XIX- Quando Tudo Começa a Dar Certo

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"O maior erro que você pode cometer é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum. 

— Elbert Hubbard" 

Pov. Naruto Uzumaki 

Ela está me evitando. De novo. 
Apesar de ter me sentindo um pouco envergonhado depois de ontem, eu gostei, gostei para caramba. Será que dei a entender que não gostei? Fugindo daquele jeito? 

Ahhhhh merda, o que foi que eu fiz? Eu devo ter assustado ela ficando daquele jeito. O que eu poderia fazer? Sou um adolescente hormonal de 17 anos. 

Shika– Tudo bem cara? — Erguo a cabeça do meu esconderijo inseguro entre os braços. 

— Não foi nada. 

Sas– É claro que houve alguma coisa. — Ele não desvia o olhar do livro. — Ele tá pensando, isso é raro. 

Choji– O Naruto pensando? Impossível! — Reviro os olhos, ignorando eles. 

Shika– Pode conversar com a gente, cara. Estamos entre amigos. — Volto a olhar para ele, suspiro e me encosto na parede. 

— Ontem eu jantei na casa da Hinata. O pai dela foi um babaca, eu conheci a mãe dela, o Neji falou algumas coisas ruins, mas no final a gente... meio que... ficou sozinho no quarto dela, e... 

Sas– Vocês transaram. — Olho feio para ele e nego. — Mas você queria. 

— Óbvio. Quer dizer... eu meio que... nós estávamos... aí ela se afastou e eu estava... aí eu fui embora. 

Eles me encaram, com semblantes confusos e depois - simplesmente - começam a rir. Menos o Sasuke, ele me encara com as sobrancelhas franzidas. 

Sas– Cara... você é tão idiota. Como sobreviveu até agora? 

— Precisa falar desse jeito? Eu tô desesperado. 

Shika– Já parou para pensar que talvez ela esteja tão envergonhada quanto você? 

Sas– Ou decepcionada. — Ele volta aos livros. — Você fugiu no meio do negócio todo. 

Shika– Ignora ele. Você ao menos tentou falar com ela? 

— Mandei um montão de mensagens. 

Choji– Você deveria falar pessoalmente. — Ele fala enquanto come. — As garotas gostam quando somos diretos. 

Shino– O que você sabe sobre garotas?
 
Choji– Eu sei muito. — Reviro os olhos outra vez. 

— Vocês são péssimos amigos. 

A encaro de longe. Hoje as meninas não sentaram na nossa mesa no refeitório. Alguma coisa sobre ter um almoço de garotas. Ela está a apenas algumas mesas de distância, rindo sobre alguma coisa. De vez em quando ela lança um olhar ou outro para mim. 

Sas– Você tá parecendo um psicopata. — Bufo de leve e desvio o olhar para ele. — Olha só, considero a Hinata uma grande amiga, apesar de não sermos tão próximos. Se você tá se sentindo inseguro com alguma coisa, deveria falar com ela. Ela aprecia um bom diálogo, sabe disso. 

— Eu sei. Mas é que ela já tem problemas demais para lidar, não vou enchê-la com minhas inseguranças também. 

Sas– Se ela escutasse a burrice que você tá dizendo agora, te chamaria de idiota. A Hinata não é assim, ela odeia ser mantida de fora e odeia fazer os outros se sentirem mal. Você vai acabar magoando ela. 

— Tsk, ela não é uma boneca de porcelana. É mais forte do que isso, seu babaca protetor. 

Sas– Só tô dizendo que é melhor deixar tudo as claras. 

— Você tá diferente. 

Sas– O que a terapia não faz por uma pessoa? 

Sorrio e volto a olhar para ela. Ela me encara de volta, com as sobrancelhas erguidas, como se me perguntasse o que diabos eu tô fazendo. 

— Odeio admitir isso, mas você está certo. — Ele diz um "eu sei" baixo e me ignora. 

Levanto e caminho devagar até a mesa que ela está, coloco a mão sobre a dela e me sento ao seu lado. 

— Bom dia meninas e... menina e menino? — Encaro os dois desconhecidos sentados lado a lado. 

Sak– Esses são Shion e Utakata, alunos novos. 

Não observo os dois por muito tempo, apesar do reconhecimento, os cumprimento e volto meu olhar para a Hinata. 

— Quer sair depois daqui? Precisamos conversar. 

Hina– Conversar? Sobre o que? — Sinto minhas bochechas arderem e desvio o olhar dos olhos novos e diferentes dela. 

— Você sabe. Sobre... bem, ontem? 

Ino– O que aconteceu ontem? — Minha expressão se fecha pela intromissão. 

Sak– O que você fez, Naruto? 

— Porque acha que eu fiz algo? 

Ino– Você é um idiota, sempre faz alguma coisa errada. 

Hina– Nada aconteceu. Ainda temos meia hora de almoço. Quer ir àquela cafeteria? — Afirmo e me levanto, segurando sua mão. 

Hina– Você tá pensando demais. 

A observo enquanto come. Meu coração sempre bate acelerado quando olho para ela. Ela é tão linda. O cabelo escuro, a pele macia e o olhar gentil dela foram o que me atraiu. Ela sempre foi tão forte e humilde, apesar de tudo que passou. 

— Me desculpe por ontem. — Ela arregala os olhos para mim e inclina a cabeça. 

Hina– Por? 

— Ter reagido daquele jeito. 

Hina– Não sei se estou entendendo aonde você quer chegar. 

— A gente tava tendo um momento bacana, aí eu meio que... sabe, me animei além da conta. Coisa de homem. 

Ela arregala os olhos mais do que já estavam arregalados e sorri. 

Hina– Entendi. Tá preocupado que eu não tenha gostado do que aconteceu ontem a noite? 

— É que você se afastou tão repentinamente... 

Hina– Eu não sou uma garotinha inocente, Naruto. Eu sei o que estava rolando entre a gente e sei onde chegaríamos se tivéssemos ido em frente. Não precisa se preocupar com isso. 

— Mas então... 

Hina– Não precisa se sentir inseguro em relação a mim, eu gosto de você e apesar de ter todos os meus problemas se envolvendo o tempo todo na nossa relação, eu ainda quero ficar com você. 

— Como sabia que eu estava me sentindo assim? — Apoio a testa na mesa. 

Hina– Você não é muito sutil. E além do mais, eu sou a personificação da insegurança, farejo ela a quilômetros. — Ela ri de um jeito leve e apesar do humor sombrio e quebrado, rio junto. 

I Wasn't Promised to YouOnde histórias criam vida. Descubra agora