- Droga!
Praguejei baixinho quando percebi que havia esquecido de pegar a regata que usaria naquele dia. Deixei minhas roupas pendurada no suporte do banheiro e fui para meu quarto. Não precisou procurar, pois logo encontrei a regata caída no chão, deveria ter caído quando eu pegava as outras roupas.
As férias de verão haviam me deixado bem preguiçosa, acordava depois das dez e acredite, ainda estava morrendo de sono. Acho que o corpo precisa desse descanso depois de meses acordando cedo para ir ao colégio. Bom, eu não era a única a acordar tarde, Sasuke batia o recorde, ontem mesmo ele acordou depois de uma da tarde.
E por falar nele, todo o meu corpo entrou em alerta – não por vê-lo ali e que logo as lembranças da gente se beijando viesse a minha cabeça, deixando-me meio que estupidamente nervosa -, mas sim por ele está a um passo de entrar dentro do banheiro.
Nesses três meses que dividimos o banheiro, até agora não me acostumei. Não tem como se acostumar em dividir o banheiro com aquele garoto. Era impossível ignorar o fato de ele deixar o banheiro - que não é só dele – todo molhado, as roupas sujas espalhadas pelo chão e a bendita tampa da privada levantada para cima. Eu não me conformo em morar naquela casa grande e não ter meu próprio banheiro. Era impossível entrar num acordo com Sasuke – e olha que já tentei argumentar -, ele nunca leva isso a sério e continua fazendo as mesmas coisas erradas todo o santo dia.
Aff.
- Ei! – Meu tom saiu alto o suficiente. Mandei o comando as minhas pernas preguiçosas e corri ao mesmo tempo que ele parava e me olhava. Parei entre ele e a porta aberta.
Sasuke apenas arqueou as sobrancelhas para cima em desdém, me olhando como se eu fosse a criatura mais bizarra da face da terra.
Minha respiração era acelerada pelo esforço e meu coração batia a nível de uma britadeira, enquanto sustentava seu olhar. Era estranha toda aquela situação, pois fazia dois dias que Sasuke resolveu se declarar para mim e acabei por ceder aos meus novos sentimentos. Fazia dois dias que sua mãe quase nos flagrou aos beijos dentro do meu quarto. Fazia dois dias que Sasuke agia como se nada tivesse acontecido... quer dizer, ele não me provocava e muito menos tentava me beijar como fazia das outras vezes. Parecia que tudo o que aconteceu a dois dias atrás não passasse de um sonho meu, e confesso que por um momento eu cogitei essa ideia.
Nesse tempo eu pude relaxar um pouco e aquela sensação de que estava fazendo uma coisa proibida acabou por acessar. E por mais que agora eu estivesse agindo normalmente e não como um ser alienando a dois dias atrás na frente de nossos pais, eu estava me sentindo insegura. Frustrada para falar a verdade. E com essas coisas todas que sentia me fez questionar os serás?
Será que eu havia feito algo de errado?
Será que ele havia se arrependido do que fez e viu que não daríamos certo?
Será que ele percebeu que eu não valia a pena o risco?
Será que ele... havia desistido?
O fato era que estava ficando louca com toda aquele silêncio. Eu pensava em Sasuke quase que vinte e quatro horas por dia, eu até estava sonhando com ele, e constrangidamente digo que eram sonhos bem calorosos...
Eu poderia questioná-lo do por que aquele silêncio – não que ele estivesse me ignorando, Sasuke me tratava como antes de eu perceber que ele gostava de mim -, mas não tive coragem de fazer. Ainda mais quando o modo tenso me assombrava toda vez que nossos pais estavam por perto e que pudesse notar algo de diferente em nosso comportamento. E o pior era que parecia que era só eu que estava prestes a ter um ataque catastrófico, pois Sasuke estava perfeitamente pleno como uma pluma.
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Garoto Errado
FanficO que poderia ser certo ou errado para uma garota? Para Sakura Haruno, a coisa certa era tomar coragem e se declarar para o capitão do time de basquete, o qual ela morre de amores desde que entrou no ensino médio. E com o apoio de suas amigas fiéis...