XX- Ação e Reação

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"Mas onde se deve procurar a liberdade é nos sentimentos. Esses é que são a essência viva da alma.

— Johann Goethe"

A Sakura e a Ino saíram há algumas horas, jantar entre as famílias ou alguma coisa assim que eu não prestei muita atenção. Apesar de me sentir deixada um pouco de lado por elas, eu entendo. Eu cheguei depois e me intrometi na amizade delas.

Não que isso importe, jantar ou não, a companhia que estou tendo agora é bem melhor. Principalmente quando ele me aperta com as mãos, desse jeito possessivo dele.

Sua língua desliza sobre a minha, sua cabeça se move com o ritmo ditado por mim e suas mãos apertam meu corpo com ansiedade e força. Os sons escapam sem inibição pela minha garganta e quando seus lábios descem para o meu pescoço, não consigo conter um gemido mais alto e manhoso.

Ele afasta a boca de mim e ri de leve, me encarando com seus olhos nublados e atraentes.

A gente anda se pegando há um tempo, desde o que aconteceu na minha casa semana passada, parece que apertamos o botão do "foda-se". Mas nunca fomos até o final. Não ainda.

— O que foi? — Me ajeito no colo dele.

Nar– É que você fica tão linda desse jeito. — Reviro os olhos, rindo da sua cara de bobo.

— E você é um babão.

Nar– Um babão por quem você é apaixonada — Afirmo, voltando a soltar meu peso sobre seu corpo — Que horas a Sakura volta?

— Ela vai dormir na casa dos pais hoje.

Nar– Ah, por isso o Sasuke tava todo estressadinho quando ela saiu. — Ele olha ao redor, com um semblante sugestivo. — Isso quer dizer que temos o quarto só para gente?

— O que você pretende fazer com uma garota inocente como eu? Oh, que desgraça, eu não devia ter deixado um predador como você entrar no meu quarto.

Nar– Me lembro com certeza de você ter dito que não era uma garota inocente e que gostava do que fazemos. — Reviro os olhos, selando seus lábios com os meus.

— Fale menos e faça mais.

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A Sakura e a Ino me encaram de forma desconfiada, me analisam com o cenho cerrado e trocam olhares. As observo, esperando que resolvam compartilhar suas indagações comigo.

Sak– Sabe, eu sempre vi o Naruto com outros olhos. Ele sempre foi do tipo brincalhão e idiota. Nunca imaginei que ele fosse capaz disso. — Não faço ideia do que ela está falando.

Ino– Pois é. Ele nunca demonstrou entender dessas coisas, acho que até pouco tempo atrás ele achava que os bebês vinham das cegonhas.

— Do que diabos vocês estão falando? — Ignoro minha comida.

Sak– Garota... você não se olhou no espelho hoje?

— Acordei um pouco atrasada, só vesti o uniforme e amarrei o cabelo antes de sair correndo.

Shion– Elas estão falando das marcas no seu pescoço. — A garota nova no nosso grupo de amigos diz, apontando.

Arregalo os olhos, minhas bochechas ardendo sem controle e corro para desamarrar o cabelo, ajeitando ele sobre meu ombro.

Sak– Quando quiser um tempinho sozinha com ele, é só falar que eu tiro o Sasuke do quarto. — Ele olha para mim ao ser citado na conversa.

Sas– Desde que não usem o meu lado do quarto, por mim tudo bem.

Ignoro todos eles e me concentro na minha sala de frutas, ela já está no final e eu ainda estou com fome.
Olho ao redor, a fila do lanche tá enorme e o horário já tá acabando, não daria tempo de pegar mais uma.

Uta– Quer a minha? — Ele está sentado do lado da irmã, não posso considerar eles dois como amigos, mas estamos nos conhecendo — Minha salada. Você parece querer mais.

Sorrio e pego da mão dele.

— Obrigada! Eu adoro salada de frutas, mas a fila tá tão grande, provavelmente só conseguiria pegar mais na próxima vida. Você não vai ficar com fome?

Uta– Eu faço meu próprio lanche, só peguei para experimentar.

— Obrigada, Utakata-san. — Desvio minha atenção quando o Sasuke me pergunta sobre o Naruto — O diretor Namikaze chamou ele para almoçarem juntos.

Ino– Diretor Namikaze? Isso é jeito de chamar o sogrão?

Sak– O Minato-sensei é um fofo, aposto que amaria te ouvir chamando ele de sogro. — Fecho a cara enquanto como minha salada.

— Eu e o Naruto não somos namorados. Logo, o diretor não é meu sogro, ou o que quer vocês estejam falando.

Ino– O Naruto é um lerdo, não sei porque ainda não pediu.

— E quem disse que eu quero ser a namorada dele? — As palavras saem sem controle da minha boca e arregalo os olhos quando me dou conta.
Evito os olhares dos outros em cima de mim, prestando atenção na minha comida.

Shion– Sério? Ótimo, isso que dizer que ele está livre. — Apesar de tentar não olhar para ela, meu choque é mais rápido e encaro ela. — O que? O que foi?

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A Sakura e a Ino estão sentadas na cama, me encarando e apesar de não encarar de volta, sei que me olham com grande reprovação. Eu, encaro o teto, perdida em pensamentos sobre como matar alguém e esconder o corpo.

Sak– E você não vai fazer nada? Vai deixar ela se jogar para cima dele?

— Não temos nada, então não há nada que eu possa fazer.

Ino– Eu achei que vocês estivessem apaixonados.

— Eu tô... eu não... eu não sei, tá legal? Não sou boa nisso, nunca amei ninguém desse jeito. — Ela se olham, parecendo trocar palavras mentalmente.

Ino– Eu não contei para ninguém além da Sakura, mas eu tinha uma puta queda pelo Sasuke no fundamental. — Arregalo os olhos, chocada — Eles tinham aquela parceria de amigos de infância e eu fiquei doida de ciúmes. Até que o Sai apareceu na minha vida. Eu não reconheci meus sentimentos, eu jurava que amava o Sasuke.

— Onde quer chegar?

Ino– O amor que sinto pelo Sai chegou de fininho. Começou com como eu ficava confortável ao lado dele, como ele me fazia rir, com o silêncio confortável e a calmaria que ele me passava. — Ela se ajoelha na minha frente, segura minhas mãos entre as suas. — Hina, você não é do tipo de pessoa que se aproxima de alguém a toa. Você sente algo pelo Naruto, você sabe disso. Não importa se não sabe como dar um nome a esse sentimento, só... sinta!

I Wasn't Promised to YouOnde histórias criam vida. Descubra agora