Bônus Dois (Tri So-jeff e Alana Althea)

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Tri So-jeff:

Chegou o momento da bruxinha brilhar! Brincadeiras à parte, vamos voltar ao meu irmão e à sua descoberta: ele está interessado no Rol! E posso ver isso com clareza absoluta. Mas tenho certeza que ele vai ser cabeça dura e negar que isso está acontecendo. Conheço o irmão que tenho perfeitamente.

Saindo da sala de jantar, meus passos lentos ecoavam pelo interior da casa. De repente, meus olhos se depararam com dois homens que examinavam um objeto com atenção meticulosa. Eram os mesmos que antes estivera na sala de jantar, fascinados com a ideia da vaca, "mãe" do Rol.

Aproveitando a distração deles, me aproximei sorrateiramente, chegando a uma distância mínima. Seus capuzes os escondiam, impedindo-me de ver seus rostos com clareza, mas suas alturas robustas não deixavam dúvidas quanto ao sexo masculino.

Um silêncio sepulcral pairava no ar enquanto os dois homens permaneciam imóveis, seus olhos fixos no objeto dentro do armário do corredor. Involuntariamente, prendi a respiração, imitando a quietude da cena. Apesar da concentração profunda que os consumia, uma sensação de perigo pairava no ar, como se estivessem tramando algo sinistro.

— Tri, precisamos voltar para o seu quarto. — Alana sussurrou, a voz tensa.

Seus olhos se moviam freneticamente entre os dois homens e eu, o medo estampado em seu rosto. Aquela expressão era um espelho do meu próprio interior, um turbilhão de apreensão e nervosismo.

Virei-me bruscamente, meus passos rápidos ecoando pelo corredor. Só quando me distanciei daquele grupo sinistro a tensão em meu corpo começou a diminuir. A guarda que nos acompanhava, impassível como sempre, abriu a porta que levava ao meu quarto, revelando um refúgio seguro em meio ao caos.

Prestes a cruzar o portal, meus olhos se fixaram em um dos homens. Uma fração de segundo, um brilho fugaz, e meu coração disparou. Entre os dois homens, um pequeno embrulho, cuidadosamente escondido, destoava do ambiente.

— Isso é... — Comecei a gaguejar, a voz carregada de espanto.

— O que foi? — Alana questionou, os olhos arregalados em uma mistura de confusão e preocupação.

Em um impulso, corri em direção aos homens. Com um movimento rápido, as pedras mágicas escaparam de minhas mãos e caíram no chão com um estrondo. Os dois homens se viraram para mim, seus rostos contorcidos em uma fúria animalesca.

Sentindo uma força interior que nunca havia experimentado antes, ergui meus braços e os dois homens, pesados como se fossem feitos de chumbo, se elevaram no ar, debatendo-se desesperadamente.

— Quem deu as pedras mágicas? — exigi, a voz áspera com a fúria que queimava em meu interior. Seus rostos pálidos e suados, um reflexo do meu próprio estado de nervosismo, me davam a certeza de que não morreram tragicamente.

— O que... o que você está dizendo...? — um deles gaguejou, sem fôlego, os olhos arregalados de terror.

— Minha mensagem foi entregue! A escolha agora é sua: confessar ou enfrentar as consequências! — gritei, arremessando-os de um lado para o outro do corredor. Seus corpos pesados batiam contra as paredes, deixando marcas de destruição que eu pouco me importava. Magia consertaria os danos físicos, mas a traição deles deixara um estrago em meu coração que nem a magia mais poderosa poderia curar.

"Que se dane a bagunça!", pensei, enquanto os observava se contorcer de dor. "Se insistem em fingir inocência, terei que arrancar a verdade deles da maneira mais rápida e brutal possível: uma tortura mágica."

A porta da sala de jantar se escancarou violentamente, Carmuel e Rol irrompendo no local com a força de um furacão.

— Tri, o que diabos está acontecendo aqui? — Carmuel rugiu, seus olhos faiscando de raiva enquanto percorriam os homens e eu.

O Jovem Soldado(ABO/MPreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora