XVIII- Amor de Mãe

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"Mães judiciosas sempre têm consciência de que são o primeiro livro lido e o último posto de lado, na biblioteca dos filhos.

Charles Lenox Remond"

Ele não me olha. Encara o jardim como se enxergasse por trás dele, como se sentisse o que há aqui.

Nar- O que é esse lugar? - Seus olhos brilham.

- Sente isso? - Ele afirma.

Me aproximo da árvore grande no centro do jardim, ela é bela, antiga e totalmente branca, suas folhas estão vermelhas agora. O outono chegou para ela. Nós galhos, fitas com nomes estão penduradas.

- Essa árvore tem centenas de anos de idade, já estava aqui quando a mansão Hyuga foi criada, pelo meu avô. Ele sentiu o que estamos sentindo agora e se apaixonou pela magia daqui. Construiu ao redor e tornou esse jardim sagrado.

Nar- O que há de tão especial nela?

- Ninguém sabe. Há lendas, porém apenas o vovô sabia que tipo de magia ela carrega. Mas de toda forma, é especial. As cinzas de todos os Hyugas mortos foram enterradas sobre as raízes dela. Inclusive as da minha mãe. Somente a casa principal pode entrar aqui.

Nar- Por isso seu pai surtou quando decidiu me trazer? - Afirmo. - Isso não parece motivo suficiente para falar com você da forma que ele falou.

Solto um riso nasal e coloco as mãos dentro dos bolsos do casaco.

- Meu pai mudou quando eu fiquei mal, mas eu fiz algumas outras coisas que contribuíram para isso. - Me a joelho próxima a árvore - Meu avô teve 5 filhos, conforme seu Império foi crescendo as disputas entre os irmãos se intensificou, todos queriam herdar sua fortuna. Então ele teve que escolher. Os três mais novos foram tirados da disputa, sobraram apenas meu pai e seu irmão gêmeo. Meu avô os criou para liderar e quando morreu, deixou um testamento. - Acaricio uma das raízes - "Apenas os primogênitos dos primogênitos liderarão". Meu pai era o mais velho, por minutos. Houve briga, houve um acidente e Neji perdeu o pai. Eu era muito nova. - Ele se senta ao meu lado - Se o testamento não for seguido, toda o Império será dissolvido. Eu sou a primogênita do primogênito.

Nar- Por isso ele age daquele jeito? Porque você não quer herdar?

- Eu queria. Antes. Agora... não mais. Depois que me curei da maldição, ele me procurou, tivemos essa conversa. Ele achou que eu mudaria de ideia.

Ele me encara, não diz nada. Apenas desvia seu olhar para árvore, se levanta e segura uma das fitas com os dedos.

- Mamãe adoraria conhecer você. Você me lembra um pouco ela. - Ele sorri - Ela era animada, sorridente e determinada. Nunca desistiu de nada.

Nar- Obrigado por confiar em mim e me trazer até aqui.

- Naruto... eu... - Antes que eu possa terminar de dizer, alguém pula entre a gente. Encaro os olhos azul claro da Hanabi e erguo a sobrancelha, a interrogando silenciosamente.

Hana- Então, quando os dois pombinhos vão assumir esse relacionamento?

Reviro os olhos. Pego na mão dele e o puxo.

- Ela é maluca. Ignora ela.

Nar- Gostei dela.

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Estávamos todos super concentrados no filme, até ouvirmos uma discussão acalorada do lado de fora. Apenas esperamos, curiosos quando o Neji entra no quarto jogando sua coisas no canto e largando o corpo na minha cama.

Hana- Tudo bem? - Ela fica de joelhos, se apoiando na cama. - Com que estava discutindo? Não reconheci a voz.

Neji- Com a Tenten.

Hana- Sua namorada?

Neji- Ex namorada, pelo visto - Olho de canto para o loiro ao meu lado.

- O que houve?

Neji- Eu a peguei tendo um... "momento" com o Lee. Eles estavam dentro de todo aquele clima romântico, se encarando, de mãos dadas. Se eu não tivesse interrompido eles teriam se pegado.

- Conversou com ela?

Neji- Não. Só sai correndo.

Hana- Idiota. Deveria ao menos ter ouvido a explicação dela.

Neji- Para que? Eles são prometidos mesmo. - Ele suspira, apertando o rosto contra o colchão, seus ombros tremem um pouco.

Hana- O que?

Neji- Ela veio correndo atrás de mim. Disse que eles eram prometidos. Mas que não significava nada para ela, que ela gostava de mim. Mas eu não posso. Não posso ficar com uma alguém que não é meu prometido.

Prendo a respiração e arregalo meus olhos devagar. A sensação de formigamento por debaixo da pele me tomando por completo.

Neji- Hina... - Ele olha entre mim e o Naruto, com um semblante arrependido - Desculpa, não foi o que eu quis dizer. Que merda, eu sempre estrago tudo. - Ele se levanta depressa e sai do quarto.

Hana- Vou atras dele - Ela o segue. Fechando a porta atrás de si.

Minhas mãos tremem sobre meu colo, tento manter minha coluna ereta, controlando o ataque de pânico que briga por espaço.
O ar me falta, minha visão escurece e sinto meu peito apertar. Mas não tenho tempo de me perder dentro da minha própria cabeça, o Naruto segura meu rosto entre suas mãos.

Nar- Ele não disse por mal. Gosto tanto de você, Hinata. - Ele fala enquanto encara meus lábios.

Volto a mim, observando seus olhos profundos e dilatados. Como se um imã me puxasse para perto dele, inclino meu corpo sobre o dele, colando nossos lábios.

Ele suspira, surpreso e escorrega suas mãos pelo meu rosto, parando nos meu ombros. Aprofundo o beijo, entrelaçando minha língua na sua e me inclinando cada vez mais sobre ele, até estar quase sentada em seu colo e suas mãos na minha cintura.

Não consigo respirar, mas também não quero parar. Estou consciente das suas mãos grandes pressionando minha cintura, estou consciente do seu corpo sob o meu e de onde estamos. Mas não quero parar. Não quando me sinto tão bem, tão acolhida, desejada e amada.

Circulo seu pescoço com meus braços, enfiando os dedos nos fios loiros de sua nuca e finalmente largo o peso do meu corpo totalmente sobre ele. Ele aperta minha cintura com força e possessão, divido entre acariciar minhas costas e me movimentar sobre ele.

Ainda estamos no tapete quando ele se deita, comigo ainda sobre ele e suas mãos descem um pouco mais, cautelosas, mas selvagens pela curva no final da minha coluna.

O som que sai sem controle pela minha garganta me assusta e me faz desgrudar da sua boca. Observo sua expressão bagunçado e confusa.
Seus cabelos desarrumados, seu rosto vermelho e seus lábios inchados. Seu olhar excitado torna toda sua feição pecaminosa e tentadora.

Me movo, na tentativa de esticar minha coluna. Mas paro um pouco envergonhada quando o mesmo som que saiu da minha boca segundos atrás, sai da dele. Ele tira suas mãos de onde estavam e vira o rosto, desviando o olhar.

- Merda, você tá... - Me levanto rapidamente quando me dou conta da sua situação... da NOSSA situação.

Estico a mão, o ajudando a se levantar.

Nar- Eu acho melhor eu ir. Antes que fiquei muito tarde. - Ele esfrega a mão na nuca, desviando o olhar.

Tento manter meu foco em seu rosto.

- Nos vemos na segunda? - Ele afirma. Mas antes de sair, hesita um pouco. Se inclina de leve e deixa um beijo na minha bochecha.

I Wasn't Promised to YouOnde histórias criam vida. Descubra agora