Capítulo Quarenta

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Carmuel So-jeff:

Olhando para os livros e refletindo sobre como devo me comunicar com as pessoas, uma ideia começou a se formar em minha mente. Antes, eu não havia considerado isso, mas agora, ao ponderar sobre o assunto, percebi o quão valioso seria ter um grupo de pessoas ao meu redor que se tornariam meus apoiadores.

É verdade que alguns indivíduos não alcançam o sucesso por seus próprios méritos, mas sim com a ajuda daqueles que são próximos a eles. Reconheço a importância dos meus apoiadores, mesmo que, no passado, eu tenha causado confusão com eles.

Na infância, eu não sabia como me aproximar adequadamente das pessoas. Muitas vezes, minha presença era temida devido à minha posição como futuro líder de uma alcateia poderosa. Mais tarde, essa mesma sombra pairava sobre mim quando me tornei um jovem soldado.

Em vez de adotar uma postura intimidadora, percebi que seria mais eficaz aproximar-me lentamente e observar como poderia agir de forma apropriada diante daqueles que são mais reservados. A sorte de receber ajuda e o desejo de serem tratados com gentileza são aspectos importantes a considerar ao lidar com meus companheiros.

— Acho que sei como me misturar com as pessoas lentamente, para ver como tudo fica perfeitamente bem — falei, e Rol me encarou. — Aqueles dois rapazes que salvamos e o Átila podem ser de grande ajuda para isso.

— Owen e Steven? Até que são boas escolhas para se enturmar, afinal, eles gostam tanto de espadas que chega a ser assustador como conversam animadamente sobre o assunto. Imagino o que os pais deles ensinavam. — Rol disse, então mordeu o lábio. — Mas o Átila seria difícil, vocês não têm nada em comum. Quero dizer, para mim, tenho total certeza de que você não sabe nada sobre crianças.

Isso me fez suspirar, mas era verdade. Eu não entendia crianças tão bem, ou o que elas gostariam de fazer, nem na minha idade atual, muito menos quando era mais jovem. Meu pai me ensinou a ser um líder, a analisar cada estratégia ao meu redor para ganhar, e a conhecer as armas e habilidades que deveria usar com maestria. Mostrar isso para um garotinho como o Átila certamente o assustaria e lhe daria pesadelos, mesmo que ele fosse um pouco maduro para a idade dele.

Estou completamente ferrado.

— Eu sei que tenho um longo caminho pela frente, mas seria bom fazer isso com crianças, e além do mais, terei você comigo para indicar o caminho que posso seguir. — Falei e pisquei um olho na direção dele.

Posso dizer que não escolhi esses três na esperança de me misturar ou fazer os outros me verem com outros olhos. Estou os escolhendo apenas como um teste.

Rol deu de ombros diante da minha atitude repentina.

Enquanto observava Rol, pensei em como as coisas mudaram rapidamente desde que ele apareceu na minha vida. Antes, eu estava perdido em um mar de emoções conflitantes, lutando contra minha própria escuridão interior. Agora, com ele ao meu lado, sentia uma centelha de esperança se acendendo dentro de mim.

— Ei, Rol, obrigado por estar sempre aqui por mim. — Eu disse, sentindo uma onda de gratidão. — Você realmente fez a diferença na minha vida.

Rol sorriu, um sorriso suave e reconfortante que iluminou todo o quarto.

— Não há de quê, Carmuel. Estamos juntos nessa jornada, enfrentando desafios e descobrindo quem somos no processo. — Ele respondeu, colocando a mão no meu ombro.

Aquelas palavras ressoaram profundamente em mim, tocando algo dentro do meu coração que eu não sabia que estava lá. Com Rol ao meu lado, senti que poderia enfrentar qualquer coisa que o destino nos reservasse.

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora