Capítulo Dezenove

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Rol Fisher:

Depois que um curandeiro veio chamar os garotos para o tratamento deles, resolvi caminhar por esse local, e devo admitir que cada espaço dos guardas sobrenaturais é incrível.

Me aproximei de uma porta e ouvi uma voz feminina dizer:

— Bem-vindo e Parabéns. Você foi escolhido para se tornar um dos olhos do Salão Real. Em breve, se é que ainda não o fez, será abençoado pelos deuses, ingerindo o sangue dos deuses, e se tornará um dos "Guardas Sobrenaturais", batizado com o nome dos fundadores da nossa ordem. Nosso eterno ofício é a batalha contra as forças sombrias que invadem nosso mundo. Também conservamos a paz no Mundo Sobrenatural, as sociedades ocultas da magia e as criaturas mágicas moldadas pelos demônios que combatemos e as mantemos escondidas do mundo mundano. E esta agora também é a sua obrigação. Você é protetor, defensor, cavaleiro errante em nome dos deuses. Será treinado para combater demônios, proteger mundanos e negociar com a complexa variedade de integrantes do Submundo — lobisomens, vampiros e afins — que encontrar. — Fez uma pausa. — Sua vida será dedicada à busca da luz do Salão Real contra as forças demoníacas e de deuses caídos. E quando morrer, será com glória.

Alguém tocou em meu ombro, dei um pulo para trás e acabei vendo Alana ali atrás.

— Esta pode parecer uma descrição intimidante da vida dos Guardas Sobrenaturais, mas temos que enfatizar a sacralidade e a importância da nossa missão. Juntar-se à nossa ordem não é como se tornar um policial mundano, nem mesmo um soldado mundano. — Imitou a voz da outra mulher. — "Guarda Sobrenatural" não é o que você faz, e sim quem você é. Todos os aspectos da sua vida vão mudar para acomodar a missão divina para a qual foi escolhido.

Ela me chamou com a mão e me puxou em direção a uma janela; subimos numa caixa que tinha ali.

Subimos e ela me mostrou a sala que estava tendo uma apresentação para os novos guardas.

Me surpreendeu que só tinha dez naquele espaço, olhei para Alana, que suspirou.

— Bem, nós não contamos para evitar trazer o caos aos submundanos — Ela começou, coçando a nuca um pouco sem graça. — Mas o Cálice do Salão desapareceu dezesseis anos atrás, e desde então, os guardas têm enfrentado muitos desafios por causa do retorno do Deus do Caos.

— Como assim? — Perguntei.

Alana suspirou antes de continuar, lançando um olhar para a sala onde a apresentação ocorria.

— O Cálice do Salão era uma relíquia sagrada, ligada aos deuses e à nossa ordem. Ele garantia nossa conexão divina e fortalecia a magia que sustentava o Salão Real. Sem ele, perdemos parte de nossa força e a capacidade de rastrear as atividades dos deuses caídos. Além disso, ele possui um poder significativo que pode ser explorado para fins nefastos.

Encarei Alana com surpresa, tentando absorver a gravidade da situação. O desaparecimento do Cálice do Salão era uma revelação inquietante e explicava muitas das dificuldades enfrentadas pelos guardas sobrenaturais nos últimos anos.

— Isso também quer dizer que, desde que Klaus voltou, alguns guardas perderam o poder de fazer aquelas tatuagens nos próprios corpos em nome dos deuses. — Me virei e reconheci aquelas pessoas.

Simon e Caio Machado estavam abaixo de nós, me encarando surpresos. Nos braços de Caio, o filho deles.

Pulei de cima da caixa e Alana também. Minha surpresa foi que aqueles dois me puxaram para um abraço e o filho deles babou no meu braço.

Me afastei.

— Pelo que lembre não sou amigo de vocês — Falei, limpando o braço. — E o que fazem aqui?

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora