Capítulo 9 - Pedido

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Eu estava no portal da entrada de casa observando papai colocar as malas no carro. Finalmente o tão sonhado dia que eles teriam sua lua de mel havia chegado. A chuva que estava castigando naquela tarde de sexta-feira havia dado uma trégua, o que era um alívio, já que meu pai e minha madrasta iria pegar a estrada naquele comecinho da noite.

- Pronto, achei a echarpe – a voz de Mikoto soou enquanto ela aprecia com a echarpe em um tom de verde pastel na mão e a bolsa em seu ombro direito.

Sasuke vinha atrás dela e ficou ao meu lado no portal, observando nossos pais se organizarem para sair. Ele estava agora com roupas secas e confortáveis, mas os cabelos continuavam úmidos, consequência da chuva que ele havia pegado mais cedo quando vinha do cursinho. Não havia nada nele que não estivesse molhado. Mikoto quando viu o estado em que ele chegou começou a reclamar por ele nunca sair com um guarda-chuva dentro da mochila, e logo o mandou subir para trocar aquelas roupas para não se resfriar.

Posso dizer que eu evitava confrontos diretos com Sasuke depois daquele dia na escola, para falar a verdade, evitava ficar no mesmo cômodo com ele por muito tempo. E por mais que aquela situação estranha na escola tivesse me deixado em alerta por possíveis problemas futuros – que não quero nem imaginar – eu dei preferência a ignorância. Sim, a melhor coisa que eu podia fazer era ignorar aquele desconforto, e dizer para o meu consciente de que tudo aquilo não passada de um grande mal-entendido. Isso! Um mal-entendido e uma brincadeira de muito mal gosto feita por Sasuke para pode me chatear.

E assim estava agindo como se nada tivesse acontecido, e parece que Sasuke fazia o mesmo, pois nenhuma vez ele me abordou com assuntos estranhos novamente.

- Já estamos indo, crianças – disse papai enquanto abria a porta do lado do motorista. – Espero que se comportem.

Mikoto veio até nós, olhava de mim para Sasuke com a expressão pouco preocupada.

- Têm certeza de que vocês vão ficar bem?

- Não somos mais crianças, mãe.

Eu não olhava para Sasuke, mas eu posso jurar de pés juntos que ele deveria estar revirando os olhos.

Sorri para minha madrasta.

- Fique tranquila, Mikoto, ficaremos bem.

- Ok, mas qualquer coisa não hesite em me ligar.

Assenti com a cabeça.

- Tá bom.

Em seguida Mikoto se aproximou mais de Sasuke, agarrou seu rosto e beijou a sua bochecha.

- Se comporte, e não fique atormentando a Sakura.

E por mais que um pequeno corar estivesse em seu rosto devido a vergonha pelo gesto maternal, Sasuke não evitou abrir um sorriso sujo, desviando seus olhos para mim por alguns segundos.

- Acho que isso é meio que impossível, mãe.

Mikoto apenas balançou a cabeça para os lados e logo em seguida me abraçou.

- Se cuide, querida. Qualquer coisa você tem minha permissão em dar umas chineladas nesse garoto.

- Mãe!

Reprimi uma risada enquanto nos afastávamos. Dar umas chineladas em Sasuke era praticamente uma coisa maravilhosa. Iria pensar seriamente a respeito.

- Pode deixar – e olhei de relance para ele que estava com a boca e o cenho franzido. – Eu saberei cuidar dessa criança levada.

E como resposta de Sasuke recebi um empurrão no ombro pelo ombro dele, e eu soube ali que consegui finalmente irritá-lo.

Uma coisa que descobri nessas semanas que movamos juntos era que Sasuke odiava o fato de quando alguém o tratava como algo inferior a um adulto, ou seja, uma criança. O que era engraçado, pois ele era o mais novo daquela casa e eu amava o fato de ser mais velha que ele – mesmo por alguns meses –, o que me dava mais voz entre nós dois.

Garoto ErradoOnde histórias criam vida. Descubra agora