Capítulo 11 - Culpa

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Meu coração batia forte e minha respiração era acelerada quando atravessei o portal de casa. Havia demorado o dobro do tempo na volta do que na ida, tudo devido ao trânsito caótico na cidade por causa de um acidente envolvendo um carro e um motociclista.

Eu mal tive tempo para recuperar o fôlego, pois meus olhos focaram em Sasuke encolhido naquele sofá que havia se jogado mais cedo. E o pior, tremia dos pés à cabeça.

- Sasuke!

Corri para perto dele, deixando minha bolsa cair no chão. Me agachei ao lado do sofá, a preocupação chegando a nível cem quando coloquei minha mão em sua testa.

- Ah, meu Deus, você está ardendo em febre.

Sua boca estava ressecada, as bochechas vermelhas.

Me pus de pé de uma vez, as mãos na cabeça, sem saber o que fazer.

Calma, Sakura, disse para mim mesma. Você tem que ficar calma. Respirei fundo, tentando controlar a ansiedade e o medo de ver Sasuke naquele estado, e um sentimento de culpa veio com um tsunami. Você tem que fazer algo para abaixar a febre, algum analgésico antitérmico.

Isso, os remédios!

Corri até a cozinha, a Mikoto guardava uma maletinha com remédios na porta de cima do armário do lado esquerdo, perto da geladeira. Vasculhei aquela quantidade de cartelas e caixas até achar um antitérmico. Enchi um copo de água e voltei para sala, coloquei o copo em cima da mesinha de centro e agachei ao lado do sofá. Pus minhas mãos no braço de Sasuke que estava coberto pelo moletom.

- Sasuke – e o sacolejei levemente, ele continuava tremendo. – Sasuke, acorde.

Ele balbuciou alguma coisa que eu não entendi direito, a boca tremendo.

- Sasuke – minha voz saiu mais alta, e agora toquei seu rosto, sentindo o calor evaporar por sua pele e os pontinhos de barba que nascia pinicando minha palma. Mas ignorei aquele detalhe.

Suas pálpebras tremeram e seus olhos abriram lentamente.

- Ei, vem tomar o remédio.

Ele piscou algumas vezes e seus olhos entreabertos me enxergaram.

- Sa-kura – murmurou, o rosto se contorcendo numa careta, apertando os olhos em seguida.

- Senta – eu segurei seu braço o ajudei a ficar sentado no sofá. Em seguida destaquei o comprimido e estendi para ele. – Toma.

- Está muito frio – murmurou depois que fungou o nariz, levando o comprimido a boca.

- É a febre, você está muito quente.

Entreguei o copo para ele que aceitou sem contestar, e bebeu todo o líquido entregando o copo para mim, para em seguida voltar a deitar, mas não permiti.

- Não. Não – e agarrei seu braço com a mão enquanto a outra colocava o copo em cima da mesinha. – Vamos para o quarto.

- Me deixa aqui – ele contestou, tentando voltar a deitar, mas o segurei com mais força e fiquei de pé. – Meu corpo tá doendo pra caralho, Sakura.

- E aqui nesse sofá, vai piorar. – Passei seu braço em volta do meu pescoço e usando todas as minhas forças, o ajudei a se levantar do sofá. – Vamos para o seu quarto.

- Porra – murmurou fazendo uma careta, quando ficou de pé.

- Me ajude, você é pesado demais – chiei, enquanto seguia em direção as escadas, segurando seu pulso que estava em volta do meu pescoço e a outra mão em volta de sua cintura.

Garoto ErradoOnde histórias criam vida. Descubra agora