Capítulo Trinta e Quatro

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Carmuel So-jeff:

Como se apenas ela tivesse o poder de decidir o destino da noite, Tri me fitava durante o jantar com seus olhos faiscando de fúria. Ignorei-a completamente, concentrando minha atenção em Rol, entrelaçando meus dedos aos dele.

— Posso dizer que você está completamente encantado — afirmei com um sorriso, meus olhos fixos nos dele. A eletricidade entre nós era palpável, um fio invisível que nos conectava e aumentava a cada segundo. Rol retribuiu o sorriso, seus olhos se iluminando com uma mistura de surpresa e deleite.

— É verdade — ele admitiu, sua voz rouca e baixa. — Você agindo desse jeito está me deixando sem palavras.

Pisquei um olho para sua direção enquanto Tri observava tudo em silêncio, seus olhos lançando dardos venenosos em nossa direção. Mas eu não me importava. Naquele momento, só existia Rol e eu, perdidos em nosso próprio mundo.

Com um movimento suave, me inclinei e o beijei na bochecha. Ele fico surpreso por um instante antes de voltar seu olhar para minha direção. O mundo ao nosso redor desapareceu, restando apenas a sensação de que estava sozinhos um com o outro.

Uma risadinha escapou dos meus lábios, me lembrando da presença dos outros ao nosso redor. Rol corou levemente, um rubor encantador que o deixava ainda mais atraente.

Meus tios conversavam animadamente com os garotos, que demonstravam grande admiração por Klauons e um profundo respeito por Leonardo. Rol, por sua vez, conversava com Átila enquanto gentilmente dava comida na boca de Rachel. Santiago e Gred observavam a cena com um sorriso nos lábios, como se estivessem testemunhando algo de rara beleza.

Naquele momento, senti uma onda de felicidade me invadir. A atmosfera era leve e descontraída, permeada por um sentimento de união e afeto. A química entre Rol e eu era inegável, mas também havia uma profunda conexão entre todos os presentes. Era como se fôssemos uma família, unidos por laços de amizade e amor.

Olhei para Rol e seus olhos encontraram os meus. Naquele instante, tudo se resumiu a nós dois. As palavras se tornaram desnecessárias, pois nossos olhares diziam tudo. Havia uma promessa no ar, uma promessa de um futuro juntos, repleto de amor e felicidade.

A noite seguiu seu curso, marcada por conversas animadas, risadas e momentos de pura alegria. A sintonia entre nós era perfeita, como se fôssemos peças de um mesmo quebra-cabeça finalmente se encaixando.

Um tremor percorreu meu dedo, me trazendo de volta à realidade. Rapidamente, escondi a mão sob a mesa, tentando disfarçar o nervosismo.

— Tri, acho que você está exagerando com esse olhar para o Carmuel — Alana disse, sua voz firme e direta. Meus olhos se desviaram para ela, encontrando uma expressão de traição no rosto da minha irmã. — Eu sei que ele teve uma boa razão para fazer essa escolha.

— Como posso achar essa escolha sabia? Sentimentos até mesmo os negativos fazem parte de quem somos! Sem eles, o que seríamos? — Tri retrucou, sua voz carregada de desespero. Ela quase gritou as últimas palavras, fazendo com que todos os olhares se voltassem para nossa mesa.

— Demônios, seríamos demônios. — Falei friamente o que deixou Tri assustada. — Lembrasse irmãzinha, já sou considerado um para grande parte dos membros daqui e também para metade dos outros lobos desse mundo. Trancar os sentimentos negativos pode me ajudar a ser um pouco melhor.

Um silêncio constrangedor se instalou. O peso da situação pairava no ar, e eu podia sentir a tensão crescendo a cada segundo. Meus olhos se fixaram em Rol, que observava a cena com uma expressão indecifrável.

— Tri, você precisa se acalmar — Alana disse, com um tom de voz mais calmo e paciente. — Não adianta gritar ou se exaltar.

— Mas como posso me acalmar? — Tri questionou, as lágrimas brotando em seus olhos. — Eu o amo, Alana! Eu o amo com todo o meu coração!

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora