Capítulo Seis

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Rol Fisher:

Suspiro pela terceira vez enquanto mudo um sofá de um lado para o outro, depois de ler uma enorme pilha de papelada que Carmuel jogou na minha frente, dizendo apenas para que lesse sem mais nenhum tipo de informação. Além disso, precisei levar uma mesa para o depósito da casa. Esse doido só não faltou me pedir para fazer uma massagem no pé dele ou qualquer serviço que desse para fazer. Ele disse que poderia fazer, até me fez polir algumas armas que ele tinha na sala de treinamento dos guardas, e me deixou surpreso com a variedade de espadas e outras armas que esse lugar tem.

Então, ele disse para que eu voltasse ao seu escritório e arrumasse o lugar. Até que ele me deixou sozinho, quase a mesma coisa que quando ele estava aqui minutos antes. Carmuel ficou levando alguns documentos antes de sair para o lado de fora. Notei por cima que era algum tipo de funeral e vi o nome do padrasto de Átila, o que me fez ficar estranho em como ele estava organizando tudo para ser belo.

Voltei a arrumar as coisas que podia ou era possível arrumar, até que encontrei escondida numa estante uma foto de uma mulher com cabelos castanhos. Notei que ela tinha olhos que lembravam joias e abraçava um Carmuel e Tri jovens, ao lado de um homem que lembrava uma versão mais velha do Carmuel. Os quatro sorriam para a câmera com olhos brilhantes.

Parei por um momento, olhando para a foto e tentando entender a dinâmica daquela família. O sorriso na imagem contrastava com a frieza e seriedade que eu experimentava de Carmuel. Fiquei intrigado com a história por trás do que aconteceu para sua mudança para esse idiota que está na minha frente. Além disso, o que aconteceu com os pais deles?

Balancei a cabeça assim que ouvi o som da porta abrindo, coloquei a foto no lugar.

— Terminei de organizar tudo — falei.

— Ótimo! Agora pode me dar licença — disse Carmuel, sério. — Pode ir ajudar na cozinha ou com a comida da Karen, a Quimera!

Não disse nada e apenas fiquei no lugar, notando que ele segurava uma carta dourada. Por alguma razão, meu corpo ficou em alerta.

— O que está esperando? — Carmuel perguntou irritado. — Sai logo do meu escritório!

Olhei para a carta, e com isso, deve ter parecido que ignorei sua ordem, afinal, a marca ameaçou doer. Rapidamente, saí do escritório, fechando a porta, e dei de cara com o corredor vazio.

Estava apertado, então resolvi ir ao banheiro que ficava no final do corredor. Ao entrar, não pude acreditar que era igual ao de uma empresa.

Encontrei dois guardas da casa ao entrar. Ao me verem, ficaram me encarando, mas logo desviaram os olhos quando fui para uma cabine.

— Ele tem mesmo jeito para ser um beta, olha o jeito que se comporta — um dos idiotas disse alto o bastante para que eu ouvisse.

— Concordo com você! O mestre Carmuel deveria ter logo matado esse, junto com o pai daquele garotinho de merda — o outro disse.

Meu temperamento explodiu. Eles pensam que não posso fazer nada contra isso. Vamos ver quem irá rir por último.

Saí da cabine, com ambos me olhando. Virei a mão e só vi a água da privada atingir um, que voou para trás, enquanto a da pia atingia o outro, que caiu para trás.

— Ops, foi muita magia — falei, lavando minha mão, enquanto os dois se levantavam.

— Seu miserável, filho da puta — o que foi atingido com água da privada disse. — Pensa só porque tem a benção dos Deuses é melhor que nós. Você ainda é um beta.

Olhei para ele, e a pia jogou um jato d'água com tudo em seu rosto, fazendo-o ir para trás e cair em cima do amigo.

— Mesmo sendo um beta — falei, me agachando à sua frente. — Sou melhor do que vocês.

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora