Capítulo Quarenta e Seis

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Carmuel So-jeff:

Na manhã seguinte, abri os olhos lentamente, sentindo-me um pouco confuso e desorientado após acabar de acordar.

Pisquei e notei que a cintura de Rol estava presa sobre um dos meus braços musculosos, que se mantinham firmes e proporcionais. Eu estava deitado atrás dele, meu peito unido às suas costas de forma tão íntima que quase não havia espaço entre nossos corpos.

Admirei Rol, observando sua respiração leve e superficial, seu peito subindo e descendo ritmicamente.

Lentamente, recuperei meus sentidos e um sorriso amplo brotou em meus lábios. Levantei-me e fui ao banheiro para tomar um banho. Ao retornar, encontrei Rol deitado calmamente na cama, seus olhos fixos na porta do banheiro, suas pequenas mãos escondidas sob a colcha, agarrando-a com força, seus dedos esfregando o lençol.

Ele não disse uma palavra, apenas me encarou enquanto eu me inclinava para pegar as roupas no chão. Então, caminhei até o espelho e lentamente as vesti uma por uma.

— Carmuel... — Rol me chamou em voz baixa enquanto seus olhos percorriam minhas costas largas e robustas.

— Sim? — Respondi sem virar a cabeça na sua direção, mantendo uma voz indiferente.

— Sério que vai me ignorar agora, seu idiota? — Rol disse, e virei-me para ele com um sorriso brincalhão.

— Era só uma brincadeira, desculpe se te afetou tanto. — Falei rindo e me joguei em cima dele, sentindo seu toque suave nos meus lábios finos.

— Tudo bem. — Ele respondeu, sua voz soando um tanto neutra. — Só desta vez vou te perdoar.

Minhas mãos agarraram sua cintura enquanto ele fazia um bico.

— Desculpe por ter feito essa brincadeira, prometo que nunca mais farei algo assim, posso jurar. E acho que você merece um café da manhã na cama. — Falei me levantando enquanto ele se ajeitava, voltando a se acomodar para dormir.

Desci para o restaurante, decidi pegar algo para que Rol pudesse comer antes que ele quisesse tomar banho.

Não conseguia me lembrar da última vez em que me senti tão vivo ao fazer algo assim, era uma sensação maravilhosa. Não sabia ao certo quando percebi que algo dentro de mim havia realmente mudado. Talvez tenha sido quando notei o mensageiro de ontem à noite, conversando abertamente com sua namorada sobre sua relação com Rol.

— Ele é incrível, nunca me contou por que fugiu de casa, mas era muito divertido quando o conheci. Sabe, foi ele quem fez a minha cicatriz nas costas. — Ele dizia, e sua namorada ria da expressão dele. — Fiquei muito chateado quando ele fugiu; ele foi meu único amigo por muito tempo, já que minha família sempre estava se mudando.

— Então, agora que o encontrou, poderá colocar o papo em dia. Mas devo dizer que, pelo que você falou, ele carregava um peso enorme nas costas. — A namorada comentou, balançando as tranças ruivas. — Será interessante ouvir como você era antes de nos conhecermos.

Abandonando a conversa deles, peguei a comida e retornei ao quarto. Encontrei Rol olhando uma mensagem de fogo quando abri a porta.

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Fiquei deslumbrado com o sorriso casual nos cantos de seus lábios. Quando foi que me tornei uma pessoa boba e apaixonada ao mesmo tempo?

Ao lado dele na cama, havia sete ou oito papéis de mensagem. Reconheci a caligrafia de Kiarran, o cavaleiro da Alcateia de Betas, e por último, uma que pertencia à minha irmã.

Sentei-me na cama, colocando a bandeja em cima do colo dele e afastando a mensagem de suas mãos, sentindo uma mistura de emoções transbordar dentro de mim.

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora