Eu caminhava a passos lentos por minha rua, fitando meus pés. O sol naquele começo de tarde estava muito quente e ardia em meus braços, mas não importei, pois, minha mente estava longe, especificamente em Sasuke e na sua declaração. Ele gostava de mim. Só de lembrar do quanto ele parecia sério enquanto de declarava, fazia meu estômago dar cambalhotas.
Mordi o lábio.
Agora não tinha mais volta, eu havia fugido, havia novamente sido covarde e batido em retirada. Havia conseguido me desvencilhar de seu charme... quer dizer, ver meu pai do outro lado daquela avenida havia me dado coragem para tal proeza. Sasuke deveria estar me odiando agora e eu não o culpo, mas era melhor assim. Talvez ele me odiando poderia me esquecer e com o tempo tudo voltaria ao normal, certo? Acho que conseguiria viver sendo odiada por ele... esse sentimento era novo e com o tempo isso iria passar. Mas por que estou com uma vontade desesperada de chorar?
Suspirei lentamente, tentando acalmar a agitação que estava em meu interior. Fechei meus olhos por alguns segundos para acalmar meus nervos e quando voltei a abri-los, puxei minha bolsa para frente e abri o zíper e peguei as chaves, já estava de frente para a porta de casa. Estava procurando a chave certa no meu chaveiro para enfiar na fechadura, quando uma voz conhecida soou, fazendo meu corpo tremer:
- Ei, você!
Virei meu rosto para trás e meus olhos arregalaram, incrédulos, quando vi Sasuke vindo praticamente correndo, o seu rosto vermelho não era nada bom. Ele parecia um búfalo.
Estou ferrada! A sua cara irritada dizia que iria me estrangular viva.
- Minha nossa! – Murmurei apavorada, o coração parecia que iria sair pela minha boca e como consequência as chaves caíram no chão. – Droga!
Agachei-me rapidamente para pegar as chaves no chão. Minhas mãos tremiam tanto que acabei por me enrolar toda e quase não consegui enfiar a chave na fechadura. O desespero para entrar em casa antes que o Sasuke me alcançasse me fez demorar mais do que devia no processo.
- Sa.ku.ra – ouvi sua voz ofegante trás de mim dizendo meu nome lentamente.
- Ah, meu Deus!
Engoli um grito ao mesmo tempo quando consegui abrir a porta, mas era tarde demais. Senti quando Sasuke me agarrou por trás, sua mão em minha barriga, encostando minhas costas em seu peito e me empurrou com tudo para dentro de casa, fechando a porta com um baque forte. Não tive tempo de piscar ou processar alguma coisa, pois ele me virou de uma vez e me imprensou contra a parede ao lado da porta, colando o seu corpo no meu e seu rosto perigosamente próximo, tão próximo que podia sentir sua respiração pesada bater em minha pele.
- O que você está fazendo? – Minha voz saiu desesperada num grito sussurrado, olhando assustada para a sala, a procura de alguém. – A sua mãe está em casa!
- Não tem ninguém em casa – respondeu entredentes, me fazendo olhar para seu rosto irritado, o suor descia por sua testa. – E você não sabe o quanto estou puto por você ter fugido daquele jeito.
Engoli a seco, a respiração ofegante. Ele realmente estava muito irritado, os seus olhos apertados e flamejantes diziam isso, assim como suas mãos apertando forte meus braços, impedindo qualquer tipo de fuga.
- Você está me machucando.
Ele afrouxou o aperto no mesmo instante, mas não me soltou, e muito menos afastou seu rosto do meu. Podia sentir as pontas dos seus cabelos tocarem a minha bochecha.
- Eu me senti um imbecil depois de ter me declarado e você ter fugido daquele jeito.
Eu continuava respirando ofegante, sentindo minhas mãos espalmadas na parede tremerem.
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Garoto Errado
FanfictionO que poderia ser certo ou errado para uma garota? Para Sakura Haruno, a coisa certa era tomar coragem e se declarar para o capitão do time de basquete, o qual ela morre de amores desde que entrou no ensino médio. E com o apoio de suas amigas fiéis...