voz de Tri permaneceu calma apesar do caos que se desenrolava ao redor. Rol observou as veias da amiga com preocupação. — Ela não está me afetando tanto quanto meu irmão —acrescentou.

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora