"Recomeça... se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.
— Miguel Torga"
Eu não olho para ninguém enquanto adentro os portões da escola nessa segunda feira. Ouço as conversas das panelinhas se reencontrando depois dessa merecida semana de férias, para enfim começarem as provas que finalizam o primeiro semestre.
A ideia materla em ansiedade na minha mente, mas sei que tenho que me manter calma e apesar de todos os escuros do meu corpo sinalizarem um ataque de pânico vindo, ainda sigo meu caminho até a cabeleira loira um pouco a frente.
Nar– Você desapareceu essa semana. — Ele diz antes de mais nada quando se vira para mim.
— Desculpe, eu estava resolvendo algumas coisas. — Ele sorri
Ele se despede dos colegas com quem conversava e coloca as mãos nos bolsos, me acompanhando até o prédio de aulas.
Nar– Ah, minha mãe disse que queria ver você outra vez. E Kurama está com saudades.
— Conseguiu adotá-lo?
Nar– Ainda não. Muita burocracia — Rio de leve e ele me encara — Você... sei lá... parece diferente.
— Diferente como?
Nar– Como se não estivesse mais carregando o peso do mundo em suas costas.
Sua constatação faz a boca do meu estômago borbulhar e um sorriso automático se abrir em meu rosto. Mas minja expressão alegre vira confusão quando seu sorriso se fecha em uma cara irritada.
Olho para onde ele está olhando e arregalo os olhos ao ver.
Sakura está no chão, com a roupa abarrotada e a cabeça baixa, levanto um pouco meu olhar até a garota de cabelos vermelhos que a atacou.
Karin está ofegante e de olhos arregalados enquanto segura com força um canivete. Minha ficha cai quando sigo a trilha de fios rosas no chão até de volta a Sakura. Seu cabelo está pela metade, cortado de forma irregular pelo canivete semi-cego. A fúria me toma quando corro até ela, sem me preocupar em perguntar se estava bem. Apenas erguo meu braço e deixo um tapa estalado no rosto nada arrependido da Karin.Suas amigas não ousam se mover ao ver meu olhar irritado.
— O quão carente de atenção você é para fazer alguma coisa assim?
Karin– Não se meta onde não foi chamada, novata. Meu problema não é com você.
— Não, não é, mas agora é comigo que você vai se resolver. Covarde de merda.
Antes que ela possa retrucar, o diretor Namikaze nos interrompe, olha ao redor, dispersa os alunos e acompanha a Karin até sua sala.
Volto meu olhar para Sakura, ela ainda está de cabeça baixa, mas consigo ver o sorriso em seu rosto estressado.
Sak– Tão hilário — Sua risada nervosa ecoa pelo corredor, agora vazio — Eu achava que terminar com ele seria suficiente, mas agora olhe só para mim, brigando por alguém que sequer lembra de mim. Hi.la.rio.
— Sakura, seu cabelo... — Ela funga e levanta a cabeça.
Sak– Foda-se o cabelo.
Ela pega minha mão e me arrasta até o prédio dos dormitórios, deixando um Naruto confuso para trás.
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A gente não conversa enquanto eu movo a tesoura habilidosamente pelos seus fios estraçalhados. Tentando consertar o máximo que posso. Ino está sentada na cama, xingando a Karin de todos os nomes feios possíveis. Olho de canto para ela, fazendo com que ela pare. Tudo que a Sakura precisa agora é de paz.
Sak– Sabe porque eu deixei o meu cabelo crescer? — Ela não espera eu responder — A Ino se lembra. Depois que o Sasuke-kun perdeu os pais, ele se afastou de mim e do Naruto. Eu queria chamar a atenção dele, não queria que ele me visse como uma irmãzinha, queria que me visse como mulher. Então eu deixei ele se afastar, deixei ele sozinho enquanto era covarde e me tornava mais feminina. Eu inovei meu guarda-roupa, comprei maquiagem e comecei a deixar meu cabelo crescer. Mas ele não notou. Ele nunca notou nada sobre mim e quando a promessa veio e ele me viu de verdade pela primeira vez, eu achei que meus esforços tinham válido a pena. Mas agora eu vejo que insisti na pessoa errada.
Ino– Ele é seu prometido, não pode se culpar por amá-lo.
— O que eu acho é que você deveria conversar com ele. Vocês não se falam há meses, talvez ele tenha mudado, talvez ele tenha finalmente entendido a gravidade da situação. — Elas riem.
Sak– O que há com você?
— Quê?
Sak– É que você tá diferente, toda otimista e animada. — Ino se levanta e põe as mãos sobre meus ombros.
Ino– É, olha para você. Sua pele tá viva, seu cabelo tá muito mais sedoso e brilhante do que o normal e meu deus, para onde foram suas olheiras de defunto?
— Mas o que... — A gente segura o riso pelo maior tempo que podemos, mas duas batidas na porta faz com que soltem os a gargalhada.
Ino vai até a porta, recuperando o fôlego e quando abre, não me surpreendo ao vê-lo. A loira da espaço para que ele entre, termino o cabelo da Sakura e me afasto, deixo um leve afago em sua cabeça e saio, fechando a porta atrás da gente.
Ino– Você acha que eles vão se entender?
— Não faço ideia, mas espero que sim.
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Todos na sala ainda conversam sobre o trabalho semestral do Kakashi sensei. Os convidados já confirmaram presença e nosso projeto foi autorizado pela direção. Parece que o diretor Namikaze se interessou bastante pelo nosso projeto, convidou algumas grandes figuras para nos assistir.
Erguo a mão chamando a atenção do líder do grupo, Shikamaru, para mim.
— Eu tenho alguém. Ela se dispôs a participar da palestra.
Shika– Quem?
— Ela pediu segredo. Até o dia da apresentação. — Ele me encara desconfiado, mas logo volta sua atenção ao que tava falando.
O Naruto se aproxima de mim e sussurra no meu ouvido.
Nar– Mulher misteriosa? — Sorrio de canto — Estou feliz por você. Parece tão mais leve.
— Eu estou e preciso agradecer.
Nar– A quem?
— A vocês. Todos vocês. Eu estive sozinha, durante todos esse anos depois dele, eu estive sozinha. Mas vocês me incluíram nas suas vidas e ficaram ao meu lado, apesar da minha personalidade difícil. Obrigada.
Ele ri de leve, parecendo surpreso com minha declaração.
Nar– Não precisa agradecer. Eu gosto de você, Hinata Hyuga, não foi esforço algum.
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I Wasn't Promised to You
Fiksi Penggemar"Mamãe, é possível alguém amar outro alguém que não seja seu prometido?" Meu nome é Hinata Hyuga e eu sofro da maldição do prometido. Diferente da maiorias das pessoas que vivem suas vidas em busca da sua cara metade, da sua alma gêmea, eu fui cond...