XVII- Mesmisse

74 11 3
                                    

"Não há nada como regressar a um lugar que está igual para descobrir o quanto a gente mudou.

— Nelson Mandela"

A doutora Tsunade me encara com olhos atentos, mas que estranhamente não me deixam desconfortável. Apenas quente.

Ela me faz perguntas que eu tento responder com sinceridade.

Tsu– Você havia me dito que antes da palestra tinha ido ao cemitério vê-lo. — Confirmo — Você voltou lá depois disso?

— Eu não... não tive coragem. — Mexo meus dedos inconscientemente.

Tsu– Porque?

— Eu não sei... talvez eu... eu tenha medo. Eu estou diferente. Sei que só se passarem algumas semanas, mas me sinto diferente, me sinto leve, me sinto a Hinata que eu era antes de perdê-lo.

Tsu– E você se sente culpada por isso?

— Talvez? Não sei... um pouco?

Tsu– Como eu disse anteriormente a você Hinata, se curar vai levar um longo tempo e durante isso, existem fases que você tem que passar. Como num' videogame. Em cada fase você tem que enfrentar um vilão, só assim pode passar para a próxima. Não tem outro jeito, não pode sair burlando as regras e pulando de fase, no final tudo que vai acontecer é você ter que recomeçar o jogo e ninguém gosta de passar pelas mesmas fases várias vezes. — Afirmo — Nesse momento você está na fase dois. Você passou pela fase um quando desabafou para todo mundo naquela palestra e agora você precisa seguir em frente, para a próxima fase. O vilão da fase dois pode ser mais fácil, mas ainda é um vilão que você tem que enfrentar.

— E o que é esse vilão?

Tsu– Eu não posso te dizer isso. Só você sabe o que precisa enfrentar e em que momento. Eu só estou aqui para te instruir. Então Hinata, o que você tem que enfrentar nessa segunda fase?

.

.

.

Ele está aqui do meu lado. Tem estado durante todo esse tempo e quando eu achei que ele se afastaria, ele continuou aqui. Me apoiando, me amando.

E estar aqui é só mais uma prova do quão forte são os sentimentos dele por mim. E agora me sinto pronta para amá-lo de volta da forma que ele merece. Bem... eu acho.

Nar– Tudo bem? — Ele aperta minha mão, chamando minha atenção e afirmo.

Me afasto um pouco dele e me ajoelho na grama em frente ao túmulo. Deixo as flores e encaro a lápide.

— Irmão, esse é o Naruto. Ele foi quem me ajudou, graças a ele, eu estou aqui agora. Conversando com você, me sentindo segura e feliz. — Limpo uma lágrima solitária e o puxo para se sentar ao meu lado. — Você ia amar conhecê-lo. Ele é energético, desejeitado e tem esse ar brincalhão, como você. Eu sou quero que saiba que eu estou bem agora e que você pode descansar.

Antes que eu possa dizer adeus e me levantar para irmos embora, ele começa a falar.

Nar– Oi! Kiba, não é? Não se preocupe, pode descansar de boa que eu vou cuidar da Hinata por você. Foi bom te conhecer.

Ele finalmente se levanta e as lágrimas não resistem, mas apesar delas, eu me sinto feliz. Lhe dou um abraço apertado e o puxo para fora, pegando o ônibus até nosso próximo destino.

Ele não fala muito no caminho, parece pensativo, mas sua distância não me incomoda, pelo contrário, me deixa vagar pelos meus próprios sentimentos e me preparar para o que vou fazer.

I Wasn't Promised to YouOnde histórias criam vida. Descubra agora